terça-feira, agosto 28, 2007
A MORAL RESTABELECIDA ... VIVA A MORAL!!!
Eu confesso: Gosto muito de ver TV e não adianta ninguém tentar me convencer que esse entretenimento é alienante, que é bem mais proveitoso ler um livro ou ocupar o tempo em uma atividade mais dignificante, porque, embora eu não só saiba disso como, também, concorde com essa afirmativa em gênero, número e grau, a TV é a minha companheira mais constante, permanecendo sempre ligada enquanto eu leio meus livros (que adoro, aliás) e/ou decifro os anagramas, charadas, rébus e outros passatempos da minha indefectível revistinha de palavras cruzadas preferida, "A Recreativa".
O problema é que eu sou, por natureza, muito crítica e na mesma proporção da minha paixão pela telinha está a minha ojeriza aos programas da TV aberta, todos absolutamente dispensáveis, com raríssimas exceções. Daí que considero o advento da TV a cabo o maior dos lances e estou quase convencida de que quem o idealizou estava pensando em mim. Portanto, dá pra imaginar o meu mau-humor quando acontece alguma pane e eu sou obrigada a assistir a TV aberta, né?
Foi exatamente o que ocorreu ontem e, enquanto esperava que se restabelecesse a conexão, fiquei vendo uma entrevista com uma mulher cujo nome desconheço, mas que só de peito tinha umas duas arrobas em cada lado, além de uma igualmente artificial bunda, que mais parecia uma daquelas criações do imortal Péricles, "O amigo da Onça", artefatos estes devidamente evidenciados em sumaríssimos trajes, obviamente. Afinal, o que mais aquela sumidade poderia exibir?
Ela depunha a respeito de uma fotos suas que foram veiculadas pela internet sem o seu consentimento, fato esse que, segundo a própria, lhe causou "grandes constrangimentos" e "sofrimentos indescritíveis", coitadinha, e a expôs a um inferno astral nunca dantes experimentado, chegando até a virar caso de polícia, quando teve que exigir a apuração de quem tinha feito aquela tremenda maldade consigo, que a difamou na cidadezinha onde vivia, prejudicando a sua imagem junto à sociedade, o seu emprego, as suas relações com a vizinhança e coisa e tal... Uma situação vexatória, de partir o coração!
Mas aí a moça reagiu heroicamente: Aconselhada por pessoas, segundo ela, "muito idôneas e sérias", que a assessoraram no empreendimento, resolveu criar um web site próprio cuja finalidade é divulgar o seu "trabalho" fotográfico e no qual ela responde a perguntas relacionadas ao sexo (surpresa!!!) - assunto este em que a moça parecia muito versada - Esta idéia dos seus amigos, "que a conhecem e sabem da sua ilibada conduta moral" (sic), tem lhe rendido uma situação financeira bastante estável, já que, para acessá-lo, os "consulentes" (cerca de dezesseis mil pessoas)têm que pagar uma assinatura mensal de cerca de R$ 45,00 per capita. O número de acessos cresce a cada dia, pois a travessura dos adolescentes responsáveis pela difamante repercussão daquelas primeiras fotos havia atraído para si muitos bem-intencionados fãs, os quais, ao notarem que se tratava de uma pessoa "muito séria" (sic) - peitos e bunda à parte, queriam conhecer melhor a sua intimidade e, também, saber detalhes daquele padecimento de que tinha sido vítima, solidários à sua dor.
Destarte, a moça-séria-que-agora-conta-dinheiro tornou-se uma empresária de sucesso e, hoje, é a feliz proprietária de uma rede de empresas, com várias filiais Brasil afora, estando, inclusive, no momento, negociando a sua expansão para o exterior.
Só não entendi uma coisa: Se os meninos a quem ela defenestrou em rede nacional por se apossarem de um produto de forma ilícita - segundo ela, eles trabalhavam numa empresa de informática pra onde o seu PC foi levado pra ser formatado e, ao depararem com as suas "inocentes poses íntimas, muito pessoais" (sic) , as copiaram e espalharam pros amigos (foi o que eles confessaram ao delegado de polícia, tendo sido punidos com penas de cunho social) - lhe fizeram tanto bem, por que puni-los e execrá-los publicamente? E aquele ar de vítima desconsolada pelo "prejuízo moral" que a divulgação das fotos lhe trouxe, somente restaurado agora, com essa volta por cima às avessas? Tsc, tsc, tsc ... Na minha opinião, eles tinham mais era que exigir participação nos lucros, isso sim!
