sexta-feira, setembro 30, 2005

ESCLARECIMENTOS

Há muito devo um esclarecimento aos que me visitam com frequência e só hoje me ocorreu fazê-lo, pedindo as devidas desculpas pelo atraso. Negó seguin: Como sou, ainda, um embrião de blogueira, não tenho pleno domínio de todos os trâmites necessários a uma boa performance, como, por exemplo: ainda não aprendí a postar imagens (nem como procurá-las); não sei colocar fotos (todas as minhas tentativas foram frustradas) e, tampouco, responder aos comentários que os meus gentís visitantes postam; Ou seja, depois que a minha gurua, Lilith, me presenteou este blog, somente aprendí a postar as baboseiras que tenho escrito aqui. Portanto, não pensem que estou sendo indelicada quando não posto as respostas, pois é pura ignorância, mesmo!
Mas não há de ser nada... o dia 30 de outubro tá chegando e, com ele, a Lilith, de volta à terrinha e aí, sim, vou "alugá-la" aqui em casa, até que ela me torne uma expert no assunto, ok?


REFLEXÕES

Hoje tô meio "down"... Recebí a notícia de que um ex-amor (talvez o único, não sei) tá na UTI, tentando se recuperar de um infarto cardíaco e a expectativa de melhoras não é muito promissora ... isso me fez refletir sobre a nossa história e imaginar como teria sido se nós não fôssemos tão jovens, à época, e não tivéssemos sido tão turrões um com o outro. Acho que esse meu estado de espírito tem a ver com recentes declarações que ele andou fazendo a familiares meus de como foi apaixonado por mim, coisa que eu ignorava até então...mas, também, vamos e convenhamos: Um sujeito que guarda por mais de quarenta anos um segredo desses, tá construindo o quê? Ele tinha mais era que ter dito isso pra mim, a principal interessada, né não?
E pensar no quanto eu sonhei ouvir isso, naquele tempo! Gostaria que ele tivesse noção do mal que causou a nós dois, com a sua fingida indiferença ...não, peraí! ... o cara tá às portas da morte e, se ele sabe, agora, que era correpondido ... vai "bater as botas" de uma vez por todas ... melhor não! Deixa assim. O mal já foi feito, mesmo, e nada vai mudar os nossos destinos ... até porque eu crescí, perdí a inocência e com ela se foi também a minha credibilidade no amor puro e verdadeiro. A irreversibilidade do tempo serve pra isso: faz-nos acordar dos sonhos e viver a realidade da forma menos dolorosa possível.
Agora, só vai citando o Mestre, Chico Buarque de Holanda:
"Tinha cá pra mim que vivia, enfim, o Grande Amor - Mentira!"

Hoje eu tô assim ... desculpem o desabafo e o tom um tanto rude, fugindo diametralmente da minha proposta inicial, que seria o Riso e a Alegria. Foi mal!

quinta-feira, setembro 29, 2005

Dr. "X"...

Dia de reunião festiva na Associação Comercial da minha terra, onde eu era secretária. A imprensa falada e escrita estava presente, pois o convidado de honra era um psicopediatra famoso na região, que faria uma palestra esclarecedora a respeito da psicologia moderna aplicável à pedagogia infantil, revolucionária naqueles idos dos anos setenta, de tantos tabus. Quando tínhamos um convidado ilustre, costumávamos gravar a reunião para melhor discorrermos sobre o assunto específico quando da elaboração da ata. Muito bem! Tudo engrenado, auditório repleto de representantes das classes produtoras regionais, uma rádio local transmitindo ao vivo os ensinamentos daquele profissional para mães e pais atentos ... Após as apresentações de praxe, o palestrante começa o seu discurso...
Num dado momento, ele fala sobre o tabu que os nossos pais nos haviam imposto em relação à nossa sexualidade, quando não nos permitiam, sequer, tirar a roupa na presença de um irmãozinho de outro sexo, dizendo que aquilo era feio e imoral, atitude essa que, ao contrário do que eles pretendiam, apenas haviam servido para aguçar ainda mais a nossa curiosidade em verificar as diferenças, ao passo que, se houvéssemos sido acostumados a lidar com elas, a nossa geração teria sido beneficiada com uma visão mais realística, mais natural, da anatomia, sem culpas, sem preconceito, etc... e tal...

Ocorre que dentre os associados havia um juiz de uma comarca da circunvizinhança, que só dava o ar da sua graça quando as reuniões atraíam a mídia, como era o caso, com a presença de alguma personalidade proeminente, ocasiões essas em que, via de regra, aquele juiz sempre pedia um aparte ao palestrante, numa tentativa inequívoca de chamar a si as atenções da platéia.
Foi exatamente o que aconteceu nesse dia: Na hora em que o pediatra falou sobre as diferenças anatômicas do sexo das crianças, sugerindo, por exemplo, que os pais deviam permitir que os seus filhos pequenos tomassem banho juntos, mesmo meninos e meninas, o Doutor Juiz levantou-se, pediu o fatídico aparte e pôs-se a exemplificar: "É isso mesmo, Doutor! O senhor tava falando sobre isso e eu me lembrei de uma ocasião em que, na minha fazenda, uma moradora estava lavando roupa no rio, enquanto os filhos brincavam na água; foi aí que a menininha tirou a roupa na frente do irmãozinho ... Quando o menino viu a ... a ... a ... a ..."
(Pensem num momento constrangedor! ... O auditório em silêncio, todos de olho no aparteante, e ele lá, gaguejando, tentando se lembrar do nome científico da genitália feminina ... e o nome não saía, não saía ...) Até que ele, não menos constrangido que os demais, eu diria, até, desesperado pelo vexame de não ter lembrado do termo ... soltou: ... "a ... a... A XOXOTA!"

