terça-feira, dezembro 27, 2005

REFLEXÕES

Este ano, pela primeira vez na minha vida (dahn!) fiz uma coisa que sempre evitei, embora seja exatamente o que faz a maioria das pessoas, levadas, até, pela própria circunstância do momento: Parei para refletir sobre o que fiz até agora, o que farei, ou, ainda, o que pretendo fazer. Resultado: INÍCIO DE UMA TREMENDA DEPRÊ!
Bem que a minha intuição me sugeria não entrar nessa de repassar o que aconteceu, nem programar porra nenhuma! Agora estou aqui, sem saber o que fazer, pois o que pretendo é impossível e o que já fiz, tá feito, não tem como passar a borracha e apagar!

Empreendí uma luta desigual para conseguir me aposentar, há 03 anos e depois que isso se tornou realidade fiquei tão eufórica, que decidí hibernar, naquela de "nada melhor do que não fazer nada". Hoje, que passou a euforia, chego à conclusão de que o adiamento das reflexões trazidas pela época natalina tinha a ver, mesmo, com a falta de tempo pra parar e, no oba-oba dos preparativos de ceia festiva; compra de presentes; confraternizações entre colegas de trabalho, de faculdade e familiares; apuração do resultado escolar anual do filho (sempre preocupante, diga-se de passagem); corre-corre para providenciar roupas e sapatos para as festas; decidir aonde estas se iriam realizar (a ceia de Natal e o Reveillon - na casa de qual irmão?) e tantos outros afazeres, aliados à necessidade do cumprimento do horário de trabalho, não havia como parar para fazer reflexão alguma, é claro!

Só agora, na condição de "vagabunda" (segundo um dos nossos tantos ilustres presidentes), é que essa inexorabilidade me bateu: Refletir a vida! O que pude apurar disso é que o tempo, esse inimigo sorrateiro e implacável, está me castigando e não é só na aparência. Concluí que nesta 2ª metade da vida fiquei muito sem graça, sem perspectivas, sem objetivos, sem euforia e sem interesses pessoais quaisquer. Pra quem me conheceu, outrora, isso é um ESPANTO! Logo eu, a "dona da festa", a alegria personificada, falando em desmotivação para viver???

Tô arretada da vida! Quem mandou eu parar pra refletir? Bem que o Mestre Mário Quintana me avisou: "A maturidade é uma coisa totalmente inútil, porque, quando vem, não nos interessa mais" (ou algo assim).

O que não é de todo desestimulante é que essas duas EUs estão às turras uma com a outra: a anterior resiste a dar o seu lugar a essa velha rabugenta e amarga ... (Tô torcendo por ela, porque a ENVELHESCÊNCIA está ficando insuportável)! ARRRRRGH!!! VADE RETRO! SAI DESTE CORPO, QUE NÃO TE PERTENCE!!!

Concluindo, cito as sábias palavras de um dos meus irmãos: ENVELHECER É UMA MERDA!!!

Apesar do amargor, só uma coisa continua bem viva em mim: O prazer de fazer amigos e de torcer para que estes sejam felizes o ano todo, em todos os anos. Desejo a todos um Ano Novo cheio de alegrias, realizações, muita grana, saúde aos montes, Paz e Harmonia entre os seus!!!

quarta-feira, dezembro 21, 2005

A DIFÍCIL TAREFA DE ADMINISTRAR RECURSOS HUMANOS

Recebí este texto hoje e quando conseguí parar de rir, corrí pra cá, pra dividí-lo com vocês. Está provado que a gestão de Recursos Humanos indubitavelmente é a mais difícil tarefa numa empresa, conforme a minha própria experiência já me havia convencido antes.

Coordenando uma festa de Natal destinada a promover a confraternização entre empregados de uma determinada empresa, a Diretora de Recursos Humanos preparou o seguinte comunicado:


Patrícia Gomes - Diretora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.

Data: 1 de dezembro

Assunto: Festa de Natal

Tenho o prazer de informar que a festa de Natal da empresa será no dia
23 de dezembro, com início ao meio-dia, no salão de festas privativo da
Churrascaria Grill House.
O bar estará aberto com várias opções de bebidas.
Teremos uma pequena banda tocando canções tradicionais de natal;
sinta-se à vontade para se juntar ao grupo e cantar!
Não se surpreenda se nosso Vice-Presidente aparecer vestido de
Papai-Noel!
A árvore de Natal terá suas luzes acesas às 13h.
A troca de presentes de amigo secreto pode ser feita a qualquer
momento, entretanto, nenhum presente deverá exceder R$20,00, a fim de
facilitar as escolhas e adequar os gastos a todos os bolsos.
Esse encontro é exclusivo para funcionários. Na ocasião, nosso
Vice-Presidente fará um discurso bastante especial.
Feliz Natal para vocês e suas famílias.

a)Patrícia Gomes


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Patrícia Gomes - Diretora de Recursos Humanos

COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONARIOS.

Data: 2 de dezembro

Assunto: Festa de Natal - Esclarecimentos

De maneira alguma nosso memorando de 01 de dezembro pretendeu excluir
nossos funcionários judeus!
Reconhecemos que o Chanukah é um feriado importante e que costuma
coincidir com o Natal, mas isso não aconteceu este ano. De qualquer forma,
passaremos a chamá-la de "Festa de Final de Ano".
A mesma política se aplica a todos os outros funcionários que não
sejam cristãos e àqueles que ainda celebram o Dia da Reconciliação. Não
haverá árvore de Natal. Nada de canções natalinas, nem coral. Temos outros tipos de músicas para seu entretenimento. Felizes, agora!
Boas Festas para todos e para suas famílias!
a) Patrícia Gomes

Data: 7 de dezembro

Assunto: Festa de Natal

Nossa, que grupo heterogêneo somos!!!
Eu não sabia que no dia 20 de dezembro começa o mês sagrado do Ramadan
para os muçulmanos, que proíbe comer e beber durante as horas do dia.
Lá se vai a festa!!!
Agora sério, entendemos que uma refeição nesta época do ano seja um
problema sem precedentes para a crença de nossos funcionários
muçulmanos.....
Talvez a da Churrascaria Grill House possa segurar o serviço de buffet
até o fim do dia - ou então, embalar tudo para que vocês levem para casa nas
marmitas.
O que vocês acham disso?
Novidades: neste meio tempo, consegui que os membros do Vigilantes do
Peso sentem o mais longe possível do buffet de sobremesas; as mulheres
grávidas sentem-se o perto possível dos banheiros; homossexuais podem
sentar-se juntos; mulheres homossexuais não têm que sentar com homens
homossexuais, que terão sua própria mesa; e sim, haverá um arranjo de flores
no centro da mesa dos homens homossexuais; para as pessoas que pediram
permissão para trocarem de roupa, nenhuma troca de roupa será permitida;
teremos assentos mais altos para pessoas baixas; e comida com baixa-caloria
estará disponível para os que estão de dieta. Nós não podemos controlar a
quantidade de sal utilizada na comida. Desta forma, sugerimos para essas
pessoas com pressão alta provar o gosto primeiro. Haverá frutas frescas de
sobremesa para os diabéticos.
O restaurante não dispõe de sobremesas sem açúcar.
Nossas profundas desculpas.
Esqueci de alguma coisa?

Patrícia


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Patrícia Gomes - Diretora de Recursos Humanos

COMUNICADO PARA TODOS FILHOS DA PUTA QUE TRABALHAM NESTA EMPRESA.

Data: 8 de dezembro

Assunto: Festa de Natal DO CARALHO

Vegetarianos!?!?!??!
Sim, vocês também tinham que dar sua opinião de merda ou reclamar de
alguma coisa!!! Nós manteremos o local da festa na Churrascaria Grill House;
quem não gostar, foda-se! Então, como alternativa, seus putos, vocês podem
sentar-se quietinhos na mesa mais distante possível da tal "churrasqueira da
morte"
- como vocês se referiram de forma bastante depreciativa ao
utensílio. E vocês terão também sua mesa de saladas de merda, incluindo
tomates hidropônicos da casa do caralho & arrozinho grudento pra comer de
pauzinho. Aqueles que, naturalmente, ainda não gostaram, podem enfiar tudo
no cu. Mas como vocês devem saber, os tomates, eles também têm sentimentos!
Os tomates gritam quando vocês os fatiam.
Eu mesma os ouvi gritar! Eu os estou ouvindo gritar agora mesmo!!!!!
Ah, espero que vocês todos tenham uma bosta de final de ano! E que
dirijam muito, muito bêbados e morram todos, todinhos esturricados por aí.

Escutaram?

A Vaca, diretamente da puta que os pariu.


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Dr. Pacheco - Diretor de Recursos Humanos INTERINO

COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS

Data:14 de dezembro

Assunto: Patrícia Gomes e Festa de Final de Ano

Tenho certeza que falo por todos desejando para a Patrícia um rápido
restabelecimento para sua crise de stress e continuarei a encaminhar suas
mensagens para ela no sanatório.
Por conta deste fato, a diretoria decidiu cancelar a Festa de Final de
Ano e dar folga remunerada para todos na tarde do dia 23 de dezembro.

Boas Festas,

domingo, dezembro 11, 2005

MONÓLOGO DO NATAL

Este é um poema amargo e seco, até um tanto piegas, eu diria, mas sempre me emocionou muito ouví-lo, declamado pelo próprio autor, um jornalista, teatrólogo, ator, humorista, "contador de causos", radialista, compositor e não seu mais quantas qualificações tem o Aldemar, um pernambucano de quem nos orgulhamos muito. Desculpem a aridez do texto, em plena Era da Cristandade, mas nenhum de nós é tão ingênuo a ponto de considerar a situação aí retratada totalmente surreal ... oxalá o fosse!



