segunda-feira, novembro 24, 2008

DARWIN TINHA RAZÃO




Estou cada vez mais convencida de que somos uma espécie em evolução, principalmente observando o comportamento das crianças de hoje e comparando-as com as da minha geração. Sou de um tempo em que havia uma verdade insofismável: PAI E MÃE NÃO MENTEM! Pra essa afirmativa não cabia qualquer questionamento e, fosse qual fosse o absurdo que ouvíssemos dos nossos genitores, tínhamos que aceitá-lo, mesmo não havendo possibilidade alguma de que aquilo correspondesse à verdade.


Parecíamos compactuar com as farsas que nos eram impostas e os pais não tinham qualquer receio de que, um dia, lá na frente, suas máscaras cairiam e nós os veríamos, fatalmente, como na realidade são: Apenas seres humanos cheios de falhas tentando forjar cidadãos que, por sua vez, mesmo desencantados, no futuro não só lhes perdoariam, como, até, lhes aplaudiriam, citando os seus exemplos, frustrados por não conseguirmos, junto aos nossos filhos, os mesmos resultados que obtiveram conosco.


Às vezes me pego pensando em como éramos ingênuos. A verdade estava alí, na nossa cara, mas não podia ser revelada nem, sequer, admitida, sob pena de sofrermos severos castigos, "como manda a Santa Madre Igreja". A perspicácia era punida, ao invés de incentivada. A mais marcante de todas, até hoje, na minha cabeça, foi "o conto da cegonha", que eu engolí durante tanto tempo e, o que é pior, nunca gastei um neurônio sequer tentando compreender por que meus irmãos e eu éramos obrigados a ficar do lado de fora da nossa casa, quer chovesse ou fizesse sol, vigilantes e atentos, esperando a malfadada ave pousar no nosso telhado, o que, obviamente, NUNCA acontecia. Até ouvirmos o estridente choro do bebê, quando voltávamos pra casa, sorumbáticos e frustrados, tentando entender como aquele pássaro filho da puta tinha conseguido burlar a nossa vigilância, adentrando a casa sem se fazer notar.


Aquela pantomima era levada tão a sério, que os meus pais até orientavam os irmãos mais velhos a se infiltrarem entre nós, os crédulos espectadores mirins, pra que jurassem ter visto a tal cegonha, o que nos deixava mais putos... "Eu juro que ví quando ela pousou lá na cumeeira" - dizia um: "Vocês não viram, não?" - perguntava outro ... E nós ficávamos ainda mais desencantados, pois tínhamos absoluta certeza de não termos tirado os olhos do espaço um segundo só. Que sacanagem!




É por essas e outras que às vezes tenho a impressão de que as crianças nasciam meio burrinhas, somente vindo a desenvolver a habilidade da inteligência ao longo do tempo (tsc, tsc, tsc ... Eu tenho que me defender, de alguma forma, né gente?). Nunca me esqueço do dia em que ví minha mãe lavando uma calcinha da minha irmã, suja de sangue e, eu, já em prantos, ao levantar a possibilidade de que ela tivesse contraído uma doença muito séria, a minha mãe saiu-se com essa: "NÃO, FILHA. ISSO AÍ NÃO É SANGUE, NÃO! É QUE EU DEIXEI ESSA ROUPA MUITO TEMPO QUARANDO E O SOL, MUITO FORTE, A QUEIMOU!".... E EU ACREDITEI!!!

Tá certo que o sol do nordeste é inclemente e causticante, mas, peraí, Mãe!


Fico pensando como seria se eu ousasse fazer isso com o meu filho ou, até mesmo, com a minha neta ... Era capaz de ser levada à justiça (por eles próprios, o que é pior!) por estar violando-lhes o sagrado direito à informação.