Claro que ninguém conseguiu ficar sério e as gargalhadas se sucederam durante alguns minutos (inclusive a do palestrante), até que todos se recompusessem desse momento traumático. Resultado: até hoje, o pobre infeliz juiz é conhecido na região como "Dr. Xoxota" ... KKKKKKKKKKKKKKKKKK!
E o pior: Sua fala está lá, gravada, nos anais da Associação, sem contar com a transmissão, ao vivo, que serviu ainda mais pra torná-lo famoso.

É isso aí ... histórias que a vida conta ... e que eu não deixo passar!

quarta-feira, setembro 28, 2005

MÔNICA, A INOCENTE

Começo meu post pedindo desculpas pela ausência, mas é que houve um "barato" com o meu blog e eu não estava conseguindo ativá-lo. Não só não publicou o que eu havia postado, como não me deixava acessar os coments no haloscan, razão porque estive em falha com os meus 4 ou 5 assíduos queridos visitantes. Foi mal!

Hoje lembrei de Mônica, uma menina de rua que conhecí pedindo esmola na minha porta e que se tornou tão assídua, que acabei por contratá-la pra babá, num momento de desespero e de absoluta emergência, quando a labuta diária exigia minha assiduidade ao trabalho e os deveres de mãe me obrigavam a providenciar alguém pra me substituir na guarda do filhote, ainda muito pequeno pra ficar sozinho, quando a antiga babá foi embora sem aviso. Pois bem, foi assim que Mônica entrou na nossa vida e "marcou presença", pois se revelou uma pessoa responsável, fiel e amiga (hoje sou madrinha do seu filho).

Era uma menina de 15 anos, com aparência de 10; subnutrida, analfabeta e sem a menor noção de religião ou qualquer outra orientação na vida. Claro que eu cuidei logo em alfabetizá-la e iniciar o processo de interação dela com um mundo menos desumano e tratando-a como uma pessoa digna de respeito e atenção como qualquer outra, estabelecendo, assim, um relacionamento bem diferenciado do convencional patroa-empregada, o que a fez apegar-se muito a mim e à minha família.
Bom, isso foi uma introdução pra traçar um perfil aproximado de Mônica, cuja inocência e despreparo nos comovia e surpreendia diuturnamente, a ponto de tornar-se, pra mim, um valioso acervo de histórias envolvendo as mais hilárias inacreditáveis situações. Esta é uma delas:
Numa das vezes em que foi apanhar meu filho no colégio, instituição católica tradicional aqui de Recife, aonde, todas as tarde, havia a celebração de uma missa pelo capelão, ela me veio com essa:
- D. Regina, hoje eu assistí a uma missa! (com ar de quem tinha feito a coisa mais importante da vida).
Eu, que vez em quando tentava lhe passar alguma noção da existência de Deus, perguntei:
- Ah, é? E então, o que é que você achou?
- Ai, eu gostei muito do padre ... ele é tão legal! Mesmo sem me conhecer, quando ele me viu me chamou pra frente e me deu uma bolachinha ...
Eu quase caí dura!
- E o que foi que você fez com essa bolachinha???!
- Ah! Eu mastiguei, mastiguei, mas não tinha gosto de nada ... só não cuspí porque fiquei com vergonha, já que o padre tinha sido tão bonzinho, né?
Daí eu falei pra ela:
- Mônica! Aquilo não é uma bolachinha, nem era pra você mastigar! É o corpo de Cristo e a pessoa deve engolir sem mastigar, menina! - E ela, com a maior cara de remorso:
- Ô meu Deus! E agora? ... Será que doeu, no bichinho?!
Claro que eu tentei explicar que não era o corpo físico do Criador que estava alí, e tal, mas já era tarde demais ... bem mais tarde é que eu fui dimensionar o mal que havia causado àquela inocente criatura, pois ela me surpreendeu, altas horas da madrugada: Com o colchão e o travesseiro na mão, adentrou o meu quarto, me acordando em sussurros:
- Dona Regina, eu posso botar meu colchão aqui no seu quarto? Tô com medo de dormir sozinha!"
- Que novidade é essa, Mônica? Você nunca teve medo de dormir só!
- É porque eu tô com medo do Satanás!
- O Quê?!!! Aqui, na minha casa, não tem disso não, filha!
- Eu sei ... mas é porque eu mordí Jesus e ele pode vir me atentar, né?