Monólogo do Natal - Aldemar Paiva



Eu não gosto de você, Papai Noel!
Também não gosto desse seu papel de vender ilusões à burguesia.
Se os garotos humildes da cidade soubessem do seu ódio à humildade, jogavam pedra nessa fantasia.
Você talvez nem se recorde mais.
Cresci depressa, me tornei rapaz, sem esquecer, no entanto, o que passou.
Fiz-lhe um bilhete, pedindo um presente e a noite inteira eu esperei, contente.
Chegou o sol e você não chegou.
Dias depois, meu pobre pai, cansado, trouxe um trenzinho feio, empoeirado, que me entregou com certa excitação.
Fechou os olhos e balbuciou: "É pra você, Papai Noel mandou".
E se esquivou, contendo a emoção.
Alegre e inocente nesse caso, eu pensei que meu bilhete com atraso, chegara às suas mãos, no fim do mês.
Limpei o trem, dei corda, ele partiu dando muitas voltas.
Meu pai me sorriu e me abraçou pela última vez.
O resto eu só pude compreender quando cresci e comecei a ver todas as coisas com realidade.
Meu pai chegou um dia e disse, a seco: "Onde é que está aquele seu brinquedo?
Eu vou trocar por outro, na cidade".
Dei-lhe o trenzinho, quase a soluçar e, como quem não quer abandonar um mimo que nos deu, quem nos quer bem, disse medroso: "O senhor vai trocar ele?
Eu não quero outro brinquedo, eu quero aquele.
E por favor, não vá levar meu trem".
Meu pai calou-se e pelo rosto veio descendo um pranto que, eu ainda creio,
Tanto e tão santo, só Jesus chorou!
Bateu a porta com muito ruído, mamãe gritou; ele não deu ouvidos. Saiu correndo e nunca mais voltou.
Você, Papai Noel, me transformou num homem que a infância arruinou. Sem pai e sem brinquedos.
Afinal, dos seus presentes, não há um que sobre para a riqueza do menino pobre que sonha o ano inteiro com o Natal.
Meu pobre pai doente, mal vestido, para não me ver assim desiludido, comprou por qualquer preço uma ilusão e, num gesto nobre, humano e decisivo, foi longe pra trazer-me um lenitivo, roubando o trem do filho do patrão.
Pensei que viajara, no entanto, depois de grande, minha mãe, em prantos, contou-me que fôra preso.
E como réu, ninguém a absolvê-lo se atrevia.
Foi definhando, até que Deus, um dia, entrou na cela e o libertou pro céu.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

"FRASES LAPIDARES"

Hoje passei o dia todo procurando um livro (na verdade, um opúsculo) intitulado "FRASES LAPIDARES" que foi escrito por meu amigo Teles, jornalista e crítico musical de grande talento, onde ele esbanja o bom humor que lhe é característico. Tinha a intenção de divulgar algumas de suas hilárias frases mas, infelizmente, não conseguí encontrar o livrinho (tô desconfiada que alguém o surrupiou de mim). Mesmo assim, transcrevo aqui duas dessas frases, que considero as melhores:

"O SUJEITO ERA TÃO MEDROSO, TÃO MEDROSO, QUE NUNCA MAIS CONSEGUIU DORMIR AO DESCOBRIR QUE DENTRO DE SI PRÓPRIO HABITAVAM UMA ALMA E UMA CAVEIRA"


"E AÍ MOISÉS CHEGOU, CONTOU UMA PIADA E ATÉ O MAR SE ABRIU".


Por falar em piada, vou contar a última que ouví:
Um delegado recém-chegado a uma cidadezinha, dirigindo-se a um bêbado que dava alteração num bar, gritou pra o seu desafeto:
- Você cale a boca, senão eu mando lhe prender ... pra seu conhecimento, eu sou o novo delegado!" O bêbado, então, não se fez de rogado e devolveu:
- Você me prende, mas um dia vai ter que me soltar. Eu quero ver você se soltar quando eu lhe prender, cara!".
Percebendo que todos caíram na gargalhada ao ouvirem a última frase, o delegado ficou preocupado ... "será que esse cara é o juiz da cidade e eu me metí numa fria?" - pensou. Mais que depressa, chamou o dono do bar e sussurrou no seu ouvido:
- Por que todos estão rindo?
- Ah! meu amigo... se esse sujeito lhe prender, você realmente nunca mais sairá dali!
- Mas quem é esse, afinal?
- Esse aí é o coveiro da cidade (rindo muito)


domingo, dezembro 04, 2005

"PÉROLAS" EXTRAÍDAS DAS PROVAS DO ENEM

Continuando a minha saga em perseguir os contumazes "assassinos" da "flor do lácio", transcrevo abaixo uma mensagem que recebí (que alguns já devem conhecer), desta feita envolvendo, também, a velha máxima de que "A INGUINORANÇA É QUE ASTRAVANCA O POGRÉCIO". Tratam-se de respostas extraídas das provas do ENEM e dos vestibulares em todo o Brasil:



"(...) o problema ainda é maior se tratando da camada Diozoni";

"Na época de Cristo não haviam hindústrias para poluir e assim mesmo háviam problemas sociais entre os povos";

"No paiz enque vivemos, os problemas cerrevelam";

"O que é de interesse de todos nem sempre interessa a ninguém";

"A natureza foi discuberta pelos homens a 500 anos atrás";

"Não preserve apenas o meio ambiente, mas sim todo ele";

"O maior problema da floresta Amazonas é o desmatamento dos peixes";

"(...) por isso eu luto para atingir os meus obstáculos"

"(...) o fenômeno Euninho";

"E o Homo Sapiens continua seu progresso: desmatando, poluindo e usando desinfetantes, só para dar cheirinho no seu banheiro";

"Eu, particularmente, desenvolvi uma cabacidade de raciocínio e argumentação incríveis";

"Como diz o ditado: é duro agradar a pobres e troianos";

"Sonhamos com um mundo melhor, visto que o dinossauro cedeu lugar ao cachorro, gato...";

"Segundo a terceira lei de Newton, na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma";

"A cultura mudou, os costumes mudaram, até os dentes dos nossos bisavós eram diferentes, temos dentes a menos";

"O macaco é descendente do homem";

"Antigamente, antes da invenção da imprensa, a leitura era sacrilégio dos ricos";

"Os engenhos brasileiros eram chamados de senhor de engenho";

"Araribóia, depois da expulsão dos franceses, por causa de sua coragem, ganhou como prêmio umas seis marias perto do Rio de Janeiro";

"As raças têm muita diferença entre si: assim, uns têm nariz chato, outros igual de papagaio, outros rebitados, etc";

"Latitude de um lugar é quando a gente pega uma barca e chega no mesmo lugar";

"As constelações servem para esclarecer a noite";

"A escala serve para saber quanto que um mapa é menor que ele mesmo";

"Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigênio";

"O nervo ótico transmite idéias luminosas";

"O vento é uma imensa quantidade de ar";

"Os egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos pudessem viver melhor";

"O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes se afogavam dentro d'água";

"A principal função da raiz é se enterrar";

"As aves têm na boca um dente chamado bico";

"O coração é o único órgão que não deixa de funcionar 24 horas por dia";

"Quando um animal irracional não tem água para beber, só sobrevive se for empalhado";

"A insônia consiste em dormir ao contrário";

"A arquitetura gótica se notabilizou por fazer edifícios verticais";

"O Chile é um país muito alto e magro";

"As múmias tinham um profundo conhecimento de Anatomia";

"O batismo é uma espécie de detergente do pecado original";

"Na Grécia, a democracia funcionava muito bem, porque os que não estavam de acordo, se envenenavam";

"Os hermafroditas nascem unidos pelo corpo";

"As glândulas salivares só trabalham quando a gente têm vontade de cuspir";

"Os estuários e os deltas foram os primeiros habitantes da Mesopotâmia";

Antes de ser criada a Justiça, todo mundo era injusto";

"Caracteres sexuais secundários são as modificações morfológicas sofridas por um indivíduo após manter relações sexuais".



Vôte!!! Sem comentários ... rsrsrsrsrsrsrsrs....

terça-feira, novembro 29, 2005

RUÍDOS DA COMUNICAÇÃO II

Uma coisa engraçada, que me diverte muito, é ouvir pessoas que, pretendendo falar bonito, acabam pronunciando frases absolutamente truncadas. Relaciono aqui alguns exemplos, que me deixaram desnorteada até conseguir traduzir o seu real significado:



" A minha filha tem um problema: Desde que a mãe dela morreu, a menina ficou DRAMATIZADA" - na verdade, a garota havia ficado TRAUMATIZADA pela morte repentina da sua genitora.


"A minha colega botou o patrão na justiça e recebeu uma bolada, porque ele tinha INCENDIADO ela.". Quando perguntei se fôra uma tentativa de homicídio, a pessoa respondeu: "Não! Ele queria transar com ela à força! - ou seja, o patrão, na verdade, havia ASSEDIADO a moça.


"Eu vou me casar com outra. Aquela minha noiva, que você conheceu, não podia se casar, não, porque ela tinha um problema muito sério: SISTEMA NERVOSO! - afinal, pensei com meus botões, ele queria o quê? Que ela fosse um vegetal?


"O meu amigo sofreu um acidente tão sério, que teve a perna SEPULTADA!" - quando, de fato, a perna do inditoso havia sido AMPUTADA.


"Tô chegando atrasado porque passei a noite com a minha menina mais nova no hospital. É que ela teve uma CONFUSÃO". - Depois de alguns segundos de verdadeira confusão, concluí que a garota havia sido acometida de CONVULSÃO.