Daí a conclusão de que Darwin tava mais do que certo.




imagem: www.passeiweb.com

terça-feira, novembro 18, 2008

O PREÇO DA VAIDADE



A gente tá cansada de saber sobre os trágicos estragos que o excesso de vaidade tem produzido nas pessoas, inclusive deformando-as de forma definitiva, especialmente as mulheres (vejam na foto o que essa mulher conseguiu tentando atingir a perfeição). Lí recentemente no blog da Luci sobre uma sul-coreana, Hang Mioku, de 48 anos, que chegou ao cúmulo de injetar óleo de cozinha (!) no próprio rosto depois que os médicos, tendo-a diagnosticado como psicótica, negaram-se a continuar lhe aplicando doses e mais doses de silicone. A pergunta que não quer calar é: QUEM CARGAS D'ÁGUA DISSE A ESSA CRIATURA QUE O ÓLEO DE COZINHA TERIA A PROPRIEDADE DE LHE ATENUAR AS AS MARCAS DO TEMPO? Vai ver, foi algum fabricante do produto ou, então, ela já tava tão doida, que incorporou uma batata frita ... Será?!
Bom, mas o que eu quero aqui é contar o "causo" de Sêo Adalberto, a propósito do tema vaidade, inspirada não só no post da Luci, supracitado, como num comentário da Susi no meu post anterior.
"Sêo" Adalberto era um coroa muito divertido com quem trabalhei na minha juventude, no escritório de uma indústria de grande porte em Caruaru. Ele era o que se pode chamar de uma figura "VIP" na sociedade local da época, por força da sua arte e maestria em decoração de ambientes, especialmente em festas de casamento, pelo que era muito requisitado, principalmente pelas famílias mais abastadas, até porque o preço dos seus serviços não poderia ser bancado pela ralé ignara, jamais. Mesmo se assim o fosse (e que Deus tape lá as "ouças", porque o velho Adalberto já partiu desta pra melhor), ele não se prestaria a tal desfrute, porque, diga-se de passagem, o outrora "rapaz alegre" não tinha lá grandes simpatias pelos menos favorecidos - como é de praxe nessa categoria - e isso, no seu entender, poderia comprometer a finesse do seu trabalho.
Como não poderia deixar de ser, pelo perfil aqui traçado, V-A-I-D-A-D-E era o seu nome e, portanto, aquela cidadezinha tão mixuruca, incrustada no agreste pernambucano, não oferecia condições para a sua requintada indumentária, o seu cartão de visita no exercício de arte tão identificada com o luxo das altas camadas sociais. Em vista disso, nas festas de fim-de-ano - ocasião que exigia um apuro maior no trajar - ele rumava pro Recife pra se "paramentar" de acordo com os ditames da moda, em casas especializadas e reconhecidamente chiques.
Segundo ele próprio, quando estava muito atarefado e não lhe sobrava tempo suficiente pra escolher a indumentária completa na capital, até encarava encomendar o terno a TINÉ, um famoso alfaiate local, mas uma coisa da qual jamais abria mão, era comprar os sapatos na loja mais badalada do Recife, a REMILET CALÇADOS. Isso, não!
Naquele mês de dezembro, na década de 60, ruma Adalberto pro Recife com a finalidade única de rebuscar as prateleiras da REMILET para, assim, cumprir o seu ritual: Escolher o sapato mais elegante que ali encontrasse, pra ARRASAR, pois sabia ser do conhecimento de todos esse seu mimo pra consigo próprio, cuja recompensa eram as apoteóticas exclamações ... "QUE SAPATOS LINDOS, ADALBERTO! ONDE VOCÊ OS COMPROU? - EM CARUARU É QUE NÃO FOI!" ... JÁ SEI!: FOI NA REMILET!!! Ritual este que as madames cumpriam à risca, pra não perder o prestígio nem correr o risco de serem por ele ignoradas quando precisassem dos seus préstimos. Pronto! Isso compensava tudo e encerrava o seu maior presente de natal.
Voltando àquele dezembro: Eis que, ao chegar à sapataria, seus olhos depararam-se com o mais belo, charmoso e inigualável par de sapatos que ele jamais vira em toda a sua vida. Chamando o vendedor, apontou, sem mais aquela: "Quero este aqui"! Só não contava com um pequeno detalhe que, a princípio, lhe pareceu a maior das tragédias: Havia apenas um exemplar daquela preciosidade e, por puro caiporismo somente compreensível se atribuído à velha e famosa "Lei de Murphy", este correspondia a dois números a menos que o seu!