Vocês podem me chamar de insensível, mas eu não resistí à gargalhada que irrompeu repentinamente de mim. Pode alguém ser assim tão ingênua?
Pois Mônica era... e essa é apenas uma das muitas histórias que eu tenho dela. Oportunamente, contarei mais.

Bom dia!

sexta-feira, setembro 23, 2005

PRA FAZER RIR

Só pra não fugir da regra (e porque falei em "prole"), lembrei de uma historinha engraçada:

Um matuto chegou num banco, pra abrir uma conta, e a atendente começou a preencher o seu cadastro:
- Nome?
- Zé da Silva
- Endereço?
- Cuma?
- O nome da rua aonde o senhor mora!
- Ah! Rua das Flores, númuro 30
- Cidade?
- Aqui mermo, moça!
- Data de nascimento ... e aí se sucederam as perguntas de praxe, até que veio aquela que interessa ao banco, pra cálculo da renda mensal:
- Número de dependentes?
- Cuma?!!! - o matuto nunca tinha ouvido aquele palavrão. Pacientemente, a moça refaz a pergunta:
- Quantos filhos o senhor tem?
- Tenho 20 fí, moça, pruquê?
A essa altura, sentindo uma latente animosidade da parte do futuro cliente, a atendente, pra descontraí-lo, exclama:
- Pôxa! O senhor tem uma prole grande, hein? - Responde o matuto:
- E GROSSA!

Pronto. Contei!

INTÉ!!!

APOSENTADORIA

Que me perdoem os trabalhadores contumazes, mas confesso que estar aposentada é tudo o que eu mais queria na vida. O pior é que só descobrí isso depois que me aposentei, pode?
Todo mundo me falava pra tomar cuidado com a deprê que fatalmente viria após algum tempo de ócio, mas já faz três anos que estou nesse deleite e não houve um só dia em que eu preferisse estar, ainda, na ativa. Gente, do céu! Como é que alguém pode passar tanto tempo "labutando" e NUNCA se acostumar a isso? Olhem que eu trabalhava desde os quatorze anos; lá em casa a ordem era a seguinte: pesou mais de 30 quilos, sabe ler, escrever e fazer as quatro operações? Vai à luta, que a vida é "peia" e não é mole!
Também, fazer o quê? Era criança que não acabava mais ... meu pai (que Deus o tenha em bom lugar, porque ele merece mais que ninguém), trabalhador braçal, durante o dia, e professor primário, à noite (ensinava, gratuitamente, crianças e adultos carentes da vizinhança), homem sábio, auto-didata e religioso ao extremo, vivia e praticava o evangelho na sua íntegra, católico fervoroso que foi; não admitia métodos anticoncepcionais (porque a Igreja condenava) e, por isso, a coitada da minha mãe começou a parir aos 16 anos, numa maratona de fazer menino que resultou em 22 filhos! Isso mesmo, 22!!! E só não completou os 23 porque o útero já não segurava mais nada e o 23º não "vingou". Curioso é que só houve um único ano da sua vida reprodutora em que a coitada "passou batida", sem engravidar, mas, como "alegria de pobre dura pouco", no ano seguinte vieram gêmeos, pra ela não ficar inadimplente!
Ela conta que lá pela 18ª barriga, estava numa fila pra se confessar quando o frade, vendo-a angustiada pela demora, chamou-a, dando-lhe a prioridade da vez; ao ajoelhar-se, o confessor perguntou-lhe:
- É o seu 1º filho? - Responde a minha mãe:
- Não. É o 18º - Daí o frade, arregalando os olhos, lhe disse:
- E o que é que a senhora tá fazendo aqui, madame? A senhora já tem crédito demais lá em cima ... tá perdoada, inclusive, de todos os pecados que porventura venha a cometer daqui pra frente! Vá pra casa!

Pois é, tergiversações à parte, o fato é que eu tinha que dar esse depoimento, porque, filha de quem sou, às vezes tenho a sensação de estar em desacordo total com as minhas origens, já que me descobrí uma preguiçosa de carteirinha e, portanto, diametralmente oposta à disposição para o trabalho que o meu velho pai sempre demonstrou ... Quanto à maternidade, essa me veio traiçoeiramente (a pílula falhou) uma única vez, o que me fez redobrar os cuidados para que nunca mais se repetisse e encerrei em um só produto a minha contribuição pra a preservação da espécie ... mas ainda acho que aquela pílula me sacaneou para sempre (que me perdoem os que curtem ser pais). Ou seja: Também não trouxe comigo a vocação pra parideira da minha mãe.

Só pra esclarecer: Dos 22 filhos nascidos só restaram 08 heróis da resistência (euzinha, inclusive, é claro!), porque, obviamente, não havia como cuidar de tantos com o necessário esmero e aí, com a mesma constância que nasciam, morriam bebês a torto e a direito (de cachumba, catapora, sarampo e todas essas doenças bobas para as quais hoje já há vacinas), para a profunda tristeza do meu pai, que se orgulhava da sua prole.
Hoje minha mãe está com 91 anos, totalmente lúcida, com uma saúde invejável e a mesma mão de ferro com que nos criou e educou. Continua sendo a matriarca linha-dura que sempre foi, controla a todos nós e nenhum dos filhos, netos ou bisnetos ousa contrariá-la. Tem mais: Mora sozinha, no interior e não admite a idéia de morar com nenhum dos filhos, porque não se adapta à capital - Todos vivemos em Recife, à exceção de uma das minhas irmãs, que ainda mora lá, mas as duas vivem em casas distintas.

