terça-feira, setembro 25, 2007

E VIVA A SOLIDARIEDADE!!!

Estou feliz com o curso da campanha em prol de ANA VIRGÍNIA, sobre cujo caso estarrecedor falei no meu post anterior,embora tenha consciência de que ainda há muito que fazer e muitos a conquistar. Feliz, porém nem um pouco surpresa, pois sei, por experiência própria, do quanto a massa blogueira é sensível e camarada na hora em que a gente precisa de apoio. É fascinante observar o teor de amizade e de carinho que a gente consegue angariar entre pessoas que, muitas vezes, somente se relaciona por meio virtual!

A idéia de compartilhar essa notícia com os amigos fez surgir uma corrente de participantes dos mais diversos lugares do Brasil e do mundo e, hoje, estamos nos multiplicando nesse objetivo de forma admirável. Alguns já até enviaram correspondência ao Ministro das Relações Exteriores no sentido de interceder pela família. Quem quiser colaborar, pode escrever , também, à Vice-Cônsul brasileira em Portugal, Marília Oliveira, sob cuja responsabilidade está a apuração do caso e, segundo informações, tem sido razoavelmente receptiva. O endereço eletrônico do vice-consulado é este aqui:
consbras.lisboa@netcabo.pt.

Abaixo, a relação dos que já se dispuseram a figurar como elos desta corrente do bem, postando sobre o assunto a fim de multiplicar simpatizantes para a causa entre os seus leitores:


Yvonne - Bloggente
Cilene - Distant Daily
Aninha - O meu jeito de ser
Rosa - Rosa 147
Elena - Sonho meu
Beth - Brasileira na meia idade
Luma - Luz de Luma
Ronald - Blog do Ronald
Luci - Hippopotamo.
Juntem-se a nós! Vamos pressionar as autoridades competentes e mostrar que os brasileiros também merecem respeito, principalmente quando acusados injustamente, num país estranho, mesmo sem contar com o aparato da mídia, nem do apoio de nomes ilustres, como o do Primeiro-Ministro britânico e do Papa Bento VI, no caso Madeleine McCann.
Por quê situações tão correlatas merecem tratamentos tão diversos? É a pergunta que não quer calar. Vejam o que copiei do post da Luci Lacey, sobre esse caso da menina inglesa, ocorrido, também, em Portugal e, como eu, escandalizem-se:
"Site na net, angariação de fundos por todo o mundo; celebridades mundiais empenhadas na causa; idas a Fátima, rezar; viagens pela Europa; conversas com ministros espanhois e, ainda, idas diarias à Igreja da Luz, declarações contidas dos pais, e por fim, a cereja em cima do bolo: Uma audiencia com Sua Santidade, Bento XVI" (!!!).
Tudo isso pra cobrir de atenções os pais da garota, enquanto que a família de ANA VIRGÍNIA, sequer, teve direito de acesso ao laudo oficial da causa mortis do seu filhinho, razão porque o seu advogado não conseguiu, ainda, elaborar a sua defesa. Isso tudo com o agravante de que ela se encontra enferma e sem assistência médica à altura do seu estado de saúde, que é gravíssimo.
VAMOS NOS MOBILIZAR, PESSOAL!
ABRACEM ESTA CAMPANHA!

terça-feira, setembro 18, 2007

UMA PRECE PRA ANA VIRGÍNIA

Desde o choque que sofrí com o Acidente Vascular Cerebral - AVC - que vitimou a minha irmã em junho deste ano, venho pensando em como a vida da gente pode mudar radical e definitivamente num instante de infortúnio ( e de alegria também, é bem verdade). Não tem sido fácil vê-la agora, inerte e incapaz. É impossível não estabelecer um paralelo com o que ela foi, quando sadia: Uma mulher dinâmica, vivaz, alegre e incansável na busca da plenitude de satisfação e de realizações que uma pessoa possa pretender na sua trajetória de vida, sem sequer levar a sério as barreiras que o avanço dos anos nos obriga a observar e que deixava perplexos a todos os que com ela conviviam; encontra-se, hoje, inerte e sem voz, numa cadeira de rodas. Num segundo, a sua vida mudou totalmente!