Essa verdadeira catástrofe se atenuou quando, ao experimentá-lo, percebeu que nem tudo estava perdido, porque "até que calçou bem". Esse alívio foi imediatamente corroborado pelo vendedor, que, ladino, o aconselhou a encher os sapatos de molambos embebidos em álcool até a data da sua inauguração, operação esta que faria com que o cromo alemão cedesse mais, produzindo, então, o conforto desejado.
Foi exatamente assim que o lépido Adalberto procedeu, deixando os sapatos repousarem na tal solução até o dia da Missa das Cinco da tarde, evento que dava início oficial às festividades natalinas, uma semana antes da data do Advento e para onde convergiam os colunáveis caruaruenses, emergentes ou veteranos, os seus pares mais considerados.
Por ser uma missa muito concorrida, quando ele chegou já não havia mais lugares disponíveis pra assistí-la sentado e o inditoso Adalberto postou-se de pé, bem na frente do altar (pra que todos observassem a sua esmerada elegância), todo enfatiotado e vaidoso por se saber o centro das atenções ... Afinal, tinha muita gente alí cujo objetivo era muito mais ver seus novos paramentos do que cumprir suas obrigações religiosas - pensava ele, lá com seus chiquéééééérrimos botões.
Pra seu infortúnio, Adalberto esqueceu que a missa, tradicionalmente, era cantada - o que prolonga o tempo de duração em até duas vezes mais do que o convencional - e estando alí há tanto tempo, de pé e empertigado, começou a sentir primeiro uma dormência nas pernas, depois uma tontura, culminando com um mal-estar que foi se agravando, se agravando, até que, de repente, sentiu que as pessoas, inclusive o padre, se comportavam como se estivessem em câmara lenta ... Indo e vindo em sua direção... Os hinos cantados estralavam nos seus ouvidos que nem o apito da fábrica de caroá ou de uma locomotiva desafinada ... Até que fez-se um silêncio mórbido... Passados o que lhe pareceu ser alguns segundos (que, veio a saber depois, na verdade foram mais de 30 minutos), deparou-se com um monte de gente em cima dele, numa balbúrdia infeliz, cada um sugerindo uma ação ... "Afroxa o cinto dele!"- gritava um; "Desabotoa o colarinho!" - falava outro; "Tira-lhe o paletó!" - esbravejava mais um ... Enquanto ele, coitado, ali, deitado, morrendo de dor, apontava pros pés inutilmente, pois a posição do dedo, pra baixo, não oferecia qualquer indício aos socorrentes da origem daquele mal ... "Olha, ele tá apontando pra braguilha ... melhor que lhe tiremos as calças!"- ouviu de alguém... Foi aí que "Sêo" Adalberto, sempre tão elegante, vendo-se a ponto de semelhante indignidade, justamente na Casa do Senhor, juntou todas as suas forças e sussurrou: "Meus sapatos ... Tirem os meus sapatos, pelo amor de Deus!", antes de desmaiar de novo.
É, gente, a vaidade tem feito suas vítimas, mas jamais imaginei que ela pudesse pregar uma peça dessas e justo em alguém assim, um verdadeiro DANDI ... Ou seria BAMBI(?) Sei lá. Só sei que demos muita gargalhada juntos por causa dessa parada.
Foto publicada por: 50minutos.wordpress.com, encontrada na Google/Imagens
EM TEMPO: Essa desfigurada criatura da foto chama-se Jocelyn Wildenstein, uma perua cuja profissão é "Madame Fulano de Tal" que, loira como é, de tanto ser chamada de "gata" quis modificar a sua fisionomia até se assemelhar com o espécime felino para, assim, agradar o seu biliardário marido, que, obviamente, fugiu aterrorizado logo que percebeu o resultado da cirurgia, mas não sem antes dividir o seu patrimônio que era, de fato, o que interessava à MULHER GATO - Informação prestada pela sempre solidária e antenada amiga LUCI LACEY, "A MULHER QUE SABE TUDO". VALEU, LUCI!!!

