quinta-feira, setembro 29, 2005
Dr. "X"...
Dia de reunião festiva na Associação Comercial da minha terra, onde eu era secretária. A imprensa falada e escrita estava presente, pois o convidado de honra era um psicopediatra famoso na região, que faria uma palestra esclarecedora a respeito da psicologia moderna aplicável à pedagogia infantil, revolucionária naqueles idos dos anos setenta, de tantos tabus. Quando tínhamos um convidado ilustre, costumávamos gravar a reunião para melhor discorrermos sobre o assunto específico quando da elaboração da ata. Muito bem! Tudo engrenado, auditório repleto de representantes das classes produtoras regionais, uma rádio local transmitindo ao vivo os ensinamentos daquele profissional para mães e pais atentos ... Após as apresentações de praxe, o palestrante começa o seu discurso...
Num dado momento, ele fala sobre o tabu que os nossos pais nos haviam imposto em relação à nossa sexualidade, quando não nos permitiam, sequer, tirar a roupa na presença de um irmãozinho de outro sexo, dizendo que aquilo era feio e imoral, atitude essa que, ao contrário do que eles pretendiam, apenas haviam servido para aguçar ainda mais a nossa curiosidade em verificar as diferenças, ao passo que, se houvéssemos sido acostumados a lidar com elas, a nossa geração teria sido beneficiada com uma visão mais realística, mais natural, da anatomia, sem culpas, sem preconceito, etc... e tal...
Ocorre que dentre os associados havia um juiz de uma comarca da circunvizinhança, que só dava o ar da sua graça quando as reuniões atraíam a mídia, como era o caso, com a presença de alguma personalidade proeminente, ocasiões essas em que, via de regra, aquele juiz sempre pedia um aparte ao palestrante, numa tentativa inequívoca de chamar a si as atenções da platéia.
Foi exatamente o que aconteceu nesse dia: Na hora em que o pediatra falou sobre as diferenças anatômicas do sexo das crianças, sugerindo, por exemplo, que os pais deviam permitir que os seus filhos pequenos tomassem banho juntos, mesmo meninos e meninas, o Doutor Juiz levantou-se, pediu o fatídico aparte e pôs-se a exemplificar: "É isso mesmo, Doutor! O senhor tava falando sobre isso e eu me lembrei de uma ocasião em que, na minha fazenda, uma moradora estava lavando roupa no rio, enquanto os filhos brincavam na água; foi aí que a menininha tirou a roupa na frente do irmãozinho ... Quando o menino viu a ... a ... a ... a ..."
(Pensem num momento constrangedor! ... O auditório em silêncio, todos de olho no aparteante, e ele lá, gaguejando, tentando se lembrar do nome científico da genitália feminina ... e o nome não saía, não saía ...) Até que ele, não menos constrangido que os demais, eu diria, até, desesperado pelo vexame de não ter lembrado do termo ... soltou: ... "a ... a... A XOXOTA!"
Claro que ninguém conseguiu ficar sério e as gargalhadas se sucederam durante alguns minutos (inclusive a do palestrante), até que todos se recompusessem desse momento traumático. Resultado: até hoje, o pobre infeliz juiz é conhecido na região como "Dr. Xoxota" ... KKKKKKKKKKKKKKKKKK!
E o pior: Sua fala está lá, gravada, nos anais da Associação, sem contar com a transmissão, ao vivo, que serviu ainda mais pra torná-lo famoso.
É isso aí ... histórias que a vida conta ... e que eu não deixo passar!
Num dado momento, ele fala sobre o tabu que os nossos pais nos haviam imposto em relação à nossa sexualidade, quando não nos permitiam, sequer, tirar a roupa na presença de um irmãozinho de outro sexo, dizendo que aquilo era feio e imoral, atitude essa que, ao contrário do que eles pretendiam, apenas haviam servido para aguçar ainda mais a nossa curiosidade em verificar as diferenças, ao passo que, se houvéssemos sido acostumados a lidar com elas, a nossa geração teria sido beneficiada com uma visão mais realística, mais natural, da anatomia, sem culpas, sem preconceito, etc... e tal...
Ocorre que dentre os associados havia um juiz de uma comarca da circunvizinhança, que só dava o ar da sua graça quando as reuniões atraíam a mídia, como era o caso, com a presença de alguma personalidade proeminente, ocasiões essas em que, via de regra, aquele juiz sempre pedia um aparte ao palestrante, numa tentativa inequívoca de chamar a si as atenções da platéia.
Foi exatamente o que aconteceu nesse dia: Na hora em que o pediatra falou sobre as diferenças anatômicas do sexo das crianças, sugerindo, por exemplo, que os pais deviam permitir que os seus filhos pequenos tomassem banho juntos, mesmo meninos e meninas, o Doutor Juiz levantou-se, pediu o fatídico aparte e pôs-se a exemplificar: "É isso mesmo, Doutor! O senhor tava falando sobre isso e eu me lembrei de uma ocasião em que, na minha fazenda, uma moradora estava lavando roupa no rio, enquanto os filhos brincavam na água; foi aí que a menininha tirou a roupa na frente do irmãozinho ... Quando o menino viu a ... a ... a ... a ..."
(Pensem num momento constrangedor! ... O auditório em silêncio, todos de olho no aparteante, e ele lá, gaguejando, tentando se lembrar do nome científico da genitália feminina ... e o nome não saía, não saía ...) Até que ele, não menos constrangido que os demais, eu diria, até, desesperado pelo vexame de não ter lembrado do termo ... soltou: ... "a ... a... A XOXOTA!"
Claro que ninguém conseguiu ficar sério e as gargalhadas se sucederam durante alguns minutos (inclusive a do palestrante), até que todos se recompusessem desse momento traumático. Resultado: até hoje, o pobre infeliz juiz é conhecido na região como "Dr. Xoxota" ... KKKKKKKKKKKKKKKKKK!
E o pior: Sua fala está lá, gravada, nos anais da Associação, sem contar com a transmissão, ao vivo, que serviu ainda mais pra torná-lo famoso.
É isso aí ... histórias que a vida conta ... e que eu não deixo passar!
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