"Esse trabalho é muito cansativo ... eu já tô FATURADA dele!" - foi o desabafo de uma estagiária, SATURADA de fazer a mesma coisa, todo dia.


Tem aquela de um recém-convertido evangélico que, entusiasmado com a descoberta do Senhor Jesus na sua vida, não suportando o falatório dos irmãos antes do culto (achava uma falta de respeito, aquilo, dentro da igreja!), subiu ao púlpito, sacou o microfone e bradou, em alto e bom som: "IRMÃOS! VAMOS RESPEITAR A CASA DO SENHOR! ENQUANTO O PASTOR NÃO CHEGA, VAMOS LENDO UMAS BESTEIRINHAS AQUI, NA BÍBLIA ... É MELHOR DO QUE FICAR FOFOCANDO!

Esta também não fica atrás:
Num domingo de Páscoa, discutia-se o papel de Pilatos na crucificação de Jesus. Uns diziam que ele lavou as mãos para não se comprometer, outros opinavam que aquilo tinha sido uma atitude política centro-direitista, e tal... quando surge esta pérola: "Atitude política, acomodação, seja lá o que for, o que é certo é que quem se fudeu, mesmo, foi Jesus!
Considerando-se que o ocorrido se deu numa Semana Santa, o sacrilégio ficou bem mais grave, não acham?





segunda-feira, novembro 28, 2005

LITERATURA DE CORDEL

Desde menina aprendí a apreciar a poesia matuta, cantada e declamada ao som de pandeiros e violas, na Feira de Caruaru. Lembro duma surra memorável que tomei do meu pai, por ter ficado horas a fio na calçada da Catedral de N.Srª das Dores, depois da missa, onde deparei com uma dupla de emboladores que, apesar de analfabetos, discorriam sobre personagens da história com uma sabedoria impressionante, fazendo-me esquecer do tempo e, naturalmente, perder a hora estabelecida pra chegar em casa.

Das histórias de cordel, uma das mais criativas que conheço é esta:


Nos tempos da fatídica ditadura militar, havia, lá pras bandas do Agreste pernambucano, um Tenente da Polícia, truculento e irascível, por isso mesmo temido por qualquer um que tivesse um pouco de amor à vida, que, seguindo as ordens do comando, perseguia todo aquele que, fosse qual fosse o motivo, reunisse mais de três pessoas ao seu redor em via pública ... atitude suspeitíssima de subversão da ordem, é claro!

Ocorre que um repentista da cidade, conhecido pela sua verve bem-humorada e rima fácil, gozador inveterado, divertia-se em infernizar a vida do tal tenente, razão porque acostumara-se a ser preso quase que semanalmente, pois não perdia qualquer chance de desafiá-lo, sempre reunindo em torno de si grande número de espectadores, ávidos por assistirem as rotineiras contendas entre caça e caçador.

Num desses dias, um sábado, quando havia mais gente na rua, em virtude da feira, que trazia muitos habitantes da região àquele pólo comercial, estava o poeta a agradar a sua platéia, pandeiro na mão, a glosar motes sugeridos pelo povo, quando o temível tenente se aproxima. Cassetete na mão, afugentando os presentes e gritando impropérios mil, assoma à roda, quando o cantador solta o seguinte verso:

"VAI CHEGANDO UM CIDADÃO, UM HOMEM MUITO DECENTE ...
QUERIA VER MAIS UM GALÃO NOS OMBROS DESSE TENENTE".

De nada adiantou a tentativa de "ganhar" o sujeito na conversa, elogiando-o ...
O tenente investiu contra o poeta, aos gritos: " Não me venha com essa onda de elogio pra me enrolar, não, cabra! Junte seus troços aí e TEJE PRESO!"
Arrumando o material na mala, o repentista o seguiu, obediente e resignadamente, mas antes soltou o resto do verso:

"O GALÃO QUE EU TÔ FALANDO É UM GALÃO DIFERENTE:
É UM GALÃO COM DUAS LATAS: UMA ATRÁS, OUTRA NA FRENTE!"

Pra quem não sabe, aqui no Nordeste, em tempos de seca braba, o pessoal carrega água das bicas num "galão", que consiste em um cilindro de madeira (um cabo de vassoura, por exemplo), por sobre os ombros, com duas latas (uma em cada extremidade).

quarta-feira, novembro 23, 2005

O CAOS SOCIAL BRASILEIRO VISTO POR OUTRO PRISMA

Recebí este texto, de autor desconhecido, que transcrevo abaixo, porque bem humorado, mas com ressalvas. Só prova como é fácil denegrir o Brasil. Como o resto do mundo irá nos respeitar, se nem nós mesmos o fazemos? Por outro lado, cabe a seguinte questão: Seria diferente se o nosso país nos amasse como a maioria de nós ainda o ama?
Tô com Peninha e não abro: "Quando a gente gosta, é claro que a gente cuida"... (O pior é constatar que, embora fictícia, a notícia abaixo não está muito longe da nossa realidade).
A Al QAEDA QUERIA EXPLODIR O CRISTO REDENTOR. (Washington - CNN Special)
Documentos mantidos em sigilo pela Polícia Federal do Brasil revelam que a Al Qaeda, de Osama bin Laden, ordenou a execução de um atentado no Brasil. O alvo da ação seria a estátua do Cristo Redentor, um dos símbolos mais conhecidos do Rio de Janeiro. Bin Laden destacou dois mujahedins para o seqüestro de um avião que seria lançado contra a "estátua-símbolo dos infiéis cristãos". Os registros da Polícia Federal dão conta de que os dois terroristas chegaram ao Rio no domingo, 5 de setembro, às 21h47m, num vôo da Air France.
A missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos muçulmanos foi extraviada,seguindo num vôo para o Paraguai. Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichês e dificuldade de comunicação em virtude do inglês ruim, os dois saem do aeroporto, aconselhados por funcionários da Infraero a voltar no dia seguinte, com intérprete. Os dois terroristas apanharam um táxi pirata na saída do aeroporto, sendo que o motorista percebeu que eram estrangeiros e rodou duas horas dando voltas pela cidade, até abandoná-los em lugar ermo da Baixada Fluminense.
No trajeto, ele parou o carro e três cúmplices os assaltaram e espancaram. Eles conseguiram ficar com alguns dólares que tinham escondido em cintos próprios para transportar dinheiro e pegaram carona num caminhão que entregava gás.
Na segunda-feira, às 7h33m, graças ao treinamento de guerrilha no Afeganistão, os dois terroristas conseguem chegar a um hotel de Copacabana. Alugaram então um carro e voltaram ao aeroporto, determinados a seqüestrar logo um avião e jogá-lo bem no meio do Cristo Redentor.
Enfrentaram um congestionamento monstro por causa de uma manifestação de estudantes e professores em greve - e ficaram três horas parados na Avenida Brasil, altura de Manguinhos, onde seus relógios foram roubados em um arrastão.
Às 12h30m, resolveram ir para o centro da cidade e procuraram uma casa de câmbio para trocar o pouco que sobrou de dólares. Receberam notas de R$ 100 falsas, dessas que são feitas grosseiramente a partir de notas de R$ 1,00 .
Por fim, às 15h45m, chegaram ao Tom Jobim para seqüestrar um avião. Os pilotos da VARIG estavam em greve por mais salário e menos trabalho. Os controladores de vôo também haviam parado (queriam equiparação com os pilotos).
O único avião na pista era da Transbrasil, mas estava sem combustível. Aeroviários e passageiros estavam acantonados no saguão do aeroporto, tocando pagode e gritando slogans contra o governo.O Batalhão de Choque da PM chegou batendo em todos, inclusive nos terroristas.
Os árabes foram conduzidos à delegacia da Polícia Federal no Aeroporto, acusados de tráfico de drogas, porque alguém tinha plantado papelotes de cocaína nos seus bolsos.
Às 18 horas, aproveitando o resgate de presos feito por um esquadrão de bandidos do Comando Vermelho, eles conseguiram fugir da delegacia em meio à confusão e ao tiroteio.
Às 19h05m, os muçulmanos, ainda ensangüentados, se dirigiram ao balcão da VASP para comprar as passagens, mas o funcionário que lhes vendeu os bilhetes omitiu a informação de que os vôos da companhia estavam suspensos. Eles, então, discutem entre si: começam a ficar em dúvida se destruir o Rio de Janeiro , no fim das contas, é um ato terrorista ou uma obra de caridade.
Às 23h30m, sujos, doloridos e mortos de fome, decidiram comer alguma coisa no restaurante do aeroporto. Pedem sanduíches de churrasquinho com queijo de coalho e limonadas. Só na terça-feira, às 4h35m, conseguem se recuperar da intoxicação alimentar de proporções eqüinas, decorrente da ingestão de carne estragada usada nos sanduíches. Foram levados para o Hospital Miguel Couto, depois de terem esperado três horas para que o socorro chegasse e percorresse os hospitais da rede pública até encontrar vaga. No HMC foram atendidos por uma enfermeira feia, grossa, gorda e mal-humorada. Debilitados, só tiveram alta hospitalar no domingo.
Domingo, 18h20h: os homens de Bin Laden saem do hospital e chegam perto do estádio do Maracanã. O Flamengo acabara de perder para o Paraná Clube, por 6x0. A torcida rubro-negra confunde os terroristas com integrantes da galera adversária (que havia ido de Kombi ao Rio) e lhes dá uma surra sem precedentes. O chefe da torcida é um tal de "Pé de Mesa", que abusa sexualmente deles
.
Às 19h45m, finalmente, são deixados em paz, com dores terríveis pelo corpo, em especial na área proctológica. Ao virem uma barraca de venda de bebida nas proximidades, decidem se embriagar uma vez na vida (mesmo que seja pecado, Alá que se foda!). Tomam cachaça adulterada com metanol e precisam voltar ao Miguel Couto. Os médicos também diagnosticam gonorréia no setor retofuricular inchado (Pé de Mesa não perdoa!).
Segunda-feira, 23h42m: os dois terroristas fogem do Rio escondidos na traseira de um caminhão de eletrodomésticos, assaltado horas depois na Serra das Araras.
Desnorteados, famintos, sem poder andar nem sentar, eles são levados pela van de uma Ong ligada a direitos humanos para São Paulo. Viajam deitados de lado. Na capital paulista, perambulam o dia todo à cata de comida.Cansados, acabam adormecendo debaixo da marquise de uma loja no Centro.
A Polícia Federal ainda não revelou o hospital onde os dois foram internados em estado grave, depois de espancados quase até a morte por um grupo de mata-mendigos. O porta-voz da PF declarou que, depois que os dois saírem da UTI, serão recolhidos no setor de imigrantes ilegais, em Brasília, onde permanecerão até o Ministério da Justiça autorizar a deportação dos dois infelizes, se tiver verba, é claro.
Os dois acabaram por considerar desnecessário o terrorismo no Brasil e irão sugerir um convênio para realização, no Rio e São Paulo , de treinamento especializado em caos social para o pessoal da Al Qaeda.