Eita, acabei contando a minha vida desde criança e não acabei o assunto-título! Mas, deixa pra lá ... quem sabe, outro dia, eu volto a ele? Por hoje, é só. Desculpem a conotação intimista do meu post de hoje, tá?

Bjssssssssssssssssssss!

quarta-feira, setembro 21, 2005

Amenidades

Oi, gente!

Hoje tô sem inspiração, mas quero deixar aqui meus agradecimentos pelos coments que vocês, fofos visitantes, deixaram pra mim:

Clarinha - maravilhosa! Obrigada pela constância das suas visitas. Uma semana pra lá de arretada pra você também!

Makoto - Desculpa a invasão no teu blog, mas é que ele é tão legal, que eu não resistí ... tai vendo tu, como valeu? Agora também tô linkada por ti. Brigaduuuuuuuu!

Umzé - Tu também tens sido bem assíduo e isso me honra muito (até agora tô tentando conjugar o verbo "trupicar", mas a 1ª sílaba atrapalha pacarai ... Vou tentar conjugá-lo sem ela e no imperativo , ok? ... rsrsrsrsrsrsrsrs!

Lilith - Minha gurua, minha madrinha e minha mestra: Se avexe não, mulé! Vai dar tempo você assistir a malfadada "América", quando chegar aqui porque, pelo andar da carruagem, ainda vamos ter que tolerar esse vale de lágrimas, peões, ninfomaníacas, cegos inverossímeis e mulheres histéricas por muito tempo ... e tudo ao som do "nós trupica mai num cai", é claro!.

Pra não dizer que desprezei a veia cômica, aqui vão algumas frases lapidares de um amigo muito escroto, que reencontrei outro dia:

"Aí Moisés chegou, contou uma piada e até o mar se abriu"
"Nunca despreze a masturbação: É fazer amor com quem você mais gosta"
"90% da minha renda eu gasto com cachaça ... os 10% restantes eu dou pro garçom"
"Hay que endurecerse, pero tambiém hay que lubrificarse"
"Sabe como é que se evita a AIDS? ... Você extrai uma pena do cu da galinha, põe no bolso e conserva-a sempre ali. Moral da história: Quem tem pena de cu, não pega AIDS" (Essa é infame, né?)

Bem, já "enchí linguiça" demais, por hoje. Espero suas honrosas visitas, sempre, meus queridos.

Linda e gostosa semana para todos!

sexta-feira, setembro 16, 2005

"AMÉRICA" - a novela

A novela "América", longe de divertir ou de acirrar o interesse do telespectador pelo desfecho das diversas tramas, enche o saco de qualquer criatura que tenha um mínimo de senso crítico. Eu nunca ví uma novela ofender tanto o "padrão de qualidade global" como essa; senão, vejamos: Miami passou a limitar-se a uma rua só, recheada de americanos que falam português mais fluentemente que qualquer um que tenha nascido num país de origem latina (além de mexicanos que nunca aqui estiveram - ou em Portugal); os cegos, então, nem se fala! Enxergam mais que qualquer lince, além de desenvolverem as mais diversas atividades, com uma carga de pieguice que beira o bizarro. Não suporto o tal "Gabrielzinho do Irajá"; o Superdotado Jatobá; os peões-bobões, as ninfetas ninfo-maníacas (isso seria um pleonasmo?); as balzaquianas desesperadas; os sussurros de Jatobá (sempre ele!), Haidée e Sol (essa deveria se chamar Chuva ... vai chorar assim na casa da mãe joana!); As dançarinas que jamais trocam de roupa; os traficantes trapalhões, os cariocas mais desengonçados pra sambar que se já pôde encontrar ... e, por fim, Bete Faria, com aquela voz de quem fala com um ovo quente na boca.
Vocês hão de estar se perguntando porque é que eu ainda vejo essa novela, se ela me irrita tanto, mas eu explico: Sou uma democrata de carteirinha e presenteei a minha assistente doméstica com uma TV, justamente pra não impedí-la de acompanhar suas novelas, que ela via com um interesse incomum, enquanto que eu somente gosto de ver as exibidas no horário das 19:00h, porque sempre abordam uma tônica mais descontraída, sem dramalhões. Acontece que sua mãe (dela) pediu-lhe a TV emprestada e eu não tive coragem de cortar o seu barato; resultado: Sou obrigada a ver com ela, sempre que estou em casa nesse horário, a maldita trama desenvolvida por Glória Perez que, ao que parece, "bregou" de vez. Ah! Ainda tem aquela musiquinha chula, que diz "Nós trupica mas não cai"... É mole?

