sexta-feira, setembro 16, 2005

"AMÉRICA" - a novela

A novela "América", longe de divertir ou de acirrar o interesse do telespectador pelo desfecho das diversas tramas, enche o saco de qualquer criatura que tenha um mínimo de senso crítico. Eu nunca ví uma novela ofender tanto o "padrão de qualidade global" como essa; senão, vejamos: Miami passou a limitar-se a uma rua só, recheada de americanos que falam português mais fluentemente que qualquer um que tenha nascido num país de origem latina (além de mexicanos que nunca aqui estiveram - ou em Portugal); os cegos, então, nem se fala! Enxergam mais que qualquer lince, além de desenvolverem as mais diversas atividades, com uma carga de pieguice que beira o bizarro. Não suporto o tal "Gabrielzinho do Irajá"; o Superdotado Jatobá; os peões-bobões, as ninfetas ninfo-maníacas (isso seria um pleonasmo?); as balzaquianas desesperadas; os sussurros de Jatobá (sempre ele!), Haidée e Sol (essa deveria se chamar Chuva ... vai chorar assim na casa da mãe joana!); As dançarinas que jamais trocam de roupa; os traficantes trapalhões, os cariocas mais desengonçados pra sambar que se já pôde encontrar ... e, por fim, Bete Faria, com aquela voz de quem fala com um ovo quente na boca.
Vocês hão de estar se perguntando porque é que eu ainda vejo essa novela, se ela me irrita tanto, mas eu explico: Sou uma democrata de carteirinha e presenteei a minha assistente doméstica com uma TV, justamente pra não impedí-la de acompanhar suas novelas, que ela via com um interesse incomum, enquanto que eu somente gosto de ver as exibidas no horário das 19:00h, porque sempre abordam uma tônica mais descontraída, sem dramalhões. Acontece que sua mãe (dela) pediu-lhe a TV emprestada e eu não tive coragem de cortar o seu barato; resultado: Sou obrigada a ver com ela, sempre que estou em casa nesse horário, a maldita trama desenvolvida por Glória Perez que, ao que parece, "bregou" de vez. Ah! Ainda tem aquela musiquinha chula, que diz "Nós trupica mas não cai"... É mole?

Só pra descontrair, já que falei dos cegos, aqui vai uma piadinha:
O ceguinho há muito não "dava uma" e tava numa secura danada. Quando o "queijo" estava a ponto de lhe subir à cabeça, lembrou-se de um amigo (pero no mucho) que, apesar de ser um sacana (já tinha aprontado muitas com o infeliz, dada a sua condição) era o único com quem ele podia tratar certas intimidades. Então ele ligou pro cara, contou que tava num "rato" miserável e que precisava dos seus préstimos pra pôr em dia a "contabilidade", argumentando que o fato de ser cego era uma desvantagem óbvia e que o sujeito lhe acudisse, arranjando uma mulher pra lhe quebrar o galho e tal.
O amigo foi de uma presteza absoluta: "Você quer uma mulher pra quando, meu amigo"? - falou. E o ceguinho: "Meu camarada, do jeito que eu tô aqui, se pudesse ser pra ontem já tava atrasado". Daí o cara garantiu: "Sem problema. Hoje, às 21:00h em ponto, vai chegar uma mulher no seu apartamento. Mas, vou lhe avisando: É uma profissional! A mulher sabe tudo e muito mais. Vai fundo, amigão"!
- Olha lá, hein? Você já aprontou muitas comigo!
- Tô lhe dizendo, meu amigo, vá por mim! E pra lhe deixar mais tranquilo, vou lhe dar uma garantia, pra você checar: O nome dela é Suely.
Naquela noite, às 21:00h em ponto, a cigarra do ap do ceguinho toca: Dlim,dlom! Ansioso, ele abre a porta e pergunta:
- Quem está aí?
Uma doce vozinha feminina responde:
- Suely!
- Entre, querida, fique à vontade.
Fecha a porta e começa a dizer, cheio de dedos:
- Olhe, Suely, eu não sou cego de nascença e, por isso, gosto de imaginar, fantasiar ... portanto, diga-me como você está vestida.
- Eu estou com uma mini-blusa preta, transparente ... sem sutiã!; uma mini-saia preta ...sem calcinha!; uma bota preta até o joelho e uma boina preta sobre os meus cabelos negros e longos.
A essa altura o ceguinho já estava de barraca armada e falou:
- Então, Suely, tire a bota e me diga como você está agora
- Eu estou com a minha mini-blusa preta, transparente, ... sem sutiã; a minha mini-saia preta ... sem calcinha e a minha boina preta sobre os meus negros cabelos longos.
Agora, por favor, tire a boina, minha Che Guevara, e me diga como está vestida
- Eu estou com a minha mini-saia preta ... sem calcinha!
E o diálogo continuou até que a última peça de roupa havia sido descartada. A essa altura, o ceguinho, desvairado de tesão, perguntou:
- E agora, Suely, como você está?
- Estou completamente nua, deitada na sua cama, toda aberta, esperando você, meu garanhão!
O cego pula sobre a mulher e faz a última pergunta:
- Suely, você já fez 69?
- Não... Vou fazer daqui a dois meses!!!

Assim, fica provado: Um amigo é pra acudir outro!