terça-feira, julho 31, 2007

MACONDO É AQUI?


Quando li ‘CEM ANOS DE SOLIDÃO”, do genial García Marquez, ví tanta similaridade entre Macondo e o Brasil que acabei chegando a uma conclusão: Este país não existe! Ele é apenas o fruto da imaginação de um escritor surrealista e nós, os brasileiros, meros personagens da sua bizarra história. Foi assim que passei a contemplar tudo o que ocorre aqui como alguém que está lendo uma obra do gênero, cujo final é absolutamente imprevisível. Conseqüentemente, anulei todas as minhas assinaturas de revistas e jornais, bem como deixei de acompanhar as notícias pela TV, para evitar a fatídica manipulação que estas provocam em quem as leva a sério. Definitivamente não dá pra levar a sério um país desses! A coisa é tão grave, que até o volume de medalhas abiscoitadas por ocasião do PAN, pelos nossos atletas-heróis (apurem-se as dificuldades que cada um teve que enfrentar até chegar ao pódio) está sendo visto como algo digno de desconfiança. “Não! – dirão alguns – Essas medalhas foram, realmente, conquistadas ... Afinal, é a primeira vez que eles disputam em casa e o calor da galera os impulsionou a dar o máximo de si”. Sei lá!



Depois do fiasco de ver o nosso famigerado “Fenômeno”, um jovem atleta, mal saído dos “cueiros”, cujo preparo físico era decantado e alardeado aos quatro cantos do mundo, desabar, literalmente, na final da Copa do Mundo, na França – que, não por acaso, era sua adversária naquela partida – e, assim, “entregar” o campeonato à sua rival-anfitriã, não duvido de mais nada. Curioso é que nunca mais se ouviu falar que o tal jogador fenomenal tivesse qualquer “piripaque” daqueles. Muito pelo contrário: Engordou, comeu todas as modelos internacionais e nacionais que quis e ... Entrou no esquecimento ... Estraaaaaaaaaanho!

Mesmo “de mal” da imprensa, vi na TV uma coisa que só veio corroborar o que penso deste país-piada, ao tempo em que pude confirmar que não estou só nessa idéia: Logo após mostrar um certo Brigadeiro JOSÉ CARLOS PEREIRA, presidente (ou já será ex?) da INFRAERO, se perdendo todo em explicar como tratar um PEPINO (numa alusão metafórica à situação do caos aéreo), a emissora-mor, concomitantemente, traz ao ar uma cozinheira versada justamente no trato do fruto, lato-senso, mas o sentido da palavra continuou dúbio pra mim, quando vi o nome da tal mestre-cuca: DONA CHUPETINHA!
“ELEMENTAR, MEU CARO WATSON” ... pensei. Que nome mais conveniente poderia ter quem trata um pepino com tanta maestria?
Ah! Essa minha cabecinha pervertida ...


No momento em que ví as reportagens me veio à mente uma ocasião em que uma colega de trabalho, tendo ficado sem empregada pra olhar os pássaros que criava, em casa, matutou a tarde inteira pra encontrar uma forma de trazê-los pra repartição, no dia seguinte, mas tinha dúvidas quanto à adaptação deles, de espécies diferentes, numa só gaiola. Ela era meio nerd e a gente ficou pasma em vê-la preocupada com semelhante leseira, apostando que ela não levaria a cabo essa idéia estapafúrdia. Estávamos enganados. No dia seguinte, eis que surge a desmiolada trazendo uma gaiola com dois pássaros, toda feliz da vida, dizendo: “TÔ TÃO FELIZ ... ELES SE DERAM TÃO BEM AÍ DENTRO! Quando eu, atônita, perguntei quais eram suas espécies, ela me veio com essa: “É UM BIGODE E UM PERIQUITO”. Não pude resistir e, morrendo de rir, disparei: “TINHAM MAIS ERA QUE SE DAR BEM, MESMO”!!!