Só pra descontrair, já que falei dos cegos, aqui vai uma piadinha:
O ceguinho há muito não "dava uma" e tava numa secura danada. Quando o "queijo" estava a ponto de lhe subir à cabeça, lembrou-se de um amigo (pero no mucho) que, apesar de ser um sacana (já tinha aprontado muitas com o infeliz, dada a sua condição) era o único com quem ele podia tratar certas intimidades. Então ele ligou pro cara, contou que tava num "rato" miserável e que precisava dos seus préstimos pra pôr em dia a "contabilidade", argumentando que o fato de ser cego era uma desvantagem óbvia e que o sujeito lhe acudisse, arranjando uma mulher pra lhe quebrar o galho e tal.
O amigo foi de uma presteza absoluta: "Você quer uma mulher pra quando, meu amigo"? - falou. E o ceguinho: "Meu camarada, do jeito que eu tô aqui, se pudesse ser pra ontem já tava atrasado". Daí o cara garantiu: "Sem problema. Hoje, às 21:00h em ponto, vai chegar uma mulher no seu apartamento. Mas, vou lhe avisando: É uma profissional! A mulher sabe tudo e muito mais. Vai fundo, amigão"!
- Olha lá, hein? Você já aprontou muitas comigo!
- Tô lhe dizendo, meu amigo, vá por mim! E pra lhe deixar mais tranquilo, vou lhe dar uma garantia, pra você checar: O nome dela é Suely.
Naquela noite, às 21:00h em ponto, a cigarra do ap do ceguinho toca: Dlim,dlom! Ansioso, ele abre a porta e pergunta:
- Quem está aí?
Uma doce vozinha feminina responde:
- Suely!
- Entre, querida, fique à vontade.
Fecha a porta e começa a dizer, cheio de dedos:
- Olhe, Suely, eu não sou cego de nascença e, por isso, gosto de imaginar, fantasiar ... portanto, diga-me como você está vestida.
- Eu estou com uma mini-blusa preta, transparente ... sem sutiã!; uma mini-saia preta ...sem calcinha!; uma bota preta até o joelho e uma boina preta sobre os meus cabelos negros e longos.
A essa altura o ceguinho já estava de barraca armada e falou:
- Então, Suely, tire a bota e me diga como você está agora
- Eu estou com a minha mini-blusa preta, transparente, ... sem sutiã; a minha mini-saia preta ... sem calcinha e a minha boina preta sobre os meus negros cabelos longos.
Agora, por favor, tire a boina, minha Che Guevara, e me diga como está vestida
- Eu estou com a minha mini-saia preta ... sem calcinha!
E o diálogo continuou até que a última peça de roupa havia sido descartada. A essa altura, o ceguinho, desvairado de tesão, perguntou:
- E agora, Suely, como você está?
- Estou completamente nua, deitada na sua cama, toda aberta, esperando você, meu garanhão!
O cego pula sobre a mulher e faz a última pergunta:
- Suely, você já fez 69?
- Não... Vou fazer daqui a dois meses!!!

Assim, fica provado: Um amigo é pra acudir outro!