terça-feira, novembro 22, 2005

OS ESTIGMAS E SEUS PERIGOSOS EFEITOS

Todos sabemos as consequências dos estigmas: humilham, rotulam e quase sempre fazem os seus alvos passarem por situações complicadas e, às vezes, bizarras. Foi o que aconteceu com uma amiga minha. Olhem só em que "fria" a menina se meteu:
Trabalhando em uma autarquia federal, essa pessoa teve que ser transferida de Recife para o Rio de Janeiro (ai, que inveja!) por força das circunstâncias, já que o seu noivo, agora marido, morava na Cidade Maravilhosa e não tinha como se mudar pra cá. Acontece que a dita cuja morava aqui, mas era natural de uma cidadezinha do interior da Paraíba, o que tornava o seu sotaque nordestino ainda mais arrastado e inconfundível.
No primeiro dia de trabalho na nova cidade, ainda muito reticente quanto à aceitação da mudança radical em sua vida e muuuuuuuuuuuuuito insegura em andar sozinha, não só por não conhecer a cidade, como, também, pelas incontáveis histórias de violência urbana que sabia acontecerem cotidianamente ali, lá foi ela, se investindo de coragem, pegar o ônibus que a levaria ao local de trabalho, não sem antes ter repassado várias vezes o itinerário, incluindo o número do coletivo, a rua em que deveria apanhá-lo, etc... exaustivamente explicado pelo maridão, que estaria viajando justamente nesse dia, razão porque não poderia acompanhá-la.
Filha única de uma viúva de quem jamais se afastara em toda a sua vida, havia levado pra morar consigo a sua mãe que, vendo a angústia da filha em enfrentar o novo desafio, ficou em casa, rezando e zelando para que nada de mal lhe acontecesse ... um verdadeiro drama, aquele primeiro dia!
Já dentro do ônibus e sentindo-se um pouco mais aliviada, pensou consigo: "Até aqui, ajudou-me o Senhor!". À medida em que a condução ia ficando superlotada e as pessoas iam se comprimindo mais e mais, ela começou a sentir-se incomodada pela proximidade de um passageiro que, dividindo consigo um pequeno espaço na trave de apoio, no interior do ônibus, onde só cabia uma das mãos (porque não haviam conseguido lugares sentados, como tantos outros), roçava o seu braço no dela, o que a fez "olhar de banda", com a cara mais amarrada que o mal-estar lhe permitia. Foi então que aconteceu o que ela tanto temia: Ao dirigir o olhar àquele incômodo braço (que, segundo ela, mais parecia uma coxa, tão grandalhão era), viu uma coisa que a fez tremer nas bases e a encheu de fúria: Ali, no pulso do brutamontes, vislumbrou o seu lindo e amado relógio de ouro, presente de casamento do seu apaixonado marido! Ah, não! Isso não poderia ficar assim! Jamais iria permitir que aquele descarado meliante saísse dali, impune, levando o seu bem mais precioso, enquanto ainda se dava ao desplante de exibí-lo, como que a desafiá-la a protestar!
Sem pensar duas vezes, aproximou-se ainda mais do cara (um negão de quase dois metros de altura e uns 95 quilos, em contraponto ao seu 1,5m. de altura e quarenta e cinco quilos) e lhe disse, baixinho, com um sotaque mais carregado do que os de personagens nordestinos de novelas globais: "Olhe aqui, seu fí de rapariga, seu puto, eu não estou brincando, não! Passe pra cá o relógio, discretamente, se não você vai ver o que é que vai lhe acontecer! Você não sabe quem sou eu ... se você não fizer o que eu digo, vai haver um escândalo neste ônibus, que ninguém jamais viu ... e tem mais: eu sou da Paraíba! Não brinque comigo não!
Ato contínuo, o negão tirou o relógio do pulso e entregou-o à minha amiga, apressando-se em descer na próxima parada e sumiu, no meio da multidão, olhando pra trás, apavorado.
Depois do expediente na repartição, aonde conheceu os novos colegas, que lhe deram as boas vindas, deixando-a completamente à vontade (como é praxe nos cariocas), volta ela pra casa e, assim que vai entrando, vai logo contando pra a sua mãe como foi o seu dia, incluindo no relato o ocorrido no ônibus. Quando acaba a narração, sua mãe lhe olha, espantada, dizendo: "Mas, minha filha, você esqueceu o seu relógio no criado-mudo! Foi a primeira coisa que notei ao arrumar o seu quarto!" E, ela, com as duas mãos na cabeça, horrorizada, constatou a terrível verdade: "Mamãe, eu roubei um homem no meu primeiro dia de trabalho! Logo eu, que tanto temia ser vítima da violência do Rio de Janeiro!!! ... e caiu num convulsivo e desesperado choro.
Esta história é um exemplo do que pode fazer um estigma. É proverbial no Brasil o uso da peixeira pelos nordestinos, daí porque o infeliz negão, não só entregou o seu relógio de ouro àquela baixinha invocada, como, ainda, saiu correndo do ônibus, temendo pela própria vida ante suas ameaças.
Do mesmo modo, o rótulo de cidade violenta atribuído ao Rio de Janeiro fez com que uma decente funcionária pública, recém-chegada à cidade, corresse o risco de ser presa por assalto, pra dizer o mínimo, no seu primeiro dia de trânsito numa metrópole. É mole?

sexta-feira, novembro 18, 2005

MEMÓRIAS DE UM MARIDO "TRAÍRA"

Esta me foi contada pelo meu irmão, Marcílio:
Um amigo dele, boêmio e mulherengo de carteirinha, porém casado, vez em quando "aprontava", entregando-se a homéricas farras, o que fazia a infeliz consorte(?) se descabelar e viver no seu encalço sempre que podia.
Em mais uma de suas noites de orgia, depois de tomar todas com colegas de trabalho num pouco recomendável barzinho da periferia, cada um arranjou uma parceira e saíram em caravana pra a beira-mar, com dois casais em cada carro, com a "inocente" finalidade de ver "corrida de submarino" (isso aconteceu num tempo em que essa prática não significava, ainda, um risco de vida). E foi um tal de pernas, braços e cabeças a se engalfinharem naquele pequeno espaço ... uma verdadeira promiscuidade!
Ao raiar o dia, viram, horrorizados, que haviam extrapolado o limite do horário de chegar em casa ainda com uma desculpa razoável e, desfazendo-se das suas parceiras, rumaram pros seus lares, cada um a "bolar" uma justificativa impossível pra aquele execrável ato.
Tendo deixado o amigo no caminho, o sujeito em questão, ao aproximar-se da sua casa, vislumbrou o seu mais temível pesadelo: Lá estavam, alinhadas que nem meio-fio, sua esposa e ninguém menos que a sua terrível sogra, contumaz desafeta, que nunca entendeu o porquê da filha ter escolhido semelhante cafageste pra marido, quando havia tido tantos pretendentes tão mais aceitáveis antes dele. De longe, o cara já viu o que o aguardava: As duas, de "mãos nos quartos", balançando uma das pernas, com aquelas caras de quem está prestes a explodir (só faltava o fatídico rodo nas mãos). Dentre todos os impropérios que ouviu, enquanto fechava o carro, só uma frase o fez estremecer: "Vamos chegar atrasadas no casamento!" ... Foi aí que ele lembrou: Logo mais, às 09:00 horas, o casal estava escalado para apadrinhar o casamento de uma das irmãs da esposa! E o evento iria se realizar numa cidadezinha a uns 200 km dali!
O miserável quis morrer! Com aquela ressaca, aquele gosto de brecha de tamborete e de cabo de guarda-chuva na boca, um sono de matar! E ainda tinha que estar lindo e loiro, todo engravatado, em um recinto em que estaria presente toda a família dela (que, não por acaso, não o via com bons olhos)! ERA A MORTE!
Aproveitando-se da exiguidade de tempo, passou pelas duas feito uma bala, sem dar a mínima satisfação, entrou no chuveiro, arrumou-se todo e entrou no carro, onde as duas já haviam se aboletado, pensando na desagradável cantilena que iria escutar durante todo o percurso. Começou a tentar desenvolver velocidade, mas sentiu alguma coisa impedindo o acelerador de abaixar até o máximo. Foi aí que ele petrificou: Ao dar uma espiada pra baixo, vislumbrou um sapato de mulher! Pronto. Estava perdido! Como defender-se do indefensável, agora que aquele inanimado objeto, silenciosamente, "entregava" sua abominável traquinagem?
Como todo bom malandro, logo teve uma idéia: Inventou que o carro estava apresentando um problema, diminuiu a marcha, abriu a porta, fingindo olhar o pneu traseiro e arremeteu no acostamento a prova do crime. Oh! Que alívio! Agora podia seguir a viagem sem mais atropelos que não o blá, blá, blá daquelas duas!
Chegou à igreja a tempo de ver que o carro que conduzia a noiva ainda adentrava o pátio. Apressado, dirigiu-se à entrada lateral, quando viu que as suas companheiras de viagem sequer haviam ainda saído do carro ... "Ora, bolas" - resmungou - "Essas duas com tanta pressa e ficam ali, só falando mal de mim". Voltou, já com ares de quem ia repreendê-las pela demora, mas parou e deu meia-volta, rindo cínicamente entredentes, quando ouviu o seguinte diálogo:
- Mamãe, é claro que a senhora esqueceu! Como é que o seu sapato poderia sumir daqui, se a senhora nem saiu do carro???
- Minha filha, eu num tô doida, não ... me responda como é que eu iria me arrumar todinha e calçar um sapato só, sem notar a falta do outro pé? Isso é um fenômeno inexplicável! E agora, como é que eu vou entrar na igreja?
A partir desse dia, toda vez que se junta com os amigos o safado é instado a contar essa história, que mais parece uma piada, razão porque resolví postá-la aqui.