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Em atenção a todas as mensagens de carinho recebidas, às preces e energia emanada de todos os queridos amigos que se solidarizaram com a minha dor, enquanto estive ausente daqui - por motivos óbvios - informo que a minha irmã já está em casa e apresenta sensível melhora desde que recebeu alta. Sou-lhes muito grata por tudo. É reconfortante nos sabermos rodeados de gente sangue-bom como vocês, para quem dirijo a minha sincera gratidão Valeu! Contem sempre comigo!



terça-feira, julho 17, 2007

EU CONSEGUÍ !!! - TÔ FICANDO UMA MOCINHA!


Afemaria, que vexame! Eu já não tinha mais argumentos pra justificar a minha falta de gratidão e reconhecimento pelas indicações do Sheherazade, feita pelos queridos amigos LILI, do http://quaseamor.zip.net/ e ARMANDO, do http://livrosemfinal.zip.net/, para o prêmio do selo dos "Blogues que fazem rir". Não é que eu não tenha ficado feliz com a indicação, mas, como todos (inclusive eles dois) estão cansados de saber, eu sou uma "bolha cósmica" nesse negócio de florear o blog e ainda não tinha aprendido como fazer para publicar o selo aqui. Isso, aliás, já estava mexendo com o meu ego, pois era um desafio que eu tentava vencer a cada dia, passando horas tentando e queimando os meus dois neuroniozinhos pra descobrí-lo sozinha ... Pois hoje, meus queridos, EU CONSEGUÍ! E pra vocês não dizerem que se trata de lero-lero, ei-lo aí, acima e do lado, o meu troféu (nos dois sentidos: O prêmio propriamente dito e a superação dessa dificuldade que já estava me deixando em dúvida quanto à minha capacidade de raciocinar - coisa da qual NUNCA ANTES eu havia duvidado) doravante parte integrante da minha página!!!

Lili e Armando: Vocês me fizeram muito feliz. Muito grata pela indicação e pelas "dicas" que tentaram me dar pra publicá-lo. VALEU!!!
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MUDANDO DE CONVERSA
Estou seriamente desconfiada de que alguém, via Internet, está definitivamente empenhado em me fazer entrar numa crise de identidade sem precedentes. Explico: Faz um tempão que recebo, sistematicamente, e-mails de pessoas das quais jamais ouví falar, todos no idioma inglês, tentando me vender produtos pelos quais não tenho qualquer interesse, como: Viagra; Drogas as mais diversas: Pra aumentar o tamanho do pênis (?) (!); Ecstasy; Pra melhorar a performance na cama e pra curar um monte de outros sintomas dos quais eu, pra ser portadora, precisaria ser um velho, coroca, de pinto miudinho ou uma mulher-brocha, daquelas que lêem revista enquanto o coitado do parceiro se acaba em cima dela ... Eu, hein? Tá mais do que provado que esse povo, definitivamente, não me conhece!
E não adianta bloquear seus endereços, porque proliferam como ninhada de ratos. Vão-se uns, mas vêem outros, com as mesmas propostas. Tô ficando injuriada com esse negócio! Das duas, uma: Ou me querem pirar de vez, ou pensam que vão acabar me fazendo acreditar que não sou a mulher arretada, que sempre fui, dando conta do "serviço" (sem reclamações e com direito a bis, diga-se de passagem) com galhardia e ... modéstia ...
Ah, Coitados! Podem tirar o seu cavalinho da chuva, porque esse intento não vão conseguir, MESMO! Tô até desconfiada que isso seja obra da Igreja Universal, pra ver se eu baixo o meu fogo e, de quebra, também me candidato a um loteamento no céu ... Será? Se for, alguém já deve ter me entregado ao Bispo Macedo, já que eu sou uma contumaz desafeta dos seus métodos pra enriquecer à custa dos incautos. Vai ver, é isso!

domingo, julho 08, 2007

ENCHENDO LINGUIÇA (2)




Recebí essa imagem, de uma amiga, com a recomendação de que a fizesse circular pela Internet até chegar ao destinatário. Quem sabe, assim, pudéssemos, de fato, renovar os quadros do Congresso Nacional ... Mas, pensando bem, faltou uma observação aí, pois se ele resolver fazê-lo num dia aleatório talvez não atinjamos o nosso objetivo. Portanto, devemos ficar atentos para aquela data em que tenhamos a certeza de que o comparecimento dos nossos representantes seja massivo, ocasião em que TODOS eles tenham absoluto interesse na pauta, ou seja, quando da votação do aumento dos seus próprios salários. SE LIGA, BRASIL!