quarta-feira, setembro 14, 2005

IGREJA UNIVERSAL & AFINS S/A - Parte 1

Sempre me considerei uma pessoa tolerante para com as diferenças, fujo de preconceitos e respeito a liberdade de expressão, mas se tem uma coisa que não consigo assimilar, é o porquê de alguém levar a sério esses falsos profetas que estão invadindo a programação de rádios e TV com promessas de loteamento garantido lá no céu (?). Como pode alguém acreditar no que esses caras falam? O que é que leva multidões a lotarem essas "igrejas" que proliferam aos montes em todos os recantos do mundo? Ontem, tentando driblar uma insônia que insistia em se estabelecer, comecei a procurar algo pra me distrair na TV local (depois de desistir de tentar a banda larga, que só apresentava as mesmas enfadonhas reprises), chamou-me a atenção o choro de uma mulher, que falava ao telefone com um pseudo bispo(?). A tal fulana reclamava de uma dor de cabeça histórica, que atormentava não só a si, como a toda a sua família, pois ela estava a ponto de pirar. Foi aí que o "bispo" lhe recomendou que pusesse a mão aberta sobre a telinha, enquanto ele fazia o mesmo sobre a lente da câmera e, num gesto brusco de quem "catou" o invisível, cerrou os olhos, balbuciou algumas palavras e "jogou fora" o que tinha apanhado; Daí, com a maior cara-de-pau, perguntou à interlocutora "cadê a sua dor de cabeça, fulana"? E ela: "foi embora ... como é que o senhor conseguiu"!!!? Então o "bispo", com uma cara de quem está pensando: "tsc, tsc, tsc" ... sorriso amarelo nos lábios, falou assim: " Não fui eu, querida"! Foi o Senhor Jesus! ato contínuo, a multidão irrompeu numa gritaria apoteótica: ALELUIA! ALELUIA!
Depois dessa, claro que eu me neguei a testemunhar semelhante enganação, desliguei a TV e fui contar carneirinhos, né?
Esse episódio me fez lembrar um dos testemunhos mais eloquentes do que se passa nos bastidores daquela mis-un-cénne(é assim que se escreve?), que passo a contar pra vocês:
O marido de uma amiga, minha aparentada, sofreu um AVC (Acidente Vascular-Cerebral) e ficou temporariamente paraplégico; Depois de muitas sessões de fisioterapia, já conseguia, timidamente, se levantar da cadeira de rodas em que passara a se locomover e, gradativamente, foi recuperando os movimentos. Ocorre que ele é um homem muito ensimesmado, taciturno e de poucas conversas e, por isso, não havia, ainda, deixado transparecer as melhoras conquistadas; desta forma, somente a esposa sabia daquele seu progresso, ignorado até pelos filhos e uma nora que com eles convivia. A tal nora, à época, havia se convertido (ou será "pervertido"?) a seguidora da Igreja Universal do Reino de Deus (razão porque, logo depois, veio a se separar do marido, que relutava em aceitar a sua transformação).
Uma noite em que se encontrava a sós com o sogro, a "nova crente", apesar de todas as advertências da sogra, marido e cunhados, de que nunca deveria fazê-lo (pois ela vivia insistindo na idéia de que o seu "pastor" teria o dom de curar o enfermo) e ignorando o fato de que o cidadão já conseguia levantar-se da cadeira de rodas, sem ajuda, "enfiou" o pobre coitado dentro de um táxi e rumou para a sua "igreja". Foi então que, no dia seguinte, a minha amiga-meio-parente estava num supermercado e encontrou uma vizinha, que a abordou, felicíssima, cumprimentando-a pelas melhoras do seu esposo, a quem tinha visto na televisão e assistido levantar-se da fatídica cadeira de rodas.
- Ãh? o meu marido, na televisão?!!!
- Pois é. Fiquei muito contente de ver como o pastor o fez levantar-se.Parabéns!
Aquilo era demais! Minha amiga, já entendendo o que se passara, voa pra casa pra abordar o marido, indignada:
- Zé, que história é essa que você esteve na Igreja Universal?
- É ... fulana me levou e eu fiquei muito puto, porque não sabia pra onde estava indo!
- E esse negócio do tal pastor ter lhe curado? Como foi isso?
- Ah! Foi o seguinte: Quando cheguei lá, já havia uma multidão, formando um corredor, desde a calçada... eles vieram, me tiraram do carro e um deles foi conduzindo-me, na cadeira, até a frente de um palco, onde tinha um homem, de pé, com um microfone, falando um monte de coisa que eu não entendí. Nem sabia, na verdade, aonde estava ... foi aí que aquele homem caminhou até a mim, pôs a mão na minha cabeça e começou a gritar: LEVANTA! LEVANTA! LEVANTA! ... Junto com ele, de repente, a multidão inteira fez coro: LEVANTA! LEVANTA! LEVANTA! ... aí eu fiquei com vergonha de continuar sentado (porque eu era o único sentado, nesse momento) e me levantei. Foi só isso! Eu só não entendí porque todo mundo, em uníssono, passou a gritar: MILAGRE! MILAGRE! MILAGRE!
Nem precisa dizer que, no dia seguinte, a minha amiga-meio-parente mandou a nora fazer as trouchas e se mandar, né?

Aguardem Igreja Universal & Afins S/A - Parte 2

domingo, setembro 11, 2005

Filismino

Filismino, cachaceiro inveterado e militante, vivia às turras com D.Maria, sua mulher, por motivos óbvios: Não "dava um prego numa barra de sabão", como se diz por aqui, pelo Nordeste, enquanto a coitada ralava lavando roupa pra trazer o velho pão-de-cada-dia pra dentro de casa.
No que o disgramado se destacava, mesmo, era no levantamento de copo e na conquista às eventuais companheiras de bar. Mas Filismino era criterioso ... durante a semana, contentava-se em bebericar na barraca mais próxima da sua casa, enquanto esperava D.Maria chegar pra "sapecar" alguma coisa pro "dicumê"; no entanto, ao entardecer da sexta-feira, Dia Internacional da Esbórnia, o folgazão botava a calça branca, de brim, bem engomada, sapato bicolor (alvinegro), uma camisa preta (filha única, diga-se de passagem, talqualmente a calça) domingueira, e lá se ia Filismino, careca brilhando, perfume barato ... caía no mundo e só voltava, via de regra, na segunda-feira de manhãzinha, pôôôôôôôôôdre de bêbado, pé no mato, pé no caminho ... e a vizinhança, acostumada com aquela rotina anos a fio, nem mais estranhava o bate-boca barulhento que lhe obrigava a despertar antes do programado:
- Maria, abre a porta, Maria ... eu quero dormir!
- Vá se fuder, seu filho da puta! Aqui em casa você hoje não entra!!!
- Toc, toc, toc ... Abre a porta, Maria!
- Eu já disse que bêbado, em casa, hoje você não entra! Vá procurar suas quengas! Vá pedir abrigo a elas! Quem come a carne, rói o osso!
- Toc, toc, toc ... Maria, você é uma boca-de-praga, Maria! - cambaleando
- Filismino, Filismino! Eu já disse que não vou abrir essa porta nem c'a gota serena! Você tá bêbado, seu porra! Me sai daqui na sexta, chega na segunda, nessas condições e ainda tem a cara de pau de querer empatar meu sono?
- Mas Maria ... a culpa é sua, com essa sua boca-de-praga, Maria! Você tem que parar de me rogar praga ... será possível que você não me tem nenhuma consideração?
- Que praga o quê, seu peste! Qual foi a praga que eu lhe roguei?
- Ó, Maria ... você se lembra quando eu saí daqui, na sexta-feira, o que foi que você disse?
- Eu sei lá que porra eu disse, fí de rapariga!
- Maria ... você disse: "Ah! Tá saindo agora, sexta-feira, todo alinhado, pra só me aparecer aqui na segunda-feira de manhã, todo sujo, vomitado e bêbado de matar de chapéu, né, seu merda?"
Tá vendo o que aconteceu? Tô eu aqui, bêbado, fudido, vomitado, na segunda-feira de manhã ... Tá vendo, Maria, o que você faz comigo? Desse jeito eu vou acabar me lascando todo, mulé!