segunda-feira, novembro 14, 2005

NOVA ORTOGRAFIA "ORKUTEIRA"


Desde que fui apresentada à nova febre nacional, o ORKUT, comecei a temer pelo futuro da nossa língua-pátria, que, ao meu ver, corre o sério risco de extinguir-se nas teclas dos PC's da vida. Recebo recados num idioma tão exdrúxulo, que às vezes tenho que recorrer ao meu filho para interpretá-los, já que, via de regra, me são enviados por jovens da sua idade. O mesmo acontece quando leio os variados tópicos das comunidades visitadas. Não pretendo ser alarmista, mas não consigo deixar de observar isso com uma certa apreensão.
Lembro-me do tempo em que conviví com jovens estagiários na empresa em que trabalhei, os quais costumavam produzir textos tão absurdos que eu me recusava terminantemente a assiná-los. Resultado: Acabavam me sobrecarregando de trabalho, porque jamais lhes delegava tarefas que exigissem a grande façanha de escrever, por mais simples e menor que fosse o texto... era um tal de "perca de documentos", ou "desculpe o lapes" (aí encerrando um pedido de desculpas por um lapso cometido), sem contar com os infinitivos sem o "r" no final, emprego dos "s", "ss" e "ç" sem o menor compromisso com a ortografia convencional, etc...
A propósito deste tema, recebí uma mensagem enviada pelo meu querido sobrinho, Artêmis (um beijo, meu lindo!) cujo autor, não identificado, faz uma previsão bem humorada de como estarão as redações após a Era da Informática, a qual transcrevo abaixo:
REFORMA ORTOGRÁFICA
Eis aqui um programa de cinco anos para resolver o problema da falta de autoconfiança do brasileiro na sua capacidade gramatical e ortográfica. Em vez de melhorar o ensino, vamos facilitar as coisas, afinal,o português é difícil demais mesmo. Para não assustar os poucos que sabem escrever, nem deixar mais confusos os que ainda tentam acertar, faremos tudo de forma gradual.
No primeiro ano, o "Ç" vai substituir o "S" e o "C"sibilantes, e o "Z" o "S" suave. Portanto:
Peçoas que açeçam a internet com freqüênçia vão adorar, prinçipalmente os adoleçentes. O "C" duro e o "QU" em que o "U" não é pronunçiado çerão trokados pelo "K", já ke o çom é ekivalente. Iço deve akabar kom a konfuzão, e os teklados de komputador terão uma tekla a menos, olha çó ke koiza prátika e ekonômika.Haverá um aumento do entuziasmo por parte do públiko no çegundo ano, kuando o problemátiko "H" mudo e todos os acentos, inkluzive o til, seraum eliminados. O "CH" çera çimplifikado para "X" e o "LH" pra "LI" ke da no mesmo e é mais façil. Iço fara kom ke palavras como "onra" fikem 20% mais kurtas e akabara kom o problema de çaber komo çe eskreve xuxu, xa e xatiçe.Da mesma forma, o "G" ço çera uzado kuando o çom for komo em "gordo", e çem o "U" porke naum çera preçizo, ja ke kuando o çom for igual ao de "G" em "tigela", uza-çe o "J"pra façilitar ainda mais a vida da jente. No terçeiro ano, a açeitaçaum publika da nova ortografia devera atinjir o estajio em ke mudanças mais komplikadas serão poçiveis. O governo vai enkorajar a remoçaum de letras dobradas que alem de desneçeçarias çempre foraum um problema terivel para as peçoas, que akabam fikando kom teror de soletrar. Alem diço, todos konkordaum ke os çinais de pontuaçaum komo virgulas dois pontos aspas e traveçaum tambem çaum difíçeis de uzar e preçizam kair e olia falando çerio já vaum tarde. No kuarto ano todas as peçoas já çeraum reçeptivas a koizas komo a eliminaçaum do plural nos adjetivos e nos substantivos e a unificaçaum do U nas palavras todas ke termina kom L como fuziu xakau ou kriminau ja ke afinau a jente fala tudo iguau e açim fika mais faciu. Os karioka talvez naum gostem de akabar com os plurau porke eles gosta de eskrever xxx nos finau das palavra mas vaum akabar entendendo. Os paulista vaum adorar. Os goiano vaum kerer aproveitar pra akabar como D nos jerundio mas ai tambem ja e eskuliambaçaum.No kinto ano akaba a ipokrizia de çe kolokar R no finaudakelas palavra no infinitivo ja ke ningem fala mesmo e tambem U ou I no meio das palavra ke ningem pronunçia komo por exemplo roba toca e enjenhero e de uzar O ou E em palavra ke todo mundo pronunçia como U ou I, i ai im vez di çi iskreve pur ezemplu kem ker falar kom ele vamu iskreve kem ke fala kum eli ki e muito milio çertu ? os çinau di interogaçaum i di isklamaçaum kontinuam pra jente çabe kuandu algem ta fazendu uma pergunta ou ta isclamandu ou gritandu kom a jenti e o pontu pra jenti sabe kuandu a fraze akabo.Naum vai te mais problema ningem vai te mais eça barera pra çua açençaum çoçiau e çegurança pçikolojika todu mundu vai iskreve sempri çertu i çi intende muitu melio i di forma mais façiu e finaumenti todu mundu no Braziu vai çabe iskreve direitu ate us jornalista us publiçitario us blogeru us adivogado us iskrito i ate us pulitiko i u prezidenti olia ço ki maravilia.

domingo, novembro 13, 2005

MULHERES ... COMO ENTENDÊ-LAS?

Vá entender as mulheres ...

Há muito tento entender o que se passa nas cabeças das mulheres. Por que será que a maioria delas perde completamente a noção de dignidade, amor-próprio, auto-estima, ou seja lá o que isso for, pra ter consigo um homem, não importando quem seja o cara?

Conheço algumas que mereciam ser objeto de estudo, tais as situações ridículas e absolutamente incompreensíveis ao meu parco entendimento às quais se expõem para preservarem consigo o "privilégio" de uma companhia masculina, quase sempre sem qualquer reciprocidade de interesses.
Nada tenho contra a relação homem-mulher, muito pelo contrário! Sou mulher e adoro sê-lo; gosto muito de homem, mas ainda considero que a recíproca tem que ser verdadeira. Jamais estive com um homem só pra não estar sozinha, porque "eu me amo, me adoro e não consigo viver sem mim", como diz a canção popular. Ainda me dou ao luxo de ser qualitativa, embora, na minha idade, a tendência seja o quantitativo ... talvez, por isso, não tenho ninguém, é certo, mas o bom é que mesmo assim me sinto inteira e bem resolvida, já que a essa altura do campeonato as "mancadas" seriam imperdoáveis e eu não me permitiria mais arriscá-las ... nem pensar! Imaginem eu, uma vovó, sofrendo desilusões amorosas ...(que, certamente, viriam) patético!

Mas cá estou eu tergiversando, só pra falar sobre um assunto que tem me deixado "encafifada", como se diz por aqui. Negó seguin:

Ví uma reportagem num desses programas televisivos sobre uma reivindicação que está fazendo um sujeito abominável, um monstro, um ser absolutamente desprezível, que não é outro senão o tragicamente famoso "Maníaco do Parque" ... aquele que torturou, estuprou, matou e até comeu (no sentido lato) partes dos corpos de nada mais, nada menos que 11 (onze!) mulheres. Pois essa pústula está tentando conseguir da justiça(?) o direito de ter "encontros íntimos" na prisão com uma vagabunda com quem se casou por procuração. E sabem por quê? Porque ele quer ter filhos, pasmem, senhores!!!

Daí veio a notícia que me deixou assim, revoltada: Esse sujeito não só recebe cartas de mulheres que se dizem apaixonadas por ele, na prisão, como até casou com uma delas! Mas aí vem a bomba: A infeliz tem 60 (sessenta!) anos e está disposta a se submeter a tratamentos mil para dar a ele a alegria e a felicidade de procriar ... Pooooooooooooooooooooooode???

