terça-feira, setembro 06, 2005
"Sêo Nô"
Pensei em mil histórias pra começar a contar aqui, no meu primeiro post e resolví começar pela história de "Sêo Nô", um velhinho muito simpático e muito rico que morava ( digo "morava", porque não sei se ele ainda é vivo, pois há muitos anos não o vejo ou sei de notícias suas) no Agreste pernambucano. Só posso garantir que não é piada, pois o fato aconteceu de verdade e me foi contado pelo seu então advogado, com quem eu trabalhava à epoca. Então, lá vai:
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"Sêo Nô" era muito rico, dono de hectares e mais hectares de terras, mas uma pessoa muito simples e apegado ao seu torrão natal. Seu advogado, às vezes, lhe sugeria uma viagem de recreio pra conhecer o mundo, passear, descontrair, sair da mesmice do pequeno lugarejo onde morava, aconselhando: "Sêo Nô, o senhor é um homem rico, vá aproveitar o dinheiro que tem! O senhor tem muitas terras, muito gado, muitas propriedades, mas não conhece o mundo, plantado aqui nesse interiorzinho brabo! Como é que pode? Eu quisera ter a metade da sua riqueza, pra lhe mostrar como se vive! Ao que o velhinho respondia: "Gosto não sinhô, dotô! tenho medo de cidade grande, num seio nem trevessar uma rua cheia de carro! Nem no Recife eu nunca fui, acredita? Vô não! Deixe eu aqui, home!
Passados alguns anos após ter ganho a causa, participando de um Congresso Jurídico num hotel 5 estrelas da região, aquele advogado, tendo se dirigido à piscina do hotel pra dar um mergulho e tomar sol antes da reunião, escutou alguém a lhe chamar pelo nome: "Dotô Fulano, ô Dotô Fulano! Tendo localizado de onde vinha aquela voz, qual não foi a sua surpresa ao deparar com ninguém menos que "Sêo Nô"! Ele não quis acreditar nos seus próprios olhos ... não era possível que ele estivesse, mesmo, presenciando aquela criatura, numa cidade diferente e, ainda por cima (surpresa das surpresas!) ... tomando banho de piscina!!!
Refazendo-se do choque, aproximou-se do seu antigo cliente e fez a pergunta que não podia calar:
- "Sêo" Nô! O senhor por aqui? Que novidade é essa???.
Responde "Sêo Nô":
- Pois é, Dotô ... eu fiquei viúvo, me casei-me de novo e tô aqui em lua de mé"!
Ainda atordoado com todas aquelas novidades, mas curioso por saber mais, pergunta o Doutor:
- O quê? D. Maria morreu? ... E o senhor casou com quem?
- Me casei-me com Mocinha, Dotô, o senhor sabe quem é ela ... é aquela que trabaiava lá em casa, como empregada da minha patroa ... tá lembrado?
Diz o Doutor:
- Ah! Sim! Eu me lembro de Mocinha ... mas cadê ela, pr'eu cumprimentar, dar os parabéns?
- Ah!, Dotô, Mocinha é muito matuta ... num quis vir não ... dixe qui tinha veigonha, espie! Aí eu vim foi sozinho mermo ... pruquê me dixero qui a pessoa, hoje em dia, quando se casa, tem que viajar de lua de mé, né? Aí eu criei coraje e vim. O sinhô num vivia dizendo pr'eu viajar? Tô achando é bom, aqui!
Pois é, gente! Vocês podem até pensar que é piada, mas isso aconteceu, mesmo! E tem mais: eu conhecí todos os personagens dessa hilária história.
Por hoje, é só. Quando eu lembrar de outros "causos" volto a contar pra vocês, tá?
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"Sêo Nô" era muito rico, dono de hectares e mais hectares de terras, mas uma pessoa muito simples e apegado ao seu torrão natal. Seu advogado, às vezes, lhe sugeria uma viagem de recreio pra conhecer o mundo, passear, descontrair, sair da mesmice do pequeno lugarejo onde morava, aconselhando: "Sêo Nô, o senhor é um homem rico, vá aproveitar o dinheiro que tem! O senhor tem muitas terras, muito gado, muitas propriedades, mas não conhece o mundo, plantado aqui nesse interiorzinho brabo! Como é que pode? Eu quisera ter a metade da sua riqueza, pra lhe mostrar como se vive! Ao que o velhinho respondia: "Gosto não sinhô, dotô! tenho medo de cidade grande, num seio nem trevessar uma rua cheia de carro! Nem no Recife eu nunca fui, acredita? Vô não! Deixe eu aqui, home!
Passados alguns anos após ter ganho a causa, participando de um Congresso Jurídico num hotel 5 estrelas da região, aquele advogado, tendo se dirigido à piscina do hotel pra dar um mergulho e tomar sol antes da reunião, escutou alguém a lhe chamar pelo nome: "Dotô Fulano, ô Dotô Fulano! Tendo localizado de onde vinha aquela voz, qual não foi a sua surpresa ao deparar com ninguém menos que "Sêo Nô"! Ele não quis acreditar nos seus próprios olhos ... não era possível que ele estivesse, mesmo, presenciando aquela criatura, numa cidade diferente e, ainda por cima (surpresa das surpresas!) ... tomando banho de piscina!!!
Refazendo-se do choque, aproximou-se do seu antigo cliente e fez a pergunta que não podia calar:
- "Sêo" Nô! O senhor por aqui? Que novidade é essa???.
Responde "Sêo Nô":
- Pois é, Dotô ... eu fiquei viúvo, me casei-me de novo e tô aqui em lua de mé"!
Ainda atordoado com todas aquelas novidades, mas curioso por saber mais, pergunta o Doutor:
- O quê? D. Maria morreu? ... E o senhor casou com quem?
- Me casei-me com Mocinha, Dotô, o senhor sabe quem é ela ... é aquela que trabaiava lá em casa, como empregada da minha patroa ... tá lembrado?
Diz o Doutor:
- Ah! Sim! Eu me lembro de Mocinha ... mas cadê ela, pr'eu cumprimentar, dar os parabéns?
- Ah!, Dotô, Mocinha é muito matuta ... num quis vir não ... dixe qui tinha veigonha, espie! Aí eu vim foi sozinho mermo ... pruquê me dixero qui a pessoa, hoje em dia, quando se casa, tem que viajar de lua de mé, né? Aí eu criei coraje e vim. O sinhô num vivia dizendo pr'eu viajar? Tô achando é bom, aqui!
Pois é, gente! Vocês podem até pensar que é piada, mas isso aconteceu, mesmo! E tem mais: eu conhecí todos os personagens dessa hilária história.
Por hoje, é só. Quando eu lembrar de outros "causos" volto a contar pra vocês, tá?
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