E essa cantilena só acabava quando a pobre infeliz abria a porta pra ir pegar no batente ... Hehehehehe!

Agradeço ao Umzé, pela inspiração pra contar essa história, pois foi o seu post sobre o Ademar que me fez lembrar dessa figura inesquecível. Valeu, Umzé!

quinta-feira, setembro 08, 2005

No tempo em que foi lançado o filme "Entrevista com o Vampiro", esse era o assunto em pauta aonde eu chegava: Na faculdade, no ambiente de trabalho, nas ruas, só se falava das performances de Brad Pitt e de Tom Cruise (uau! beleza masculina em dose dupla!!!) e os corações femininos palpitavam por oferecer pescoços e jugulares que saciassem não a sede dos personagens, mas as suas próprias libidinosas sedes por lábios tão desejados e (presume-se) gostosos de sugar... shlep, shlep, shlep!.
Claro que essas conversas traziam à tona o método nada suave de se exterminar os vampiros: a clássica estaca cravada no seus (no caso, lindos) peitos. Foi aí que ouví de um colega a mais simplista das soluções pra acabar com essa carnificina e, sem o uso de tão medieval prática, exterminar, de uma vez por todas, a nefasta periculosidade das horrendas criaturas, aliada ao humano benefício de preservar-lhes a vida. Disse o meu aqui citado colega: "Eu não entendo porque todo esse espalhafato pra eliminar o perigo que o vampiro representa, quando a melhor solução seria, simplesmente, EXTRAIR-LHE AS PRESAS!
Daí me veio a seguinte idéia: Vocês já imaginaram que hilário seria um filme brasileiro, bem escrachado, colocando essa cena no final de uma perseguição a um vampiro? Seria MACUNAÍMICO, não?
Pensem no assunto ... tá lançada a idéia! Cineastas ... MÃOS À OBRA!!!
Por hoje, é só. Tenho dito.

Interpretando o dialeto nordestino

Quando eu conto as situações engraçadas que presenciei na vida, não raro escuto um comentário tipo "essas coisas só acontecem contigo". Ao invés de entrar numa "nóia" de que atraio o bizarro, prefiro pensar que é porque eu adoro observar o comportamento humano e, como sou uma risonha inveterada, estou sempre à espreita de qualquer motivo que me faça rir. Essa situação que vou contar agora sucedeu no meu antigo ambiente de trabalho, um banco social, onde lidávamos com pessoas de vários níveis de instrução, principalmente analfabetos que, por sua vez, nem sempre se expressavam com muita fidelidade à "flor do lácio".
Era um dia de grande movimento e, como supervisora, eu sempre estava "ligada" no eterno problema das filas quilométricas que se formavam nos guichês dos caixas, que eram a causa de grande insatisfação do público, por motivos óbvios, gerando muita reclamação e às vezes, até, tumulto - esse era o nosso grande pavor! Num determinado momento, observei uma espécie de altercação entre uma colega (no guichê) e uma cliente, uma senhora de aspecto bem humilde, com a maior cara de mal-satisfeita, de cenho franzido, brandindo o dedo polegar na direção da funcionária, a qual insistia em lhe mostrar a linha destinada à assinatura no cheque avulso, repetindo sempre: "a senhora tem que assinar aqui, ó"! Todas as vezes em que repetia a frase, lá estava a mulher a lhe mostrar o polegar e isso foi ficando irritante pra todos os que assistiam, chamando a minha atenção. Aproximei-me das duas e perguntei o que estava acontecendo ( abro este parêntese pra explicar que essa minha colega era a pessoa mais desligada da face da terra, sendo, até, motivo de piada entre nós a sua capacidade de entender o que lhe dizíamos de forma totalmente distorcida). Foi aí que quase desabei de rir, quando a caixa me contou o ocorrido.
A mulher se aproximou do guichê portando o cheque avulso (que deve ser, sempre, assinado na presença do caixa), ela automaticamente fez o fatídico "X" no campo da assinatura e iniciou o seguinte diálogo:
- Assine aqui!
- Tô legal! - dizia a cliente, ao tempo em que fazia o gesto de "legal", com o polegar em riste
- Tudo bem, minha senhora, que bom que a senhora tá legal, mas assine aqui, ó!
- Tô legal! - o gesto se repetia...
- Maravilha! Eu também tô legal, mas assine aqui, ó! Se não essa fila não anda ...
- Tô legal! - a mulher continuava gesticulando ...
- Olhe, senhora: A senhora tá legal, eu tô legal, mas pra ficar mais legal ainda a senhora tem que assinar aqui, onde eu fiz esse xis ...
- Tô legal! - ouvia a funcionária, já irritada e impaciente com aquele chove-não-molha ...
- Minha senhora! (alteando o tom da voz) Desde hoje que eu lhe digo que a senhora terá que assinar aqui, não tá ouvindo não?
Aí aquela cliente, no mesmo tom e bem mais aborrecida, responde:
- E "derna" de hoje qui eu lhe digo qui eu num assino ... É O POLEGAL!