Alguém pode me explicar o que se passa na cabeça dessa mulher?
Alguém, por mais humano e benevolente que seja, pode concordar com a idéia de que um animal desses venha a ter o sagrado direito de ser pai?
E às mulheres, jovens e cheias de saúde que ele matou, foi dado esse direito?
Que nível de carência pode levar uma criatura a querer manter relações com um ser abjeto desses?
Não! Definitivamente, eu ME NEGO a ser complacente com essa vadia! Não há NADA que ela argumente que venha a me convencer de que essa vagabunda tenha qualquer razão. Senão, vejamos:
Nunca houve convivência entre eles, porque somente se conheceram através de correspondências;
Não pode ser carência, porque esta jamais será satisfeita, já que o desgraçado está condenado a mais de 40 anos e, portanto, quando sair, SE sair, ela já deverá ter passado desta pra melhor (com a graça de Deus! - já vai tarde!);
Uma vez que os seus crimes são considerados hediondos, ele não tem o direito às visitas íntimas ... no máximo, quem sabe, pode aparecer um daqueles detentos do tipo "Trivelatto" que lhe faça a caridade (de preferência, de forma mortal) e, aí, sim, a justiça será feita!!!

Pois é, gente ... pode alguém entender as razões dessa vadia (nem vou chamar de mulher, pra não desonrar ainda mais o nosso gênero)?

O pior é que nada nos assegura que esse direito lhe será negado, já que o nosso Judiciário, como os outros dois poderes, não é confiável. Taí a realidade, que não nos permite sonhar com justiça:
Suzane Richentofen(é assim que se escreve o nome daquela vaca?) e os irmãos Cravinhos, assassina intelectual e executores dos pais dela, estão em liberdade;

Ao juiz federal cearense, que matou um vigilante num supermercado em Fortaleza, ao vivo e a cores flagrado por uma câmara de vídeo, porque este, cumprindo o seu dever, ousou querer proibí-lo de adentrar a loja depois do expediente encerrado, foi concedida uma gorda aposentadoria;

Guilherme de Pádua e a sua dileta esposa, matadores da atriz Daniela Perez, estão livres e isentos de qualquer mácula após alguns poucos anos de prisão;

Paulo Maluf e seu filhinho querido estão no recesso do seu lar, dando risadas e usufruindo do nosso rico dinheirinho (pra eles), depositado em bancos no exterior ...

São tantos os exemplos que tem dado a nossa "justiça", segundo a qual cada brasileiro tem o direito legal de tirar pelo menos uma vida (V.Lei Fleury), que não me surpreenderá a eventual notícia de que o "Maníaco do Parque" venha a ser bem sucedido no seu intento.

Lamentavelmente ...

quarta-feira, novembro 02, 2005

HOMENAGEM AOS FINADOS

Sem inspiração para discorrer sobre qualquer assunto, deixo aqui a minha homenagem aos nossos entes queridos que já partiram, utilizando-me de um poema do incomparável Pablo Neruda:


SAUDADE

"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,mas o amado já ...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida ...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais ...
Saudade é o inferno dos que perderam,é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam ...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter porquem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido ..."

Neruda

terça-feira, novembro 01, 2005

MAIS UMA DE MÔNICA

Alguns aqui já conhecem Mônica, minha ex-assistente doméstica que era, à época em que convivemos (há muito não tenho notícias suas), o protótipo da inocência e do despreparo em matéria de vida social. Apesar disso, tinha uma disposição imensa para o aprendizado e estava sempre me questionando a respeito das coisas que não entendia. Enquanto morou comigo, protagonizou situações ora divertidas, ora emocionantes, as quais, vez em quando, vou relatar pra vocês. Numa delas, já contada aqui, ela mastigou a hóstia consagrada sem ter a menor idéia do que aquela "bolachinha" (palavra dela) pudesse vir a ser e se auto-flagelou semanas a fio, quando eu lhe expliquei do que se tratava; pois bem, esta história aqui não é menos bizarra, posso lhes assegurar:

Na época do vídeo-cassete eu costumava locar filmes diariamente e Mônica sempre me fazia companhia, embora não entendesse patavina do que estava assistindo porque, segundo ela, não compreendia como é que eu conseguia entender o que "aqueles hômi falava". Obviamente, o áudio em inglês tornava impossível pra ela acompanhar o desenrolar das tramas. Foi então que eu lhe expliquei que somente através da leitura das legendas isso seria possível e que o fato de ser analfabeta a descredenciava dessa façanha, aproveitando, também, para lhe fazer entender a importância de saber ler. Observando, porém, que ela continuava muito confusa, usei esta expressão: "Tá vendo essas letrinhas aí, na tela? Pois eu só entendo o que eles falam porque as leio e, como você ainda não sabe ler, não pode interpretá-las, compreendeu?" Pronto. Santo remédio pra que ela nunca mais voltasse a me questionar a respeito.

Nas férias de l988, minha irmã e eu resolvemos ir veranear numa praia próxima a Maceió, junto com nossos filhos, e, é claro, as respectivas babás (que ninguém é de ferro!). Ficamos num condomínio fechado aonde havia muitos turistas estrangeiros e lá um dia, quando almoçávamos no restaurante do balneário, observei que Mônica não conseguia se concentrar na refeição, interessada que estava em ouvir atentamente a conversação dos nossos vizinhos de mesa. Como já estava dando a maior bandeira (porque ela estava, literal e inconvenientemente, com o ouvido colado na boca de um cidadão muito distinto que havíamos conhecido o qual, na ocasião, hospedava uns amigos seus, americanos), repreendí-a, fazendo-lhe ver que aquela atitude era absolutamente intolerável, pela indiscrição de que se revestia. Foi aí que ela me saiu com essa:

- Ô, D. Regina, cuma é que Sêo Fulano (referindo-se ao nosso novo amigo) entende o que esses hômi tão dizeno? Detalhe: Mônica era gaga e isso me custou uns cinco minutos esperando o término da pergunta.
- É porque ele fala inglês, que é a língua dos seus hóspedes - respondí. E aí ela soltou esta "pérola":
- E ... e... e... (gaguejando) e cuma eu num tô veno as letrinha?!!!

Gente, a minha irmã ficou tão estarrecida com aquela pergunta, que começou a chorar de dó dela, tal a ingenuidade ali encerrada.

Claro que não deu pra rir, na hora, por uma questão de respeito à sua involuntária ignorância, mas que foi engraçado, lá isso foi!

quinta-feira, outubro 27, 2005

TEXTO DE RITA LEE

Recebí este texto da genial Rita Lee, enviado por uma amiga e achei tão coerente e oportuno que repasso pra vocês; Se ainda não o conhecem, vale a pena dar uma olhada:



"Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade, até porque elas são desarmadas pela própria natureza: Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas.
Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem aos meninos, para fortalecer sua virilidade e violência.
As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto.
Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência.
É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher.

Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d´água e trouxas de roupa.
Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos.
Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas. São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e a doçura de seus corações.
Nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é só bunda".


Essa mulher é demais, né? Valeu, Rita!

domingo, outubro 23, 2005

RUÍDOS DA COMUNICAÇÃO

Os "ruídos" na Comunicação Social representam tudo o que possa atrapalhar a interação entre os indivíduos, a falta de clareza e de objetividade na mensagem que se deseja passar. Não! Não estou pretendendo dar uma aula sobre essa matéria, até porque seria como ensinar Pai Nosso a vigário, dado o alto nível de competência no assunto demonstrado pelos nossos queridos blogueiros, não só os que me visitam mais frequentemente, mas, também, aqueles que eu costumo visitar sem me pronunciar (eu faço isso, gente!), às vezes por falta de tempo .

Na verdade, isso foi só uma introdução pra contar mais um dos causos que vivenciei, desta vez como um dos protagonistas.

Numa certa tarde, em meados de 1975, estava eu debruçada sobre uma máquina de escrever (jurássico, esse episódio!), concentrada no texto que acabara de redigir, ao mesmo tempo em que pitava meu cigarrinho (nesse tempo ainda não era um pecado capital fumar no ambiente de trabalho), enquanto o zelador, um circunspecto senhor de meia-idade, sisudíssimo, de poucas conversas e tão humilde que jamais levantava a vista para um seu superior hierárquico (no caso, eu), tííííímido de desconcertar qualquer um que lhe dirigisse a palavra, varria a sala contígua à minha. De repente, numa atitude absolutamente inverossímil partindo de semelhante perfil, essa criatura me deixou sem fala ao me dirigir a seguinte frase:
- Dona Regina, quando a sinhora acabar aí, pro favô (sic), me dê o rabo!
Eu simplesmente parei; estupefacta, estarrecida, boquiaberta, perplexa, atônita, surpresa, pasma e um tanto quanto admirada. Depois de me refazer do
impacto causado por tamanho absurdo, perguntei:
- O Quêêêêê!!!?
- Eu dixe: quando a senhora acabar aí, pro favô, me dê o rabo!
- Sêo Nego, eu ouví o que o senhor falou, mas não estou acreditando nisso!
E ele: Tô pedino pra sinhora me dá o rabo, depoi ...(a essa altura, já de olhos no chão, como de costume). E eu, já de cenho franzido:
- Sêo Nego, o senhor quer me explicar o que é que está acontecendo aqui?
- Tô pedino pra sinhora me dá o rabo, quando não quiser mais ...

Enquanto eu matutava sobre a total improbabilidade de que, na mais remota ilação, um dia viesse a prescindir de tal parte da minha anatomia (mesmo que empregada no sentido figurado, atribuí a palavra "rabo", obviamente, à minha região glútea), um colega que a tudo assistia, tão surpreso quanto eu, correu em minha defesa:
- Ô, Sêo Nego, que falta de respeito é essa com Regina? O senhor tá pensando o quê? Eu lhe quebro no cacete, seu porra!