quarta-feira, novembro 12, 2008

DESABAFO DE MULHER - UTILIDADE PÚBLICA PARA OS HOMENS

Recebí este texto por e-mail, através de Ana Rosa, mas achei-o tão engraçado, além de verdadeiro, que, mesmo extenso, decidí publicá-lo aqui, só pra ver se alguma mulher vai discordar de pelo menos grande parte dele ... (risos)



Desabafo de uma mulher

Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de estresse que isso desencadeia em nossas vidas. Durante muito tempo, fiquei achando que eu era uma estressada maluca que não sabia lidar com isso mas, conversando com diversas pessoas, cheguei à conclusão de que esse estresse é um denominador comum a quase todas as mulheres, ainda que em graus diferentes (ou será que sou eu que só ando com gente estressada?).O que venho contar aqui hoje é mais dedicado aos homens do que àsmulheres. Acho importante que eles saibam o que se passa nos bastidores.


Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer. Com sorte, ele acaba te chamando para sair. Vamos supor, um jantar. Pronto, acabou seu último minuto de paz. Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo'Vamos jantar amanhã?'. Você sorri e responde, como se fosse a coisa mais simples: 'Claro, vamos sim'. Começou o inferno na Terra... Foi dada a largada! Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar em tudo o que tem que fazer para estar apresentável até lá. Cancela todos os seus compromissos canceláveis e começa a odisséia.:

Primeiro, você pára de comer... Afinal, quer estar em forma no dia do jantar e mulher sempre se acha gorda. Daqui pra frente, você começa a fazer a dieta do queijo: fica sem comer nada o dia inteiro e, quando sente que vai desmaiar, come uma fatia de queijo branco, muito saudável. Agora, a próxima etapa é fazer mãos e pés. Quem se importa se é inverno e você provavelmente vai usar uma bota de cano alto? Mãos e pés têm que estar perfeitos - e lá se vai uma hora do seu dia. Vocês, homens, devem estar se perguntando: 'Mão tudo bem, mas por que pé, se ela vai de botas?' Lei deMurphy. Sempre dá merda! Uma vez pensei assim e o infeliz me levou para um restaurante japonês daqueles em que a gente tem que tirar o sapato para sentar naqueles tatames. Tomei no cu bonito! Tive que tirar o sapato com aquela sola do pé cracuda, esmalte semi-descascado e cutícula do tamanho de um champignon! Vai que ele te coloca em alguma outra situação impossível de prever, que te obriga a tirar o sapato? Para nossa paz de espírito, melhor fazer mão é pé, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino. OBS: Isso me emputece! Passo horas na academia malhando minha bunda e o desgraçado vai reparar justamente onde? Na porra do pé! Isso é coisa de... Melhor mudar de assunto...

As mais caprichosas, além de fazer mão e pé, ainda fazem algum tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura, retoque de raiz, etc.. E nessa se vai mais uma hora do seu dia. Dependendo do grau de importância que se dá ao Zé Ruela em questão, pode ser que a mulher queira comprar uma roupa especial para sair com ele, ou, ainda, uma lingerie especial, dependendo da "química" que pintar ... Vai que pinta! Pronto, mais horas do dia. Se você trabalha, provavelmente vai ter que fazer as unhas na hora do almoço e correr para comprar roupa no final do expediente em um shopping qualquer. Ah! sim, já ia esquecendo...Tem a depilação! Essa os homens não podem nem contestar. Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um inocente jantar? Lá vai você depilar perna, axila, virilha, sobrancelha etc, etc. Tem mulher que depila até o cu! Mulher sofre! E lá o dia vai ficando mais curto e bem mais doloroso, diga-se de passagem. Parabéns! Você conseguiu montar o alicerce básico para sair com alguém. Pode ir para a cama e tentar dormir, se conseguir. Eu não consigo, fico nervosa. Se prepare, o dia seguinte vai ser tumultuado. Ah sim, você vai dormir, COM FOME, porque a dieta do queijo continua.