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NUNCA SUBESTIME OS VALORES FEMININOS ... A VÍTIMA PODE SER VOCÊ!


"Casamos novos. Ela com 19 e eu com 20 anos de idade. Lua-de-mel, viagens, mobílias na casa alugada, prestações da casa própria e o primeiro bebê. Anos oitenta e a moda era ter uma filmadora do Paraguai. Sempre tinha um vizinho ou amigo contrabandista disposto a trazer aquela muambazinha por um preço módico. Ela tinha vergonha, mas eu desejava eternizar aquele momento. Invadi a sala de parto com a câmera no ombro e chorei enquanto filmava o parto do meu primeiro filho. Todo mundo que chegava lá em casa era obrigado a assistir ao filme. Perdi a conta das cópias que fiz do parto e distribuí entre amigos, parentes e parentes dos amigos. Meu filho e minha esposa eram o meu orgulho. Três anos depois, novo parto, nova filmagem, nova crise de choro. Como ela categoricamente disse que não queria que eu filmasse, invadi a sala de parto mais uma vez com a câmera ao ombro. As pessoas que me conhecem sabem que havia apenas amor de pai e marido naquele ato. O fato de fazer diversas cópias da fita era apenas uma demonstração de meu orgulho. Nada que se comparasse ao fato de ela, essa semana, invadir a sala do meu urologista, câmera ao ombro, filmando o meu exame de próstata. Eu lá, com as pernas naquelas malditas perneiras, o cara com um dedo (ele jura que era só um!) quase na minha garganta e a mulher gritando:


- Ah! Doutor! Que maravilha! Vou fazer duas mil cópias dessa fita! Semana que vem estou enviando uma para o senhor!


Meus olhos, saindo da órbita, a fuzilaram, mas a dor era tanta que não conseguia falar. O miserável do médico girou o dedo e eu vi o teto a dois centímetros do meu nariz. A mulher continuou a gritar, como um diretor de cinema:


- Isso, doutor! Agora gire de novo, mais devagar. Vou dar um close agora...


Alcancei um sapato no chão e joguei na maldita. Agora, estou escrevendo este e-mail, pedindo aos amigos que receberem uma cópia do filme, que o enviem de volta para mim. Eu pago o reembolso."

Autor não identificado.

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Agradeço de todo o meu coração aos amigos queridos que se solidarizam comigo neste período de abalo emocional pelo qual estou passando e que teima em se alastrar, sem qualquer mudança substancial no estado de saúde da minha irmã. Tenho recebido lindas mensagens de carinho, que me dão força e me reconfortam por saber que não estou só. Vocês são o meu esteio. MUITO GRATA, MESMO e desculpem a falta de inspiração para discorrer sobre idéias próprias.

terça-feira, julho 03, 2007

DANDO AS CARAS


Passado o impacto da "Semana de Cão" que viví entre os dias 25 e 30 últimos, volto aqui pra explicar o porquê do meu forçoso sumiço:


Logo na segunda-feira, pela manhã, fui surpreendida com um telefonema que me deixou aflita. Minha irmã mais velha havia sofrido um AVC - Acidente Vascular Cerebral e estava sendo socorrida num hospital local. Logo ela, que até então deixava a todos nós pasmos pela vitalidade e dinamismo que sempre foram a sua característica principal, agora encontrava-se sem os movimentos por todo o lado direito do corpo, sem fala, sem reconhecer ninguém e apresentando paralisia facial. Foi como uma bomba! Não foi e nem está sendo fácil conviver com essa realidade. Uma pessoa que vivia intensamente cada momento da vida como se fosse o último; que jamais dizia não a um convite pra uma boa farra, sempre regada a uisque, música e muita alegria; que estava sempre disposta a sair, mesmo que tivesse chegado de uma noitada há poucas horas (isso me impressionava bastante, porque, mesmo apreciando muito uma balada, eu "durmo devagar" e ninguém conte comigo antes de matar o meu sono, no dia seguinte!). Agora estava alí, numa cama de hospital, sem capacidade, sequer, de se comunicar ... Muito triste, essa constatação de que somos todos vulneráveis e de que o minuto passado pode ser o último da nossa vida saudável!

