sexta-feira, março 09, 2007

HOMENAGEM Á MULHER

Como alguns já sabem, fiquei sem o PC justamente no DIA INTERNACIONAL DA MULHER e nem pude prestar, em tempo, a minha homenagem a essa multifacetada espécime humana, mas, considerando que todo dia é dia da mulher (oxalá houvesse ao menos um que não fosse!), especialmente no que diz respeito à responsa e ao jogo de cintura pra "matar um leão por dia", como se diz por aí e, assim, se fazer respeitar, publico abaixo um texto do meu amigo RIVALDO LIMA, inspirado escritor de cuja lavra já andei transcrevendo aqui um trabalho intitulado "A CIVILIZAÇÃO".


"... E DEUS CRIOU A MULHER"


Tudo começou no sexto dia da criação. Sua vinda ao mundo foi marcada pela discrição absoluta. Ainda não havia imprensa. Presentes, mesmo, só o Criador e seu parceiro que dormia profundamente: O homem com quem partilharia um pedaço de boa vida e uma senença final pelo motivo que todos sabem. Injustiçada pelo Livro do Gênesis, desapareceu do mapa mas ressurgiu em boa forma.

Desbravando as fronteiras do conhecimento, cantando, representando, brigando ou trocando fraldas, elas invadiram o mundo fazendo a sua história e mudando seu curso, mesclando força, talento e sensibilidade aguçada à compreensão dos mistérios da alma humana. Enfrentam os dilemas do cotidiano como se fossem apenas caminhos diferentes que se cruzam; uma encruzilhada comum onde o pranto remove a dúvida e a vida segue em frente. Elas são assim mesmo. Na verdade, são uma baita encrenca, com todo respeito. Têm um parafuso a menos na cabeça e um coração reforçado pra abrigar muita emoção.

Ninguém venera melhor que elas; Ninguém pranteia melhor que elas. De uma ponta a outra dos estados d'alma, elas vão da gritaria incessante das tietes nos shows da vida, ao pranto silencioso das viúvas inconsoláveis na morte de um ídolo. Que o digam Rodolfo Valentino, James Dean e Elvis Presley. No anonimato da alegria e da tristeza reservado a muitas, ou no esplendor da glória reservado a poucas, mulheres comuns e estrelas de primeira grandeza cruzam-se nas ruas comuns dos sentimentos iguais todos os dias, amando e sofrendo, repartindo entre si quotas de infelicidade que são armazenadas diariamente no peito e transformadas em energia, numa atividade ilimitada.

O tempo, passageiro apressado e destruidor de memórias, reverenciou algumas sucumbindo aos seus encantos e peripécias, imortalizando seus nomes em páginas amareladas de história, que vão do conto "AS MIL E UMA NOITES" até a Bíblia Sagrada. Um dia, elas tiveram muita habilidade em contar histórias para sobreviver e se chamaram SHEHERAZADE; Um dia, elas deceparam a cabeça de um general inimigo, mudaram o curso de uma guerra e se chamaram JUDITH; Um dia, elas foram visionárias e românticas, empunharam a espada e foram pra guerra e se chamaram JOANA D'ARC; Um dia, elas saíram do Brasil, conquistaram a América com rebolados e trejeitos, cantando como ninguém, com os olhos mais brilhantes e expressivos que o Todo-Poderoso criou e se chamaram CARMEN MIRANDA.

E elas vão em frente, chutando bolas e corações, fazendo gols e fazendo sofrer, delirando as torcidas e atormentando os homens, num conjunto de ações programadas que só terminarão no Juízo Final.


MULHERES, ESTA É PRA VOCÊS (ALIÁS, PRA NÓS)!