quarta-feira, janeiro 16, 2008

ALEGRIA DE POBRE DURA POUCO ... PORCA MISÉRIA!


FILHO, EU AMO VOCÊ MUITO, MUITO, MUITO E SÓ PEÇO UMA COISA A DEUS: QUE TE CONSERVE SAUDÁVEL, FELIZ E CHEIO DE VIDA, LIVRE DA VIOLÊNCIA E DA MALDADE ALHEIA, QUE DIMINUI E VILIPENDIA O SER HUMANO, PORQUE CONFRONTA A RAZÃO DE EXISTIR DO SEU CRIADOR... QUE DEUS TE ABENÇOE, SEMPRE !!!







No último dia 09 comemoramos o aniversário do meu filho com um jantarzinho pros amigos e parentes. A festinha rolou animada e feliz, com tudo o que tinha direito: Bolo, velinha (olha a vela aí, na foto) e chapéuzinhos ridículos com o emblema do Náutico (seu time do coração) pra sacanear os amigos torcedores de outros times, os quais foram obrigados a usá-los e - o que é pior! - posar pras fotos que, naturalmente, foram veiculadas entre os amigos comuns via net, é claro, pra gozação ser mais contundente. Eu até o advertí de que não deveria fazer isso, pois tenho certeza de que ele próprio jamais permitiria que o fizessem consigo, principalmente se o chapeuzinho tivesse o escudo do Sport Clube - arquiinimigo da torcida alvirrubra.


Pra felicidade geral, tudo transcorreu sem tumulto, excetuando-se o momento do "parabéns pra você", ao final do qual o coro entoou um efusivo "É PICA, É PICA, É PICA, É PICA ... É ROLA, É ROLA, É ROLA, É ROLA, É ROLA", ocasião em que a vizinhança, horrorizada, começou a assomar às janelas dos prédios vizinhos e eu tive que interferir, usando toda a minha autoridade pra botar moral naquele verdadeiro "Cabaré da Mãe Joana" em que a festinha ameaçava se transformar ... Até agora não ficou muito claro pra mim se os vizinhos estavam escandalizados ou, na verdade, interessados no produto anunciado a tão altos brados. Afinal, o mercado desse material anda meio defasado e tem um monte de gente que daria "os quartos e a cabeça" por um brinquedinho desses (Afemaria, tô pensando alto! Cala-te boca!!!).



Julgamentos chauvinistas à parte, no dia seguinte, após curtir toda a ressaca, o meu filho acordou satisfeito e feliz, me enchendo de beijinhos de agradecimentos pela organização da festa, repetindo por várias vezes a frase que resume, sempre, sua crítica construtiva a qualquer coisa que o agrade: "FOI DO CARALHO, MÃINHA!". Mais tarde, foi levar a filhinha dele na casa da mãe dela (a menina tinha vindo passar o aniversário do pai aqui em casa) e aí aconteceu o que motivou o título deste post: Um motoqueiro encostou um revólver na cabeça da criança e levou os seus pertences de praxe: carteira, celular e relógio.


Voltou pra casa, sorumbático e abatido, lamentando a perda dos bens e da alegria com que havia acordado. E eu devo dizer que figuei toda feliz da vida, agradecendo aos céus por tê-lo de volta, são e salvo, o que, infelizmente, hoje em dia, já é uma verdadeira Graça Divina ... Sem contar com a felicidade de saber que a menina não sofreu qualquer dano físico e me pegando com tudo o que é santo pra que ela não tenha ficado com sequelas emocionais, pois esta já é a segunda vez que acontece isso com os dois, sendo, também, a quarta vez que ele sofre esse tipo de assalto no mesmo local.


É assustador constatar a perda do elementar direito de ir e vir e, mais ainda, perceber que isso já se tornou corriqueiro na nossa sociedade, contemplativa e cúmplice dos seus algozes, com o respaldo institucional, o que é pior!