Foi quando o coitado, recompondo-se do vexame de ter levado aquele passa-fora, já gaguejando e tremendo de medo, explicou:
- Eu tô pidino pra ela me dar o rabo do cigarro antes de jogá-lo fora, só isso!

UFA! Diante de tão inocente explicação, enxuguei o suor da testa, suspirei aliviada e, pra coroar o final feliz do episódio, puxei um cigarro novinho em folha e lhe dei de presente. Foi o bastante pra ele sair, todo satisfeito, dando espaço pra que o meu defensor e eu explodíssemos numa gostosa gargalhada.

Isso é o que se pode chamar de RUÍDO DA COMUNICAÇÃO, é ou não é?

Bom domingo para todos e NÃO esqueçam de votar!

quinta-feira, outubro 20, 2005

SAIA DO QUARTO



Gente, do céu!

Vocês podem não acreditar, mas o motivo pelo qual estive ausente estes dias foi um infeliz de um joguinho que quase me deixou pirada!
Não sei se todo mundo já conhece, mas é um enigma forjado por um japonês (não me lembro do nome do miserável), denominado "SAIA DO QUARTO", que quase me deixou maluca: Passei a me dedicar inteiramente à difícil tarefa de descobrir a saída do maldito quarto. Pois não é que conseguí? EUREKA!!!
Fiquei tão feliz em matar a charada, que quando terminei me peguei abraçando a mim mesma ... kakakakakakaka!

Ao final, restou-me a conclusão de que sou, realmente, uma desocupada, sem absolutamente NADA que fazer. Como é que alguém pode se dedicar de corpo, alma e coração a semelhante lezeira?

Bom, mas se houver alguém tão ocioso quanto eu que queira tentar, aí vai o endereço: http://www.saiadoquarto.dagus.com/quarto01.php

Quero ver neguinho "endoidar" ... hehehehehe (sorriso escarninho)!

Aos que tentarem, Boa Sorte!
Aos que conseguirem, congratulações! Nós somos foda, mesmo!

segunda-feira, outubro 17, 2005

QUANDO ME AMEI DE VERDADE

Para reflexão ...


"Quando me amei de verdade compreendi que, em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato...E então, pude relaxar...Hoje sei que isso tem nome...auto-estima.


Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades...Hoje sei que isso é ser...autêntico.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento...Hoje chamo isso de...amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesma...Hoje sei que o nome disso é...respeito.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável...pessoas, tarefas, crenças, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo...De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo...Hoje sei que se chama...amor-próprio!!!

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo...Hoje sei que isso é saber viver a vida INTENSAMENTE.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter razão sempre e, com isso, errei muito menos vezes...Hoje descobri a humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece...Hoje vivo um dia de cada vez, plenamente.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar...Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada." ***


Este é um texto extraído do script do filme "SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS", um dos melhores que já assistí. Transcreví-o aqui no intuito de chamar à reflexão os que se encontram, no momento, vivendo uma fase de baixa auto-estima. Não podemos esquecer que ninguém pode ser amado, ou amar inteiro, se não se ama de verdade, concordam?

Mil beijos e uma semana bem "pra cima"


sexta-feira, outubro 14, 2005

"MELHOR" IDADE (?)

Ontem estive "navegando" no orkut e descobrí uma comunidade que me chamou a atenção: "VÉIOS NO ORKUT" (ou algo assim). Lí alguns scraps e constatei mais uma das maravilhas dessa tecnologia revolucionária das comunicações, que é a informática. É muito estimulante observar como as pessoas tentam "driblar" a solidão na maturidade, vencendo o medo do desconhecido e se atirando à perspectiva da superação de seus próprios limites. Digo isso porque eu mesma resistí heroicamente ao fascínio da internáutica, somente a ela sucumbindo por dever de ofício, diante da inexorável necessidade de modernização das empresas (entre elas, a que trabalhei e onde me aposentei). Confesso que ainda não tenho pleno domínio das lides que envolvem esse complexo sistema, mas reconheço, também, que já conseguí avanços nunca dantes por mim imaginados.
Foi divertido conhecer essa comunidade, onde pessoas idosas trocam poesias, idéias, posicionamentos políticos, opiniões e usam a linguagem descontraída dos jovens para estabelecer comunicação, numa emocionante e compungente tentativa de participação em uma sociedade que teima em ignorá-las e relegá-las ao ostracismo. EVOÉ, MELHOR (?) IDADE!

O contato com a página dos "VÉIOS" me fez refletir sobre um pensamento que lí, anos atrás, o qual passei a questionar a partir de agora (não lembro o nome do autor) :

" BOLHA D'ÁGUA É UMA EXPERIÊNCIA DOLOROSA, MAS, SE FOREM MUITAS, EM UM MESMO LUGAR, ELAS ACABAM SE TRANSFORMANDO EM CALO ... É A ISSO QUE SE CHAMA MATURIDADE" .

SERÁ?

domingo, outubro 09, 2005

MINHA IRMÃ "ZEN"

Hoje voltei de uma breve viagem à minha terra natal, pra onde fui com a finalidade de buscar minha "Santa Mãezinha", que não perde um evento importante da família, a fim de participar das cerimônias de formatura de um dos meus sobrinhos em "Ciência da Computação", que ocorre nesta semana, aqui em Recife, pela UFPE. Minha companheira de viagem foi uma das minhas irmãs (a mais "zen" da família), para quem tudo está muito bem, desde que ela não tenha que "quebrar cabeça" pra assimilar.
Essa minha irmã tem sido protagonista de situações tão hilárias, dado o seu desligamento, que nos faz transbordar de rir. Uma delas aconteceu nesta supracitada viagem: Em conversa com uma terceira irmã (como vocês já sabem, a prole é grande), ela me saiu com essa: "Quando você for lá em Recife, a gente vai assistir a esse filme que está em cartaz, " OS DOIS IRMÃOS DE SEVERINO". Claro que ela estava se referindo à história dos irmãos Camargo, "OS DOIS FILHOS DE FRANCISCO". Foi dái que comecei a repassar alguns dos episódios inverossímeis que vivenciei com ela.
Numa das vezes em que estive em Caruaru, ao estacionar na principal avenida da cidade, fui surpreendida pela exclamação de alguém que passou rapidamente, ao volante de um carro, gritando o meu nome completo: "REGINA CÉLIA SIMÕES!"... Imediatamente reconhecí aquele meu antigo colega, que eu já não via há anos, a cujo chamado respondí, incontinentemente": T... C...R! (naturalmente, pra devolver a gentileza de ter lembrado do meu nome, citei o seu, na íntegra). Quase caí dura quando aquela minha desligada irmã me perguntou: " Esse é aquele teu amigo, que morreu assassinado?" Eu falei: "Não, né? Como pode ser o mesmo?" E ela insistiu: "Ô, Regina, tu não estás lembrada, mas eu sim" Lembro que choraste copiosamente pela morte desse rapaz". Deu um trabalhão convencê-la de que jamais poderia se tratar da mesma pessoa, pois "as almas do purgatório" NUNCA poderiam estar passeando de carro, ao meio-dia, em plena avenida!
Outra dela: No encerramento do Carnaval/2005 do Recife Antigo, a apoteose foi o show de Alceu Valença. Tendo vindo embora mais cedo, não assistí à sua apresentação. No dia seguinte, ela me ligou pra falar de como tinha sido espetacular aquele show; da emoção que a multidão sentiu quando Alceu abriu o show cantando o Hino de Pernambuco. Palavras dela: Quando Alceu começou a cantar: "Ouviram do Ipiranga às margens plácidas ..." a galera foi ao delírio!
Eu retruquei: "Mas ele não cantou o hino de Pernambuco?! E ela: "Ah, sim, eu confundí"... Estas são só duas das história que envolvem a alienação dessa minha irmã.
Vocês podem não acreditar, mas, em plena época da repressão, nos fatídicos primórdios da Ditadura Militar, ela foi parar no DOI-CODI pra responder por quê havia assinado uma lista de solidariedade a um colega de trabalho preso por subversão! Mas não pensem que havia naquela cabecinha oca qualquer temor, ou que a sua assinatura naquela lista foi aposta por consciência política . NÃO! Ao ser inquirida, a única coisa que a preocupava era o fato de que o seu salário do mês havia sido suspenso e, PASMEM! Segundo a própria, uma vez que era novata na repartição, os colegas a convenceram a assinar, sob o argumento de que aquele sujeito tinha sido injustiçado e precisava da solidariedade dos amigos (o que não deixava de ser uma verdade absoluta!). O fato é que o militar que a inquiriu percebeu tão claramente a sua inocência, que a dispensaram da punição. É mole?