Dia seguinte. É hoje seu grande dia. Quando vou sair com alguém, faço questão de dar uma passada na academia no dia, para malhar desumanamente até quase cuspir o pulmão. Não, não é para emagrecer, é para deixar minha bunda e minhas pernas enormes e durinhas (elas ficam inchadas depois de malhar). Mas supondo que você seja uma pessoa normal, vai usar esse tempo para algo mais proveitoso. Geralmente, o Zé Ruela não comunica onde vai levar a gente. Surge aquele dilema da roupa. Com certeza você vai errar, resta escolher se quer errar para mais ou para menos. Se te serve de consolo, ele não vai perceber. Aliás, ele não vai perceber nada. Você pode aparecer de Armani ou enrolada em um saco de batatas, tanto faz. Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o porquê e o quanto nos custou). Mas, é como dizia Angie Dickinson: 'Eu me visto para as mulheres e me dispo para os homens'. Não tem como, a gente se arruma, mesmo que eles não reparem.E não adianta pedir indicação de roupa para eles, os malditos não dão sequer uma pista! Claro, para eles é muito simples, só precisam tomar uma chuveirada, vestir uma Camisa Pólo e uma calça e estão prontos, seja para o show de rock, seja para um fondue. Nesse pequeno cérebro do tamanho de um caroço de uva só existem três graduações de roupa: Bermuda + Chinelo, Jeans + Pólo, Calça Social + Camisa Social. Quando você pergunta se tem que ir arrumada é quase certo que abra a boca e diga 'sei lá, normal, roupa normal'. Eles não sabem que isso não ajuda em nada. Escolhida a roupa, com a resignação que você vai errar, para mais ou para menos, vem a etapa do banho. Para mim é uma coisa simples: shampoo + sabonete. Mas para muitas não é. Óleos, sabonetes aromáticos, esfoliação, etc... E o cabelo? Bom,por sorte meu cabelo é bonzinho, não faz a menor diferença se eu lavar com um shampoo caro ou se lavar com Omo, fica a mesma coisa. Mas tem gente que tem que fazer uma lavagem especial, com cremes e etc. E depois ainda vem o secador, a chapinha e prancha . Depois do banho e do cabelo, vem a maquiagem. Nessa etapa eu perco muito tempo. Lá vai a babaca separar cílio por cílio com palito de dente depois de passar rímel. Melhor nem contar tudo que eu faço em matéria de maquiagem, se não vocês vão me achar maluca, digo, mais maluca. Como dizia Napoleão Bonaparte, 'Mulheres têm duas grandes armas: lágrimas e maquiagem'. Considerando que não faço uso das primeiras, me permito abusar da segunda.

Depois vem a hora de se vestir. Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. É sério, no dia anterior o corpo estava lindo e no dia seguinte... PORCA! Não sei o que é (provavelmente nossa imaginação), mas eu juro que acontece. Muitas vezes você compra uma roupa para um evento, na loja fica linda e na hora de sair fica um cu. Se for um desses dias em que seu corpo está um cu e o espelho está de sacanagem com a sua cara, é provável que você acabe com um pilha de roupas recusadas em cima da cama, chorando, com um armário cheio de roupa gritando 'EU NÃO TENHO ROOOOOUUUUUPAAAA'! O chato é ter que refazer a maquiagem. E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar, a calça perfura o pâncreas.

Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Vem o dilema da lingerie. Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) ou é bonita, ou é confortável.Você olha para aquela sua calcinha de algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor de pele. Praticamente um método anticoncepcional. Você pensa 'Eu não vou dar para ele hoje mesmo, que se foda'. Você veste a calcinha. Aí bate a culpa. Eu sinto culpa se ando com roupa confortável, meu inconsciente já associou estar bem vestida ao sofrimento. Aí você começa a pensar 'Mesmo sem dar para ele, ele pode acabar vendo a minha calcinha... Vai que no restaurante tem uma escada e eu tenho que subir na frente dele... se ele olhar para essa calcinha, broxará para todo o sempre comigo...'. Muito puta da vida, você tira a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas porras mínimas e rendadas, que com certeza vão ficar entrando na sua bunda a noite toda. Melhor prevenir. Nessas horas a gente emburrece e acha que qualquer deslize que fizer vai espantar o sujeito de forma irreversível. Os sapatos... Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: ou é bonito, ou é confortável. Geralmente, quando tenho um encontro importante, opto por UMA PEÇA de roupa bem bonita e desconfortável, e o resto menos bonito, mas confortável. FATO: Lei de Murphy impera. Com certeza me vai ser exigido esforço da parte comprometida pelo desconforto. Ex: Vou com roupa confortável e sapato assassino. Certeza que no meio da noite o animal vai soltar um 'Sei que você adora dançar, vamos sair para dançar! Eu tento fazer parecer que as lágrimas são de emoção. Uma vez um sapato me machucou tanto, mas tanto, que fiz um bilhete para mim mesma e colei no sapato, para lembrar de nunca mais usar!. Porque eu não dei o sapato? Porra...me custou muito caro. Posso não usá-lo, mas quero tê-lo. Eu sei, eu sei, materialista do caralho. Vou voltar como besouro de esterco na próxima encarnação e comer muito cocô para ver se evoluo espiritualmente! Mas por hora, o sapato fica.