Assim aconteceu com ANA VIRGÍNIA, sobre quem lí no blog da Luci, no dia 12 deste mês. O caso dela me comoveu de tal maneira, que fiquei pensando em uma forma de ajudar a minorar a sua dor, bem como a da sua família e resolví postar, também, sobre o assunto, na tentativa de fazer eco à denúncia e, assim, quem sabe, sensibilizar mais e mais pessoas até que todas as vozes sejam ouvidas e cheguem ao destino certo: Àqueles que detém o poder de efetivamente liberá-la pra que volte ao convívio dos seus, ainda que a grande dor da perda do seu filho seja irremediável.



"ANA VIRGINIA MORAES SARDINHA, brasileira, solteira, administradora de empresa, CPF sob nº 512468645-68, Rg sob nº 03715989-58, SSP/BA, residente e domiciliada na Cidade do Salvador,na Rua São Raimundo, 119, aptº 1002, Bairro das Mercês, que, desde o dia 05 do mês de julho do ano presente se encontra encarcerada no Estabelecimento Penal de Tires, sob nº,202, sob a acusação de ter contribuído para a morte do filho menor de 06(seis ) anos, Leonardo Brittes Sardinha, cujo corpo foi trasladado para o Brasil e sepultado em Salvador- Bahia".



Pelo que apurei da matéria publicada no jornal da Associação VIDAS ALTERNATIVAS, que tem por objetivo prestar ajuda humanitária a pessoas envolvidas em situações discriminatórias e ultrajantes, essa moça conheceu um cidadão português num hotel luso, com quem passou a se relacionar. A seu convite, voltou a Portugal, em férias de um mês e levou consigo o seu filho, Leonardo, de seis anos, que sofria de epilepsia moderada. Lá, a criança sofreu uma crise e ela, como fazia regularmente, administrou-lhe o remédio, devidamente prescrito pelo médico que o acompanhava. Ocorre que o menino, enquanto deglutia a medicação, ficou engasgado com o líquido e veio a falecer. Depois de todas as tentativas de salvá-lo, sem sucesso, desesperada, num país estranho e sem saber o que fazer, a mãe tentou o suicídio cortando os pulsos e, hospitalizada, entrou em coma. Após sair do coma, surpresa, viu-se acusada pela polícia local de ter assassinado o próprio filho e, hoje, encontra-se presa no Estabelecimento Penal de Tires, naquele país. Na prisão, foi espancada e maltratada a ponto de perder a capacidade motora de um dos membros. Tem mais: O namorado, única pessoa com quem poderia contar, na ocasião, evadiu-se, abandonando-a à própria sorte.

A família está, obviamente, em desespero, porque não consegue trazê-la de volta pro Brasil, onde se encontra enterrado o corpo do seu filhinho, que ela, sequer, teve o direito de velar.

Diante de tamanha desgraça, eu sou obrigada a jogar o "Jogo-do-Contente", que aprendí ainda muito menina, com outra garotinha, Pollyanna. Tá certo que esse joguinho é um tanto quanto alienante, mas, quando lembro que a minha irmã viveu intensamente os seus 72 anos, chego a ficar mais tranquila, comparando o seu acidente com o infortúnio de Ana Virgínia.

Sei do poder que tem a massa blogueira de multiplicar adeptos de uma causa - as blogagens coletivas são uma prova disso. Portanto, espero que esta minha contribuição traga simpatizantes para a situação dessa moça e, quiçá, possamos ajudar a família a conseguir o seu retorno ao solo pátrio. Visitem o jornal VIDAS ALTERNATIVAS. Lá, poderão se inteirar melhor.

terça-feira, setembro 11, 2007

GRAVATÁ





Eu sumí de cena neste feriadão porque, a convite de uma amiga, viajei a Gravatá, uma estância climática perto daqui, deliciosa e cheia de atrativos.

