terça-feira, setembro 11, 2007

GRAVATÁ





Eu sumí de cena neste feriadão porque, a convite de uma amiga, viajei a Gravatá, uma estância climática perto daqui, deliciosa e cheia de atrativos.

GRAVATÁ é uma cidade pernambucana localizada na região Agreste do Estado, a 93 Km da capital, Recife, numa altitude aproximadamente de 540 metros acima do nível do mar. Possui uma excelente infra-estrutura hoteleira e por ter clima frio e arquitetura européia, recebe um grande fluxo de turistas e veranistas para temporadas, feriados e festas tradicionais. É, também, conhecida como "A cidade dos móveis", cuja comercialização é intensa.


Lá fui muito bem recebida e tive a oportunidade de conhecer uma família maravilhosa, que.de braços abertos, me tratou como se eu fosse "cria da casa". Conhecí pessoas incríveis, mas a minha anfitriã, que tem um nome complicado e o apelido de "Fiquinha", foi o destaque da temporada. É uma criatura de um bom-humor a toda prova. Mulher admirável e dinâmica ao extremo, é incapaz de se sentar prum bate-papo de meia hora mas, enquanto pulula aqui e acolá, multiplica-se a cada minuto dando conta, com maestria, da administração da casa, dos filhos, da família em geral, do marido, das visitas e do Colégio Cleto Campelo, do qual é diretora atuante e presente, sendo, ainda, estudante de Direito numa cidade próxima. Num só dia, essa criatura absolutamente incrível foi capaz de organizar e supervisionar a parada escolar de 7 de Setembro da instituição que encabeça a três municípios distintos; cobrir de mimos a nós, suas hóspedes; acompanhar as filhas num treino e posterior competição de hipismo; sair com o marido pra uma cervejada, fazer uma prova na faculdade ... Ufa! Só de citar o dinamismo dessa mulher me dá canseira! O marido dela, Tadeu, igualmente simpático e extrovertido, é a sua cara-metade perfeita. Feitos um pro outro!
A família dela seria invejável, se eu não tivesse uma similar. Todos os irmãos moram numa só rua e se comunicam cotidianamente através dos muros que separam suas casas, deixadas a cada um pelo pai, já falecido. A matriarca mora mais distante, mas todos os domingos reúne filhos, genros, noras, netos e agregados em torno de uma enorme mesa para o almoço que, é claro, vira uma festa regada a bebidas, gargalhadas e saudáveis conversas. Depois do almoço, toda a galera converge pra casa de uma das irmãs e o clima festivo continua, com churrasco, cerveja, música e muita descontração em torno da piscina até o escurecer. Foi um feriadão inesquecível! Adorei conhecer essa gente cheia de vida e, pra demonstrar a minha gratidão, resolví deixar aqui esse depoimento. Só agora entendo o apelido da minha anfitriã, "Fiquinha": É impossível conhecê-la e não querer ficar com ela por um longo tempo.
Uma vez, em São Paulo, ouví de uma pessoa uma recriminação à minha irmã que tinha acabado de se mudar pra lá por força do seu recente casamento, (o marido era radicado na metrópole), porque ela chorava diariamente com saudades de casa. "Pôxa - dizia essa pessoa - Como alguém pode chorar com saudade de uma cidadezinha do interior do "Norte", quando se encontra morando na maior cidade do país?" ... Essa criatura insensível nem imagina o que é ter uma família coesa e amada, com quem se conviveu a vida inteira e tão intensamente e ter que abrir mão dela pra viver num lugar distante com o qual não se tem qualquer identificação - pensei.
Dizem que família a gente não escolhe. Eu discordo disso radicalmente ... Acho que antes de me liberar pro mundo terreno Deus deve ter-me feito optar pelo lar em que eu queria nascer e eu, com certeza, acertei em cheio na minha escolha, pois não trocaria a minha por nenhuma família do mundo. Acredito que tenha sido esse o caso dos meus recém-conquistados amigos. Que família linda!!!
A ela, toda a minha admiração, respeito e gratidão.