quarta-feira, outubro 05, 2005

A VINGANÇA DO TAXISTA

Sempre ouví falar da proverbial preferência dos homens pelas mulheres que os traem e, por isso, se tornam indeléveis nas suas memórias como uma situação mal resolvida que eles, na sua machice, não conseguem digerir e alimentam, em suas fantasias, a necessidade de "passar a limpo". Alguns, até, vão ao extremo de matar as suas caras-metades por havê-los desaprovado como parceiros, quer emocional, quer sexualmente, ou sabe-se lá em que sentido ...
Conhecí um desses espécimes na época em que estava esperando a chegada do meu filho, mas, confesso, nunca imaginei que um tipo daqueles pudesse sair do papel de protagonista de piadas. O sujeito era o propriamente dito "CORNO CONFORMADO", deixando transparecer, até, uma certa satisfação masoquista pela sua inusitada condição. Foi assim:
Quando atingí o oitavo mês de gestação, a minha barriga era uma coisa descomunal em proporção à minha altura, que não chega a 1,55m., razão porque o médico me proibiu de dirigir o carro, pois, tendo pernas muito curtas, era necessário trazer o banco do motorista até o mais perto do volante possível e, com isso, o barrigão ficava comprimido naquele curto espaço físico, o que poderia tornar as viagens desconfortáveis tanto pra mim, como para o bebê. Até tentei ir trabalhar de ônibus, mas quase morrí de vergonha quando fiquei presa na catraca e tive que descer pela mesma porta que entrei, ouvindo do cobrador: "Motorista, abre a porta da frente que vai subir uma buchuda!"
Essa experiência me fez contratar um taxista pra me transportar de ida e volta ao trabalho até que chegasse o "grande dia". Foi aí que conhecí aquela figura!
Todos os dias o homem tinha um episódio de traição da sua mulher pra me contar, enquanto sacava um monte de papel do porta-luvas pra me mostrar quantas vezes esteve envolvido em brigas e contendas que acabavam em delegacias, por lesões corporais que ele produzia nas inúmeras pessoas que o taxavam de "Corno" - pra provar o quanto defendia a sua santa esposa das maledicências dos vizinhos. Até que um dia, ele resolveu seguí-la e foram tantos e tão bizarros os episódios que vivenciou, perseguindo-a aonde quer que fosse com o seu amante a tiracolo, que comecei a achar que o sujeito tava mais era curtindo aquele voyerismo. Uma das vezes ele me contou que se disfarçou, pondo uma peruca e óculos escuros e sentou-se bem atrás do casal num dos cinemas da cidade. Ficou horrorizado ao perceber que os dois não tinham ido até alí assistir ao filme em cartaz, já que nem por um momento dirigiram seus olhares à tela, ocupados que estavam em se acariciar e beijar muuuuuuuuuuuuito! Aqueles beijos mexeram tanto com o cidadão, que ele cuidou em chegar em casa mais cedo que a esposa-traíra, esperou-a pacientemente até vê-la transpor o limiar da porta e correu pra cima dela (disse ele, com muita fúria - o que me fez temer pela vida daquela Messalina), segurando-a pelos ombros, olhos nos olhos, falou assim: "Eu só quero uma coisa de você: que me dê um beijo daqueles que deu naquele cabra safado, no cinema"! E ela, é claro, não deu.
Eu pasmei! Pois aquele não era o homem que costumava "furar o bucho" dos que lhe desagradavam, com a mesma naturalidade com que acendia um cigarro? Bom, locubrações à parte, prossigamos:
Teve, também, uma ocasião em que o mal-amado marido postou-se defronte a um motel de beira de estrada (daqueles tipo "O sol nasceu pra todos" - acreditem, tem um motel na BR 232 com esse nome!) e esperou uma tarde inteira que os dois saíssem, só pra seguí-los até as proximidades de sua casa e contentar-se em assitir ao beijo de despedida - a porta do motel, trancada, não havia lhe dado chance de ver o que aconteceu lá dentro ... tsc,tsc, tsc ..."essa dúvida é que me mata" ... pensava ele.
Somente quando o homem, com a cara mais aborrecida do mundo, me perguntou o que é que eles tanto faziam ali, uma tarde inteira, argumentando que não precisava de tanto tempo assim pra fazer "aquilo", foi que eu vim a compreender as razões da mulher em ter optado por "outros pastos". TINHA que haver algum motivo!
Mas o melhor da história foi o desfecho: Cansada de "dar bandeira", a mulher, percebendo que suas escapadelas estavam muito mais satisfazendo o voyerismo do marido do que o magoando, resolveu "sartá fora" e lhe avisou que estava deixando a casa pra ir morar com o "pé-de-lã". Acontece que o casal tinha sete filhos e foi aí que o traído deu a monumental "volta por cima": No dia seguinte, dirigiu-se à nova residência da esposa com toda a filharada, chamou o "urso" na porta e desferiu-lhe o golpe fatal: "Estão aqui os nossos sete filhos, que eu trouxe pra você criar junto com essa vagabunda ... quem come a carne, amigo, rói o osso"! E deixou aquele "presente de grego" para o desafortunado casanova.
BEM FEITO! - diria, com certeza, a minha mãe.

segunda-feira, outubro 03, 2005

CAMPANHA DO DESARMAMENTO - SIM ou NÃO?

Estamos vivenciando a campanha para o referendum da Lei da Proibição à Comercialização de armas de fogo no Brasil e confesso que ainda não estou perfeitamente convencida da eficácia dessa proibição. Por um lado, penso que isso poderá evitar acidentes domésticos de larga ocorrência, principalmente no que diz respeito ao manuseio de armas por crianças, notoriamente curiosas e sem qualquer senso de perigo; Por outro lado, acho que a proibição, além de nos deixar completamente sem chance frente a uma ameaça real (tão palpável e iminente, nos nossos dias), na verdade estará dando à marginália o livre acesso ao nosso já tão vilipendiado patrimônio. Sim, porque se os bandidos, hoje, ousam atacar empresas de todos os ramos, inclusive aquelas em que há policiamento ostensivo e, até, bancos que ficam situados em postos policiais - aqui, em Recife, eles roubaram o cash localizado dentro da Polícia Rodoviária Federal ! - mesmo supondo que pode haver uma retaliação imediata, imagine-se o que farão com o cidadão comum, as residências, as escolas, etc... se tiverem a certeza de que sairão impunes? Até porque, nós sabemos que a violência urbana não será erradicada por decreto e, também, que as leis não costumam ser levadas a sério neste país. Ou seja, a clandestinidade estará instituída oficialmente, se aprovada a tal Lei. A Lei Seca, que imperou nos Estados Unidos na década de l930 (salvo engano) é um bom exemplo a ser considerado, descontando-se, aí, a obediência cultural às leis que lá existe (embora saibamos que essa "obediência" tem tudo a ver com o apego dos norte-americanos ao vil metal, já que qualquer transgressão, lá, é muito onerosa, sem distinção de classe social ou econômica - é o que se diz) .

Sei não ... também não sou muito a favor de proibições, ainda mais quando sugeridas pelo poder. Digamos que sou um tanto quanto rebelde, tipo "Hay gobierno, soy contra! Vou pensar. Enquanto isso, estou aberta ao debate. Opinem, por favor!


Quero deixar um recado para Fernando, o mitoculto: Num tô conseguindo postar nada nos teus coments, visse? Mesmo assim, tô te visitando sempre.

Obrigada pelo apoio moral que recebí de todos quando da minha "recaída" a semana passada, mas acho que o baixo astral já saiu deste corpo, que não lhe pertencia, MESMO!

ÓTIMA SEMANA!

sexta-feira, setembro 30, 2005

ESCLARECIMENTOS

Há muito devo um esclarecimento aos que me visitam com frequência e só hoje me ocorreu fazê-lo, pedindo as devidas desculpas pelo atraso. Negó seguin: Como sou, ainda, um embrião de blogueira, não tenho pleno domínio de todos os trâmites necessários a uma boa performance, como, por exemplo: ainda não aprendí a postar imagens (nem como procurá-las); não sei colocar fotos (todas as minhas tentativas foram frustradas) e, tampouco, responder aos comentários que os meus gentís visitantes postam; Ou seja, depois que a minha gurua, Lilith, me presenteou este blog, somente aprendí a postar as baboseiras que tenho escrito aqui. Portanto, não pensem que estou sendo indelicada quando não posto as respostas, pois é pura ignorância, mesmo!
Mas não há de ser nada... o dia 30 de outubro tá chegando e, com ele, a Lilith, de volta à terrinha e aí, sim, vou "alugá-la" aqui em casa, até que ela me torne uma expert no assunto, ok?


REFLEXÕES

Hoje tô meio "down"... Recebí a notícia de que um ex-amor (talvez o único, não sei) tá na UTI, tentando se recuperar de um infarto cardíaco e a expectativa de melhoras não é muito promissora ... isso me fez refletir sobre a nossa história e imaginar como teria sido se nós não fôssemos tão jovens, à época, e não tivéssemos sido tão turrões um com o outro. Acho que esse meu estado de espírito tem a ver com recentes declarações que ele andou fazendo a familiares meus de como foi apaixonado por mim, coisa que eu ignorava até então...mas, também, vamos e convenhamos: Um sujeito que guarda por mais de quarenta anos um segredo desses, tá construindo o quê? Ele tinha mais era que ter dito isso pra mim, a principal interessada, né não?
E pensar no quanto eu sonhei ouvir isso, naquele tempo! Gostaria que ele tivesse noção do mal que causou a nós dois, com a sua fingida indiferença ...não, peraí! ... o cara tá às portas da morte e, se ele sabe, agora, que era correpondido ... vai "bater as botas" de uma vez por todas ... melhor não! Deixa assim. O mal já foi feito, mesmo, e nada vai mudar os nossos destinos ... até porque eu crescí, perdí a inocência e com ela se foi também a minha credibilidade no amor puro e verdadeiro. A irreversibilidade do tempo serve pra isso: faz-nos acordar dos sonhos e viver a realidade da forma menos dolorosa possível.
Agora, só vai citando o Mestre, Chico Buarque de Holanda:
"Tinha cá pra mim que vivia, enfim, o Grande Amor - Mentira!"

Hoje eu tô assim ... desculpem o desabafo e o tom um tanto rude, fugindo diametralmente da minha proposta inicial, que seria o Riso e a Alegria. Foi mal!