segunda-feira, abril 16, 2007

ESTRANHAS NEURAS - QUEM NÃO AS TEM?

Cada doido com a sua mania ...

Vou confessar uma coisa, mas juuuuuuuuro que não se trata de preconceito: Tenho pavor de encontrar anões e freiras! Pois é. Cada vez que o acaso me faz esbarrar com uma dessas criaturas corro logo pra uma madeira mais próxima e lhe taco três cocorotes (gesto de tocar em algo, com os nós dos dedos, de punho fechado, pra quem não conhece a expressão), dizendo, em alto e bom som: ISOLA!

Como ultimamente ando muito viajandona, essa prática tem sido constante. Explico: É que o aeroporto aqui do Recife resolveu contratar essas pequenas criaturas para prestação de serviços e toda vez que tenho que pegar um avião, dou de cara com uma delas ... ME DESEJANDO BOA VIAGEM! POOOOOOOOOOOODE? Raciocinem comigo: Com todos esses acidentes aéreos que estão ocorrendo, uma pessoa que, normalmente, se cruza toda ao entrar numa aeronave e, portanto, precisa de um estímulo de bons fluidos para empreender viagem e que, ainda por cima, acredita que ver anão dá azar, é saudada, justamente no portão de embarque, por um nanico! COMO PODERÁ ESSA CRITATURA VIAJAR EM PAZ? Acho que da próxima vez vou levar comigo algum objeto de madeira, pra ir tamborilando durante todo o percurso ... AFF!

Por conta dessas neuras, já me ví em cada situação prosaica que ninguém pode fazer idéia.
Uma delas foi quando estava grávida do meu filho. Toda mãe sabe o quanto a gente fica apreensiva quanto à saúde do bebê que está esperando ... Será que ele vai ter todos os membros? ... Será que vai nascer com a Síndrome de Down? ... Terá o meu bebê alguma má-formação?. Eu não fugí à regra e tudo o que ouvia falar sobre problemas em recém-nascidos já era um motivo pra ficar grilada e arrochar nas orações ao Todo Poderoso pra que poupasse o meu - e a mim - de um destino cruel.
Um belo dia, no consultório médico, enquanto esperava a minha vez, sentou-se junto a mim uma senhora muito simpática e comunicativa, que deitou a falar sobre os seus filhos e netos, de como era apaixonada por todos eles e tal, enquanto sacava da bolsa um monte de fotos da sua linda família. "Essa aí é a minha filha, com meu genro e o meu netinho" - dizia ela, apontando uma delas. Gente, do céu! Quando eu botei os olhos na tal foto, o que é que eu vejo? Uma criança anã, no colo da mãe! Pronto! Foi o que bastou pra eu começar a encasquetar a idéia de que Deus iria me castigar e me mandar um filho anão, pra eu "pagar a minha língua", conforme se diz por aqui. A situação piorou quando lhe perguntei se havia alguma outra ocorrência dessas na sua família e ela me respondeu que aquilo tinha sido uma surpresa, porque os pais da criança eram, inclusive, muito altos: Um tinha 1,85 e o outro 16,80m. Não deu outra: Caí num pranto tão convulsivo, que a atendente apressou a minha entrada no consultório, que eu, arrasada, adentrei, gritando: "DOUTOR, O MEU FILHO VAI SER ANÃO!!!".
Até hoje esse médico tira sarro da minha cara. Diz ele que de tudo o que viu na sua longa experiência com mães primíparas, foi a cena mais inusitada que já presenciou.

Outra cena protagonizada por mim que ficou na memória dos que a testemunharam e rendeu muita gozação dos meus colegas, foi numa ocasião em que eu estava no banheiro do banco quando uma estagiária que trabalhava na minha área veio me chamar, porque havia uma pessoa que queria falar comigo e não aceitava qualquer substituto, já que era eu a chefe do setor. Quando já me apressava pra ir atendê-la, a menina, que já sabia da minha ojeriza à figura, me disse tratar-se de uma freira. Entrei em pânico! EU NÃO VOU! - disse, enfática. Foi um escarcéu dentro da agência! Imaginem a cena: Eu, trancada no banheiro, apavorada, mandando chamar todos os colegas pra me acudir e eles, sacanas, morrendo de rir, me pressionando a enfrentar aquele desafio. O pior é que nenhum entendia do assunto, já que a carteira era bem atípica, recém-criada e a única pessoa treinada para esse fim era euzinha, que acabara de chegar de Brasília onde havia concluído o curso do treinamento específico. Resultado: Mandei despacharem a tal freira, sob a promessa de que logo que pudesse ligaria pra ela ... Foi exatamente o que eu fiz. Afinal, pelo telefone não dava pra encarar a interlocutora, né?


Agora, me respondam: EU SOU NORMAL?