Enfim, eu sei que existem problemas mais sérios na vida, e o texto é em tom de brincadeira. Só quero que os homens saibam que é um momento tenso para nós e que ralamos bastante para que tudo dê certo. O ar de tranquilidade que passamos é pura cena. Sejam delicados e compareçam aos encontros que marcarem, ok? E, se possível, marquem com antecedência, para a gente ter tempo de fazer nosso ritual preparatório com calma...Apesar do texto enorme, quero deixar claro que o que eu coloquei aqui é o mínimo do mínimo. Existem milhões de outras providências que mulheres tomam antes de encontros importantes: clarear pêlos (vulgo 'banho de lua'), fazer drenagem linfática, baby liss... enfim, uma infinidade de nomes que homem não tem a menor idéia do que se trata.

Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus dilemas do tipo 'será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar...' começa a bater a ansiedade. Cada uma lida de um jeito. Eu, como boa loser que sou, lido do pior jeito possível. Tenho um faniquito e começo a dizer que não quero ir. Não para ele, ligo para a infeliz da minha melhor amiga e digo que não quero mais ir, que sair para conhecer pessoas é muito estressante, que se um dia eu tiver um AVC é culpa dessa tensão toda que eu passei na vida toda em todos os primeiros encontros e que quero voltar tartaruga na próxima encarnação. Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta me acalmar.

Agora imaginem vocês se, depois de tudo isso, o filho da puta liga e cancela o encontro? 'Surgiu um imprevisto, podemos deixar para a semana que vem?' Gente, não é má vontade ou intransigência, mas eu acho inadmissível uma coisa dessas, a menos que seja algo muito grave! Eu fico puta, puta, PUTA da vida! Claro, na cabecinha deles não custa nada mesmo, eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles. Se eles soubessem o trabalho que dá, o dinheiro gasto, o estresse e o tempo perdido... nunca ousariam remarcar nada. Se fode aí! Vem me buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo! Até porque, a essas alturas, a dieta radical do queijo está quase te fazendo desmaiar de fome, é questão de vida ou morte a porra do jantar! NÃO CANCELEM ENCONTROS A MENOS QUE TENHA ACONTECIDO ALGO MUITO,MUITO, MUITO GRAVE! A GENTE SE MOBILIZA DEMAIS POR CAUSA DELES!

Suponhamos que ele venha... Ele liga e diz que está chegando. Você passa perfume, escova os dentes e vai. Quando entra no carro já toma um eufemismo na lata 'MMM... ta cheirosa!' (tecla sap: 'Passou muito perfume, porra'). Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada, ele acha que você é assim ao natural. Eu não ligo, acho homem que repara muito meio viado, mas isso frustra algumas mulheres. E se ele for tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a calcinha e nem ver. Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro) para nada. Homens, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode custar o mesmo que um MP4? Favor tirar sem rasgar!!

Quando é comigo, passo tanto estresse que chego no jantar com um pouco de raiva do cidadão. No meio da noite, já não sinto mais meus dedos dos pés, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de bico fino. Quando ele conta piadas e ri, eu penso 'É, eu também estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando no colo do meu útero'. A culpa não é deles, é minha, por ser surtada com a estética. Sinto o estômago fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico constrangida de mostrar toda a minha potência estomacal assim, de primeira.

Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste emocional e da indisponibilidade de tempo que um encontro nos provoca. Nem sequer entrei no mérito do DINHEIRO. Pois é, tudo isso custa caro. Vou fazer uma estimativa POR BAIXO, muito por baixo, porque geralmente pagamos bem mais do que isso e fazemos mais tratratamentos estéticos:


Roupa.............................................................R$120,00
Lingerie..........................................................R$ 50,00
Maquiagem....................................................R$ 30,00
Sapato............................................................R$ 90,00
Depilação.......................................................R$ 50,00
Mão e pé........................................................R$15,00
Perfume.........................................................R$ 80,00
Pílula anticoncepcional................................R$ 25,00

Ou seja, JOGANDO O VALOR BEM PARA BAIXO, gastamos, no barato, R$ 450 para sair com um Zé Ruela. Entendem porque eu bato o pé e digo que homem TEM QUE PAGAR O MOTEL? A gente gasta muito mais para sair com eles do que eles com a gente!