Ou seja, aquele gesto queria dizer, simplesmente, que a caixa tinha que tirar a digital da cliente, não confidenciar o seu então estado de espírito ... Ah! Eu desmoronei de tanto rir e esta se tornou um dos clássicos das histórias vivenciadas por mim enquanto trabalhei naquele banco ... e que foram muitas! Logo, logo, voltarei com mais algumas dessas "pérolas", tá?

terça-feira, setembro 06, 2005

"Sêo Nô"

Pensei em mil histórias pra começar a contar aqui, no meu primeiro post e resolví começar pela história de "Sêo Nô", um velhinho muito simpático e muito rico que morava ( digo "morava", porque não sei se ele ainda é vivo, pois há muitos anos não o vejo ou sei de notícias suas) no Agreste pernambucano. Só posso garantir que não é piada, pois o fato aconteceu de verdade e me foi contado pelo seu então advogado, com quem eu trabalhava à epoca. Então, lá vai:
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"Sêo Nô" era muito rico, dono de hectares e mais hectares de terras, mas uma pessoa muito simples e apegado ao seu torrão natal. Seu advogado, às vezes, lhe sugeria uma viagem de recreio pra conhecer o mundo, passear, descontrair, sair da mesmice do pequeno lugarejo onde morava, aconselhando: "Sêo Nô, o senhor é um homem rico, vá aproveitar o dinheiro que tem! O senhor tem muitas terras, muito gado, muitas propriedades, mas não conhece o mundo, plantado aqui nesse interiorzinho brabo! Como é que pode? Eu quisera ter a metade da sua riqueza, pra lhe mostrar como se vive! Ao que o velhinho respondia: "Gosto não sinhô, dotô! tenho medo de cidade grande, num seio nem trevessar uma rua cheia de carro! Nem no Recife eu nunca fui, acredita? Vô não! Deixe eu aqui, home!

Passados alguns anos após ter ganho a causa, participando de um Congresso Jurídico num hotel 5 estrelas da região, aquele advogado, tendo se dirigido à piscina do hotel pra dar um mergulho e tomar sol antes da reunião, escutou alguém a lhe chamar pelo nome: "Dotô Fulano, ô Dotô Fulano! Tendo localizado de onde vinha aquela voz, qual não foi a sua surpresa ao deparar com ninguém menos que "Sêo Nô"! Ele não quis acreditar nos seus próprios olhos ... não era possível que ele estivesse, mesmo, presenciando aquela criatura, numa cidade diferente e, ainda por cima (surpresa das surpresas!) ... tomando banho de piscina!!!

Refazendo-se do choque, aproximou-se do seu antigo cliente e fez a pergunta que não podia calar:
- "Sêo" Nô! O senhor por aqui? Que novidade é essa???.
Responde "Sêo Nô":
- Pois é, Dotô ... eu fiquei viúvo, me casei-me de novo e tô aqui em lua de mé"!
Ainda atordoado com todas aquelas novidades, mas curioso por saber mais, pergunta o Doutor:
- O quê? D. Maria morreu? ... E o senhor casou com quem?
- Me casei-me com Mocinha, Dotô, o senhor sabe quem é ela ... é aquela que trabaiava lá em casa, como empregada da minha patroa ... tá lembrado?
Diz o Doutor:
- Ah! Sim! Eu me lembro de Mocinha ... mas cadê ela, pr'eu cumprimentar, dar os parabéns?
- Ah!, Dotô, Mocinha é muito matuta ... num quis vir não ... dixe qui tinha veigonha, espie! Aí eu vim foi sozinho mermo ... pruquê me dixero qui a pessoa, hoje em dia, quando se casa, tem que viajar de lua de mé, né? Aí eu criei coraje e vim. O sinhô num vivia dizendo pr'eu viajar? Tô achando é bom, aqui!

Pois é, gente! Vocês podem até pensar que é piada, mas isso aconteceu, mesmo! E tem mais: eu conhecí todos os personagens dessa hilária história.
Por hoje, é só. Quando eu lembrar de outros "causos" volto a contar pra vocês, tá?