Ao mesmo tempo, fica a mensagem que ela tanto tentou passar: Viva cada dia como se fosse o último da sua vida, pois ninguém viverá os seus sonhos.

Agora já estamos mais otimistas. Os médicos dizem que, tendo passado o perigo das 72 horas pós-AVC, o quadro pode se reverter e ela poderá, lenta e gradualmente, recuperar tanto os movimentos como a fala, com a ajuda de fisioterapeuta e fonoaudiólogo. Ainda não percebemos sensíveis melhoras, mas estamos esperançosos de que isso venha a acontecer brevemente.


Dando sequência à aziaga semana, na terça-feira seguinte ao acidente com a minha irmã e, mais uma vez, por telefone, recebo a notícia do falecimento de uma pessoa que marcou um período breve, porém inesquecível, da minha vida: Fôra embora para sempre o homem que me fez feliz e me mostrou que o amor, realmente, pode ser eterno enquanto dura.

Viví com ele por dois anos, uma década depois de separada do primeiro marido que, como se diz por aqui, "me deixou sal na moleira" quanto à vida a dois. Numa época em que eu considerava inimaginável a possibilidade de voltar a viver com alguém e, "curtindo a vida adoidado", não levava a sério qualquer relacionamento, "caí de quatro" por esse homem, a ponto de conhecê-lo num fim-de-semana e na quinta-feira seguinte já estarmos morando juntos, bem à moda televisiva. Foi uma época memorável e tivemos momentos ímpares, desses que a gente chega a pensar que nunca mais vai ter fim. Ele foi um homem encantador. Companheiro, amigo, cúmplice, amante e parceiro inigualável de todas as horas, mas uma falha no seu caráter veio pôr fim ao nosso idílio: Era viciado em jogatina e eu tive, a contragosto, de abrir mão do meu enlevo emocional e do único hiato de amor real e palpável que vivenciei, em toda a minha vida, em detrimento do meu solitário sossego.... Com os aplausos do meu filho, que, por motivos óbvios, não o tolerava e fazia tudo para nos separar, reforçando o velho clichê do filho-homem enciumado (eu mereço!).


Nunca me arrependí da minha decisão de tê-lo expulsado da minha vida, apesar de todo o sofrimento decorrido disso pra ele, pra sua família - que até hoje me adora ... Pude constatar isso na ocasião do seu sepultamento - e pra mim mesma, que não sou de pedra, mas me amo demais pra jogar todos os meus mais caros valores, que compreendem dignidade e honra, na lata do lixo, por alguém que não quis ser ajudado a conquistar esses mesmos valores e trocou tudo o que tinha pelo vício. Infelizmente, pra nós dois, nunca mais conseguimos - ele e eu - nos reabilitar nesse campo... Acho, até, que gastamos todo o nosso teor de amor um com o outro.

Morreu sozinho, de um carcinoma no cérebro, na terça-feira, 26 de junho, cinco dias após descobrir a causa da sua doença e vinte e quatro dias após ter sido internado sob a suspeita de ter sofrido um AVC.

Tenho sofrido muito com a sua perda definitiva, porque há em mim um insistente e recorrente sentimento de remorso por não ter podido dizer-lhe quão importante ele foi na minha vida ... E a certeza de que ele jamais saberá disso não me faz bem, principalmente depois de saber, pela sua mãe, que ele se foi pensando que eu o desprezava.

Ah! Se ele soubesse quanta falta me fez e que ninguém jamais o substituiu em meu coração!