Autor desconhecido

segunda-feira, novembro 10, 2008

ÔNIBUS LOTADO - TÔ FORA!



Definitivamente, pegar ônibus não é minha praia. Sabe aquelas coisas que você fala pra si mesmo "ISSO SÓ ACONTECE COMIGO"? Pois eu estou convencida de que essa frase deveria ser minha, principalmente quando relembro o tempo em que eu dependia dos coletivos urbanos pra me deslocar até o local de trabalho. Sim, porque eu jamais topei qualquer programa de lazer que envolvesse esse sacrifício, pelo menos aqui em Recife. É que eu passava tão mal nessas verdadeiras latas de sardinha, que por diversas vezes cheguei a chorar de desespero, acreditem!


Começou quando, recém-chegada à capital e morando temporariamente na casa de uma das minhas irmãs, no subúrbio, tive que trabalhar no centro da cidade. Não que eu já não tivesse experiência em labutar pra sobreviver, mas na minha cidade natal tudo era pertinho e a gente costumava ir a pé pra qualquer canto, mesmo os mais distantes, até porque lá não existia, então, essa invenção dos diabos que é o ônibus coletivo!


Quando ele vinha lotado era um verdadeiro horror pra mim, porque, do alto do meu metro e meio, jamais conseguia alcançar as barras do teto, o que me deixava vulnerável às violentas brecadas dos motoristas que pareciam se divertir com as minhas derrapadas por cima dos meus pares, muitas vezes com desfechos bizarros como o abrupto sentar no colo das pessoas que estavam acomodadas em suas poltronas, o que acontecia quase sempre.

Outra situação torturante era suportar o cheiro nauseabundo das pessoas, que exalavam toda sorte de mau-odor: Do suor dos sovacos ao já famoso "CC", passando pelos fétidos hálitos dos que conversavam acima de mim, além dos perfumes baratos que se misturavam àquele concentrado de fedor, tudo me incomodava. Logo eu, que tenho um olfato apuradíssimo! Pra aliviar um pouco, eu comecei a desenvolver uma técnica de prender a respiração até não suportar mais e, assim, conseguia diminuir a intensidade de tempo em que ficava à mercê desses odores, mas isso acabava me fazendo fazendo passar mal, pois os gases iam se acumulando e me causavam muitas dores no abdomen ... Um horror!


Afora tudo isso, ainda tinha aquelas pessoas de comportamento estranho, que ora faziam rir, ora metiam medo, como uma mulher enorme que, sentada junto de mim, tentou me forçar a seguí-la, segurando-me com força pra que eu não descesse do coletivo quando percebí a sua intenção, somente me soltando quando eu gritei por socorro e as pessoas a seguraram pra que eu conseguisse sair dali; lembro de outra senhora que começou a avaliar o meu peso em ouro, citando os preços de cada peça que eu usava: dos brincos ao par de meias finas!
Teve, também, uma ocasião em que estava acontecendo nada mais, nada menos, que uma partida de futebol dentro do coletivo, enquanto um monte de homens desocupados jogava carteado regado a uma garrafa de "caninha 51" e cujo tiragosto era um pacote de bolachas cream cracker. Lá atrás, um bando de crianças entoava, alto e bom som, o mais recente sucesso da Xuxa, naturalmente batucando o acompanhamento na lataria do carro ... Isso às 07:ooh da matina, gente!
Houve um dia em que um cidadão, com complexo de Caruso, danou-se a cantar bem alto no meu ouvido a música "FEELING", de Morris Albert. Só que, pro meu desespero, ele só sabia essa palavra, "feeling", que vem a ser, exatamente, a nota mais aguda da canção ... Então ela abria o bocão e gritava: 'FEEEEEELING ... Ô, Ô, Ô FEEEEEEEEEEEEEEEEEELING ..." E sofejava o resto da melodia... Daí a pouco lá vinha o grito: "FEEEEEEEEEEELING ... Ô, Ô, Ô FEEEEEEEEEEEEEELING ..." Essa tortura durou todo o percurso e eu cheguei em casa estourando de dor-de-cabeça, é claro!
Como não poderia deixar de ser, além dos tarados de todos os tipos deparei também com uma "tarada", que passou a mão em mim, apertando as minhas coxas e sussurrando "que pernas gostosas" no meu ouvido ... Ai, ai, ai ... Não prestou, não, porque eu descí do salto e, mesmo de mini-saia, mandei-lhe um chute na barriga, que ela sobrou lá num canto, enquanto um senhor idoso vibrava com o meu feito e me dava cobertura pra sair dalí, esbaforida e chorando de vergonha.
Mas o ápice da minha tolerância aconteceu, mesmo, quando um mendigo entrou no ônibus, de carona, aboletou-se na porta por onde todos tinham que passar ao descer, empreendeu um papo amigável com o motorista descontraidamente, chamando a atenção e os olhares de todos para si, inclusive o meu, que se esbugalhou horrorizado com o que ví: O homem portava, em seu ombro, o seu animalzinho de estimação, que ele dizia ser seu melhor amigo: Um tremendo ratão cinzento, que passeava, lépido e fagueiro, pelas suas costas, como se estivesse em qualquer esgoto do seu habitat!!! Claro que pra eu descer o sujeito teve que, muito a contragosto e dizendo impropérios mil, abrir caminho, se afastando do veículo a uma distância segura pra que eu saísse correndo.
Esta ocorrência marcou o fim da minha experiência como passageira, definitivamente.
É por isso que eu digo, sem medo de errar: ESSAS COISAS SÓ ACONTECEM COMIGO, PORRA! ÔNIBUS LOTADO, NUNCA MAIS!




