ACM DEPÕE LÚCIFER
Quando ACM morreu
O inferno entrou em festa
O diabo, todo fogoso, disse:
Só faltava esta!
Agora eu vou sossegar
E esse aí não vai gostar
De ter Lúcifer de testa.
Porque aqui não tem esta
D'ele vir cantar de galo
Aqui ele é vassalo,
Esse ancião da molesta!
Assim que ACM viu
Onde tinha ido parar
Disse: PUTA QUE PARIU!
Eu pensava que ia dar
Pra enrolar o Satanás
Mas aqui tô por um fio
Valei-me, meus orixás!
Meu galo não canta mais
E do jeito que a coisa vai
Vou ficar a ver navio
Mas Toninho Malvadeza
Do seu jeito, saltimbanco,
vislumbrou logo uma presa
Quando viu Castelo Branco:
Cumprimentou Sua Alteza,
Foi até Garrastazu
E quase toma no cu
Ao ignorar Costa e Silva
Que lhe disse: Sente aqui!
E não faça objeção
E fez-lhe apertar a mão
De Geisel e de Golbery.
Pensando bem, disse ele:
Nem tudo está perdido
Pois aqui sou conhecido
E entre amigos estou
Foi aí que avistou
Lá dentro, por entre as trevas,
Todas as daninhas ervas
Que em vida conheceu:
Idi Amin, Pinochet,
Perón, Hitler, Mussolini
E toda essa corja de um time
Que tanto exemplo lhe deu
Ele, então, se convenceu
Que alí iria mandar
Começou a articular
A sua volta ao poder
"O diabo vai se foder
Quando eu fizer minha frente"
E foi assim, minha gente,
Que o Satanás, de repente,
Perdeu o seu trono eterno
Quando ACM, O Malvado,
Tomou o lugar do coitado
Nas profundezas do inferno.
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