GRAVATÁ é uma cidade pernambucana localizada na região Agreste do Estado, a 93 Km da capital, Recife, numa altitude aproximadamente de 540 metros acima do nível do mar. Possui uma excelente infra-estrutura hoteleira e por ter clima frio e arquitetura européia, recebe um grande fluxo de turistas e veranistas para temporadas, feriados e festas tradicionais. É, também, conhecida como "A cidade dos móveis", cuja comercialização é intensa.


Lá fui muito bem recebida e tive a oportunidade de conhecer uma família maravilhosa, que.de braços abertos, me tratou como se eu fosse "cria da casa". Conhecí pessoas incríveis, mas a minha anfitriã, que tem um nome complicado e o apelido de "Fiquinha", foi o destaque da temporada. É uma criatura de um bom-humor a toda prova. Mulher admirável e dinâmica ao extremo, é incapaz de se sentar prum bate-papo de meia hora mas, enquanto pulula aqui e acolá, multiplica-se a cada minuto dando conta, com maestria, da administração da casa, dos filhos, da família em geral, do marido, das visitas e do Colégio Cleto Campelo, do qual é diretora atuante e presente, sendo, ainda, estudante de Direito numa cidade próxima. Num só dia, essa criatura absolutamente incrível foi capaz de organizar e supervisionar a parada escolar de 7 de Setembro da instituição que encabeça a três municípios distintos; cobrir de mimos a nós, suas hóspedes; acompanhar as filhas num treino e posterior competição de hipismo; sair com o marido pra uma cervejada, fazer uma prova na faculdade ... Ufa! Só de citar o dinamismo dessa mulher me dá canseira! O marido dela, Tadeu, igualmente simpático e extrovertido, é a sua cara-metade perfeita. Feitos um pro outro!
A família dela seria invejável, se eu não tivesse uma similar. Todos os irmãos moram numa só rua e se comunicam cotidianamente através dos muros que separam suas casas, deixadas a cada um pelo pai, já falecido. A matriarca mora mais distante, mas todos os domingos reúne filhos, genros, noras, netos e agregados em torno de uma enorme mesa para o almoço que, é claro, vira uma festa regada a bebidas, gargalhadas e saudáveis conversas. Depois do almoço, toda a galera converge pra casa de uma das irmãs e o clima festivo continua, com churrasco, cerveja, música e muita descontração em torno da piscina até o escurecer. Foi um feriadão inesquecível! Adorei conhecer essa gente cheia de vida e, pra demonstrar a minha gratidão, resolví deixar aqui esse depoimento. Só agora entendo o apelido da minha anfitriã, "Fiquinha": É impossível conhecê-la e não querer ficar com ela por um longo tempo.
Uma vez, em São Paulo, ouví de uma pessoa uma recriminação à minha irmã que tinha acabado de se mudar pra lá por força do seu recente casamento, (o marido era radicado na metrópole), porque ela chorava diariamente com saudades de casa. "Pôxa - dizia essa pessoa - Como alguém pode chorar com saudade de uma cidadezinha do interior do "Norte", quando se encontra morando na maior cidade do país?" ... Essa criatura insensível nem imagina o que é ter uma família coesa e amada, com quem se conviveu a vida inteira e tão intensamente e ter que abrir mão dela pra viver num lugar distante com o qual não se tem qualquer identificação - pensei.
Dizem que família a gente não escolhe. Eu discordo disso radicalmente ... Acho que antes de me liberar pro mundo terreno Deus deve ter-me feito optar pelo lar em que eu queria nascer e eu, com certeza, acertei em cheio na minha escolha, pois não trocaria a minha por nenhuma família do mundo. Acredito que tenha sido esse o caso dos meus recém-conquistados amigos. Que família linda!!!
A ela, toda a minha admiração, respeito e gratidão.