terça-feira, novembro 04, 2008

REGINA LEWINSKY ESTRÉIA NO JORNAL DA LUA - RETRATAÇÃO PÚBLICA






Começo este post corrigindo uma falha clamorosa pela qual peço perdão ao meu querido amigo Bill Falcão, do já consagrado periódico JORNAL DA LUA, que publicou, em 18.10.2008, um dos meus textos antigos, intitulado "SÊO NÔ", um causo real acontecido lá pras bandas do meu torrão natal, no agreste pernambucano. Pois não é que eu, desligada que nem geladeira de pobre, esquecí de divulgar em tempo essa minha estréia como feliz repórter do JL(!)? Pois é, pois é, pois é ...!
Acho que fiquei tão eufórica por ver lá o meu nome de guerra e respectiva caricatura, que fiquei curtindo a minha vaidade sozinha, aqui, bem metida a besta. É gente, ninguém se iluda pensando que guardei só pra mim por humildade, não! Foi exatamente o contrário ... Só que, com a minha lezeira, acabei restringindo o número dos meus próprios leitores ...tsc, tsc, tsc... A minha mãe chama de "carrapato com tosse" alguém que quer ser o que não é. Onde já se viu estreiar num jornal, como repórter convidada e não espalhar pros quatro cantos do mundo tamanha ascensão? Alguém aí conhece jornalista sem leitores? Apresento a vocês ... EUZINHA! Ainda bem que, devido ao grande prestígio do JL, o seu público é muito vasto e fiel. Assim, obtive uma visitação bem significativa... Mas faltaram vocês, que me toleram e prestigiam há tanto tempo e cujos comentários me fortalecem e estimulam tanto.
Pois agora eu encho o peito e aviso pra todos, os que já conhecem o texto e os que ainda não o leram: ESTOU NO JORNAL DA LUA, GENTE!
Lá, adotei o pseudônimo de "REGINA LEWINSKY", a única que tem tatuado, no braço, o nome do seu criador.

Ainda não produzí um texto específico pro Jornal da Lua, mas prometo nunca mais cometer essa gafe e avisá-los-ei (adoro mesóclises!) assim que o fizer, ok?

Bill, querido: Pra você, bato cabeça e peço vênia!




Só pra descontrair, aí vão as últimas piadas que ouví:


UMA BEM PESADA:

Um repórter de jornal televisivo pergunta a um rapaz na rua:
- Por favor, você pode me dizer o que gosta mais de comer na vida?
- Cu com leite condensado.
- Qual é, cara! Seja um pouco mais discreto, afinal estamos numa transmissão ao vivo, em rede nacional.
- Eu até que disfarcei porque, na verdade, nem gosto de leite condensado…


E UMA MAIS LEVE, pra aliviar:
A aluna estava coçando a cabeça sem parar e sua professora perguntou:
- É piolho?
- Era. Ele morreu.
- E por quê você continua a coçar?
- É que a família do filho da puta veio toda pro enterro.