Cada dia fico mais grata aos meus pais por me mostrarem, muito cedo, que o meu único caminho para o futuro teria, mesmo, que passar pela escola ... Acho que eles percebiam que eu estava mais pra FIONA do que pra BARBIE ... Hehehehehehe!!!
O problema é que eu sou, por natureza, muito crítica e na mesma proporção da minha paixão pela telinha está a minha ojeriza aos programas da TV aberta, todos absolutamente dispensáveis, com raríssimas exceções. Daí que considero o advento da TV a cabo o maior dos lances e estou quase convencida de que quem o idealizou estava pensando em mim. Portanto, dá pra imaginar o meu mau-humor quando acontece alguma pane e eu sou obrigada a assistir a TV aberta, né?
Foi exatamente o que ocorreu ontem e, enquanto esperava que se restabelecesse a conexão, fiquei vendo uma entrevista com uma mulher cujo nome desconheço, mas que só de peito tinha umas duas arrobas em cada lado, além de uma igualmente artificial bunda, que mais parecia uma daquelas criações do imortal Péricles, "O amigo da Onça", artefatos estes devidamente evidenciados em sumaríssimos trajes, obviamente. Afinal, o que mais aquela sumidade poderia exibir?
Ela depunha a respeito de uma fotos suas que foram veiculadas pela internet sem o seu consentimento, fato esse que, segundo a própria, lhe causou "grandes constrangimentos" e "sofrimentos indescritíveis", coitadinha, e a expôs a um inferno astral nunca dantes experimentado, chegando até a virar caso de polícia, quando teve que exigir a apuração de quem tinha feito aquela tremenda maldade consigo, que a difamou na cidadezinha onde vivia, prejudicando a sua imagem junto à sociedade, o seu emprego, as suas relações com a vizinhança e coisa e tal... Uma situação vexatória, de partir o coração!
Mas aí a moça reagiu heroicamente: Aconselhada por pessoas, segundo ela, "muito idôneas e sérias", que a assessoraram no empreendimento, resolveu criar um web site próprio cuja finalidade é divulgar o seu "trabalho" fotográfico e no qual ela responde a perguntas relacionadas ao sexo (surpresa!!!) - assunto este em que a moça parecia muito versada - Esta idéia dos seus amigos, "que a conhecem e sabem da sua ilibada conduta moral" (sic), tem lhe rendido uma situação financeira bastante estável, já que, para acessá-lo, os "consulentes" (cerca de dezesseis mil pessoas)têm que pagar uma assinatura mensal de cerca de R$ 45,00 per capita. O número de acessos cresce a cada dia, pois a travessura dos adolescentes responsáveis pela difamante repercussão daquelas primeiras fotos havia atraído para si muitos bem-intencionados fãs, os quais, ao notarem que se tratava de uma pessoa "muito séria" (sic) - peitos e bunda à parte, queriam conhecer melhor a sua intimidade e, também, saber detalhes daquele padecimento de que tinha sido vítima, solidários à sua dor.
Destarte, a moça-séria-que-agora-conta-dinheiro tornou-se uma empresária de sucesso e, hoje, é a feliz proprietária de uma rede de empresas, com várias filiais Brasil afora, estando, inclusive, no momento, negociando a sua expansão para o exterior.
Só não entendi uma coisa: Se os meninos a quem ela defenestrou em rede nacional por se apossarem de um produto de forma ilícita - segundo ela, eles trabalhavam numa empresa de informática pra onde o seu PC foi levado pra ser formatado e, ao depararem com as suas "inocentes poses íntimas, muito pessoais" (sic) , as copiaram e espalharam pros amigos (foi o que eles confessaram ao delegado de polícia, tendo sido punidos com penas de cunho social) - lhe fizeram tanto bem, por que puni-los e execrá-los publicamente? E aquele ar de vítima desconsolada pelo "prejuízo moral" que a divulgação das fotos lhe trouxe, somente restaurado agora, com essa volta por cima às avessas? Tsc, tsc, tsc ... Na minha opinião, eles tinham mais era que exigir participação nos lucros, isso sim!
Cada dia fico mais grata aos meus pais por me mostrarem, muito cedo, que o meu único caminho para o futuro teria, mesmo, que passar pela escola ... Acho que eles percebiam que eu estava mais pra FIONA do que pra BARBIE ... Hehehehehehe!!!
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